quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A VOZ QUE GRITA NO DESERTO Jo 1,19-28 - 02.01.2015


HOMILIA


Aqui temos um verdadeiro interrogatório, feito a uma pessoa que não queria responder. Naquele tempo a espera do Messias, pelos judeus, era angustiante. Era premente a sua chegada para salvá-los, definitivamente, da opressão romana, uma das piores que lhes havia ocorrido.
Os judeus sofriam mais com o jugo romano, do que na escravidão do Egito, principalmente porque os romanos interferiam na sua estrutura religiosa, mas não em sua religiosa. Por isso muitos, vendo como João Batista se apresentava, pensavam ser ele o Messias tão esperado. João era destemido, impetuoso, sagaz, quase mal-educado, parecia um trovão. Configurava aquele desejo dos judeus. Eles esperavam isto mesmo: um homem de fé, forte, que não se intimidasse diante daquele poder dominante, que praguejasse contra eles desmascarando seus atos vergonhosos, fazendo-os cientes de seus erros. Ficaram impressionados com João e foram lhe fazer perguntas.
Naquela época o batismo era comum entre os judeus e na maioria das religiões. Faziam-no com a imersão da pessoa na água, mergulhando-a e retirando-a em seguida. Isto porque o batismo significava purificação. Portanto, João Batista fazia conforme o costume.
Os fariseus, de modo geral e no conceito da sociedade da época, eram pessoas dignas, influentes, cumpridoras da Lei. Representados por seus anciãos, tinham assento no Sinédrio. O mesmo se pode dizer dos doutores da lei, os escribas4, que observavam fielmente a Lei Mosaica. Como no meio do trigo sempre existe joio, Jesus criticava aqueles fariseus que não faziam o que exigiam do povo, ou pelo que faziam por vaidade, buscando reconhecimento.
Portanto, os fariseus que enviaram aquelas pessoas a João estavam bem-intencionados. Não tramavam contra ele, não lhe preparavam uma armadilha, desejavam mesmo era saber o sentido daquele batismo. Queriam saber se ali estava surgindo o Messias, anseio que há muito acalentavam. Este foi o motivo das perguntas que fizeram a João. Assim poderiam se organizar, pois tinham poder de articulação inclusive no Templo. Quiseram escutar de João quem realmente era ele. E João foi lacônico nas três primeiras respostas: "Não sou o Cristo", "Não o sou (Elias)", "Não (o profeta)". Até que explode numa interessante resposta à quarta pergunta: "Quem és, para darmos uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?" E João diz: "Sou a voz que clama no deserto…".
Ora, eles esperavam o Messias, imbuídos de esperança, e João sabia disso. Por que, então, ele bradava no deserto? Não se grita no deserto. Mas o deserto do qual falava era o vazio que haveria de ser preenchido com a presença do Messias. Aquela voz que grita no deserto, brada na esperança de Deus, do Messias. Muitas vezes esta passagem é interpretada como uma voz que clama em vão, mas não é. João não gritava em vão. Gritava no vazio daquela espera, sabendo que o Messias já estava ali. Não foi por acaso que estava no rio Jordão. Ele sabia que aquele era o momento certo, que chegava a hora do Cristo: "Aquele (…) do qual não sou digno de desatar a correia da sandália".
É preciso esclarecer o significado deste ato de desatar a sandália. "E por que, então, batizas, se não és o Cristo nem Elias nem o profeta?" Esse "por quê?" faz com que as pessoas reajam, pensem. E João novamente dá uma linda resposta: "Eu batizo com água. No meio de vós está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália."
Era costume entre os judeus, quando o rapaz não desejasse o casamento com a moça que lhe fora prometida, abrir mão do direito de desposá-la em favor de um irmão que dela gostasse, ou de um descendente direto da família que ele achasse importante. O gesto, considerado bonito, era realizado diante de toda a família, em público. O noivo prometido desatava a correia da sandália do pretendente, a quem entregava aquela que seria a sua noiva. Era um ato excepcional e admirado pelos judeus.
Qual era, então, o grande noivo esperado, prometido? João sabia que era Jesus. Por isso falou que não era digno de desatar a correia de Sua sandália. Quer dizer: não sou digno de passar para esse Homem a honra de esposar a glória de Deus na terra. É isto que João queria falar.
Então, em razão do "por quê?", João desata este lindo discurso: "Sou a voz que clama no deserto…". Está no meio de vocês o legítimo noivo, papel que não sou digno de assumir e para quem tenho de passar. Eu não sou o Messias nem o Elias e nem o profeta. Eu não sou nada. Tenho, neste momento, aquilo que é a minha obrigação: passar a Ele, que está no meio de vocês e que ainda não O conhecem. Não tiveram a honra de desposar essa Boa-Nova, que é o Evangelho, a Nova Aliança de Deus com os homens.

Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

RAINHA DA PAZ, DAÍ-NOS A PAZ Lc 2,16-21 - 01.01.2015


HOMILIA

Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto.
E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado. Uma semana depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nele o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes de ele nascer.
O ano litúrgico antecipa-se ao ano civil, iniciando-se com o tempo do Advento que prepara o Natal. Na oitava do Natal, em 1º de janeiro, a Igreja faz a comemoração de Maria, “Mãe de Deus”. Este título de Maria, atribuído pelo Concílio de Éfeso (431), realça a íntima união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação de Jesus. A maternidade divina de Maria vem, de certo modo, preencher a carência do feminino na imagem tradicional de Deus, particularmente no Primeiro Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis buscam a face materna de Deus. Nos evangelho Maria ocupa um papel mais discreto na Bíblia se comparado com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela virgem, quando concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O Evangelho de João menciona que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.
«A virgem engravidará e dará à luz um filho… Mas José não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus. » (Mateus 1,23-25), “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. … será chamado Filho do Altíssimo.” Maria pergunta ao anjo Gabriel: “Como acontecerá isso, se não conheço homem?” O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.» (Lucas 1,26-35).
Lucas é o evangelista da misericórdia e dos pobres. Em sua narrativa, são os humildes pastores que, movidos pela esperança da libertação e do resgate de sua dignidade, vão ao encontro do recém-nascido. Maria acolhe o novo que se manifesta e, em oração, medita sobre seu significado. Em Jesus, que recebeu um nome comum em sua época, revela-se o projeto de Deus de nos conceder a salvação por meio da humildade e da comum condição da encarnação.
Convido-te a dar o primeiro passo no novo ano de mãos dadas com Santa Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe Ela nos dá segurança, porque traz em seus braços o Príncipe da Paz. Sem o acolhimento de nosso Salvador; o mundo celebra inutilmente o dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal. Os homens têm provado, ao longo dos séculos, que são impotentes para construir a verdadeira Paz por si própria. Continuam poderosos apenas para multiplicar a violência e provocar mortes.
Por isso, hoje é um dia de súplica universal pela Paz e pela Fraternidade, que somente Jesus pode fazer-nos construir. Alías é o que significa o Seu Nome. Jesus Cristo, O Ungido do Senhor, o Deus conosco, O Emanuel. Suplicamos confiantes, porque ora conosco e por nós a Mãe de Deus, Aquela que deu ao mundo a nossa Paz! Jesus Cristo o Príncipe da Paz! Maria Rainha da Paz, daí-nos a Paz!
Fonte Padre BANTU SAYLA

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A PALAVRA DA VIDA Jo 1,1-18 - 31.12.2014


HOMILIA

No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la. “Ninguém jamais viu a Deus; o Filho Unigênito que está no seio do Pai no-l’O deu a conhecer” (Jo 1, 18). Quem desde o princípio nos dá a conhecer o Pai é o Filho, porque desde o princípio está com o Pai: as visões proféticas, a diversidade de graças, os ministérios, a glorificação do Pai, tudo isto, como uma sinfonia bem composta e harmoniosa, Ele o manifestou aos homens, no tempo próprio, para seu proveito. Porque onde há harmonia tudo sucede no tempo próprio; e quando tudo sucede no tempo próprio, há proveito. Por isso o Verbo tornou-Se o administrador da graça do Pai em proveito de homens, em favor dos quais Ele pôs em prática a sua tão sublime economia da graça, mostrando Deus aos homens e apresentando o homem a Deus. Manteve, no entanto, a invisibilidade do Pai, para que o homem se conserve sempre reverente para com Deus e tenha um estímulo para o qual deve progredir; mas, ao mesmo tempo, mostrou também que Deus é visível aos homens por meio da economia da graça, para não suceder que o homem privado totalmente de Deus, chegasse a perder a sua própria existência.
A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós. Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é Jesus, “cheio de graça e de verdade!”. Jesus veio revelar quem é este nosso Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação. Porque a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem, é a visão de Deus. Com efeito, se a manifestação de Deus, através da criação, dá a vida a todos os seres da terra, muito mais a manifestação do Pai, por meio do Verbo, dá a vida a todos os que vêem a Deus!
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
Fonte Padre BANTU SAYLA

domingo, 28 de dezembro de 2014

A PROFETISA ANA Lc 2,36-40 - 30.12.2014


HOMILIA

A profetisa Ana não abandonava o Senhor. Essa é uma das grandes características de todos aqueles a quem Deus se manifestou ou se deixou revelar. E nós, ao raiar de um novo ano, como anda nossa fidelidade ao Senhor? Que propósitos fizemos em cima das missões que Deus nos confiou?
            Ana não abandonava o Senhor mesmo após tanto tempo de viuvez. Eu imagino a dificuldade em ser mulher em um período repleto de tradições centradas nos homens. Ser viúva, mais que um estado civil era imaginá-la sem ter alguém que cuidasse se sua saúde, de sua vida, do mínimo necessário para poder sobreviver. Ser viúva era contar com a doação das pessoas caso não tivesse patrimônios, riquezas.
            Ana se apega a Deus. E quem melhor ela poderia se apegar? Ela não pula do barco! Existe muita gente e talvez você seja um deles, que nesse ano, por um instante pensaram em desistir. Cansaram talvez dos dedos apontados, das críticas infundadas, das perseguições… Não encontram mais forças ou razões para levantar a cabeça e com ela a sua auto-estima. Mas é preciso voltar a acreditar no Senhor e esperar a visita de Jesus a nossa aflição.             Nossa perseverança normalmente dura até a primeira sede de Deus. Como posso me afastar do poço nesse mundo tão deserto? Ninguém é tolo de enfrentar o deserto sem levar consigo um cantil ou reservatório de água. Como, portanto suportar as dificuldades da vida sem levar Deus conosco?
            Ele precisa estar no nosso trabalho, na escola, em casa. Esses locais precisam aos poucos se tornar oásis e não desertos. O que faz um local de adversidades se tornarem pouco a pouco um lugar melhor é a água que carrego no cantil. É a fé persistente de Ana; é bater contra a rocha e ver brotar água aos olhos dos mais descrentes; é ver esperança no filho drogado; é depositar nas mãos de Deus o futuro incerto; é ver a reconstrução e a vida quando a chuva derruba a casa; é ver a luta de quem insiste em levantar mesmo que a vida não lhe ofereça condições; é ver Jesus andando sobre as águas e acalmando o mar agitado da sua vida. Num desiste de você mesmo nem dos que você ama. Saiba que com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado.
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração como fez a profetisa Ana, afim de que possa um dia contemplar a vossa face lá no Céu.
         
Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 27 de dezembro de 2014

JESUS NO TEMPLO Lc 2,22-35 - 29.12.2014


HOMILIA

A Igreja, hoje, revive o mistério da Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele “Menino” que como a primeira e a segunda leitura acabaram de nos recordar, é o juiz escatológico prometido pelos profetas (cf. Ml 3, 1-3), o “Sumo Sacerdote misericordioso e fiel”, que veio para “expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17). Levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor” (Lc 2, 22). Conforme a Lei, sobre a mulher gestante incidiam várias exigências a serem cumpridas quando do nascimento da criança. A consagração dos primogênitos era feita no ato da circuncisão, no sexto dia do nascimento (Ex 22,28s; Lv 12,3). A purificação da mãe acontecia trinta e três dias depois da circuncisão.
            No Templo de Jerusalém, por ocasião da purificação de Maria, o justo Simeão profetiza sobre o menino Jesus, que será sinal de contradição. Uma das características marcantes de Jesus em seu ministério foi o conflito com as tradições da Lei e com os chefes religiosos. O empenho em libertar os pequenos e humildes oprimidos sob o jugo da Lei levou-o à morte de cruz, momento culminante em que uma espada traspassa a alma de sua mãe.
            O Menino, que Maria e José levam com emoção ao Templo, é o Verbo encarnado, o Redentor do homem, da história! Hoje, comemorando o acontecimento que nesse dia teve lugar em Jerusalém, também nós somos convidados a entrar no Templo, para meditar sobre o mistério de Cristo, unigênito do Pai que, com a sua Encarnação e a sua Páscoa, tornou-se o primogênito da humanidade redimida.
            Desta maneira, prolonga-se o tema de Cristo luz, que caracteriza as solenidades do Natal e da Epifania. “Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas palavras proféticas são proferidas pelo velho Simeão, inspirado por Deus quando toma o Menino Jesus nos seus braços. Ele preanuncia ao mesmo tempo em que “o Messias do Senhor” realizará a sua missão como um “sinal de contradição” (Lc 2, 34). Quanto a Maria, a Mãe, também Ela participará pessoalmente na paixão do seu Filho divino (cf. Lc 2, 35).
            Por conseguinte, na solenidade do dia de hoje, celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por amor do Reino. O ícone de Maria que contemplamos enquanto oferece Jesus no Templo, prefigura o ícone da Crucifixão, antecipando também a sua chave de leitura, Jesus, Filho de Deus, sinal de contradição. Com efeito, é no Calvário que alcança o seu cumprimento a oblação do Filho e, unida a esta, também a da Mãe. A mesma espada atravessa ambos, a Mãe e o Filho (cf. Lc 2, 35). A mesma dor, o mesmo amor.
            Ao longo deste caminho, a Mãe de Jesus tornou-se Mãe da Igreja. A sua peregrinação de fé e de consagração constitui o arquétipo para a peregrinação de cada batizado. Como é consolador saber que Maria está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, no itinerário de nossa vida de batizados! Além do plano afetivo, encontra-se ao nosso lado mais profundamente na eficácia sobrenatural demonstrada pelas Escrituras, pela Tradição e pelo testemunho dos Santos, muitos dos quais seguiram Cristo no caminho exigente dos conselhos evangélicos.
            Cada ano, no Tempo Litúrgico do Natal, recorda a imensidão do amor de Deus por nós. É preciso acreditar e viver esse amor e a ele entregar-se sem reservas. Assim como Simeão realizou sua esperança, também nós podermos contar sempre com a presença redentora de Cristo. Deixemos, pois, que Deus nos ame, para que sejamos, de fato, transformados, pois Ele continua amorosamente presente no meio de nós.
            Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: “Neste dia, volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do teu agrado. Amém!
Fonte Padre BANTU SAYLA

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

MEUS OLHOS VIRAM A SALVAÇÃO QUE VEM DE DEUS Lc 2,22-40 - 28.12.2014


HOMILIA

Estamos diante da plenitude dos tempos. Chegou à hora de se cumprir a profecia bíblica. Jesus é o Primogênito que deve ser consagrado a Deus. E consequentemente da purificação de Maria sua mãe. É tempo de pleno cumprimento da lei de Moisés. Vemos duas leis que se misturam sem serem diferenciadas. Pois a purificação da mãe era prevista em Levítico 12,2-8 e se cumpria quarenta dias após o parto. Até aquele momento, a mulher não poderia aproximar-se de nenhum lugar sagrado, já que era considerada impura por causa do sangue derramado durante o parto; a cerimônia consistia na oferta de um cordeiro ou para famílias pobres um par de rolas ou dois pombinhos. Pela oferta do casal nazareno, se torna evidente a sua condição de pobreza e simplicidade.
Enquanto que a consagração dos primogênitos está prescrita em Êxodo 13,11-16 e era considerada com uma espécie de “resgate” – lembrando a ação salvífica quando Deus libertou os israelitas da escravidão do Egito. Resgatando o próprio filho, o pai dizia: “Te resgato porque eu também fui resgatado quando o Senhor nos tirou com mão forte da casa da escravidão” (Ex 13,2.11-16). O texto quer mostrar que Jesus não foi dispensado de nenhuma prática da lei, seus pais foram obedientes a fim de que o destino do menino se desenvolvesse desde o início conforme as Escrituras. Entretanto, o texto só acena que se completaram os dias, mas não narra a cerimônia em si talvez para fazer entender que Jesus não tem necessidade de ser resgatado. Jesus, não é resgatado, mas aquele que resgata, aquele que salva o seu povo.
Ainda com Simeão, após o canto, ele diz a Maria que o seu menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. E quanto a Maria, uma espada traspassará a alma dela. Normalmente, interpreta-se aqui o anúncio do sofrimento de Maria. Mas também devemos ver aqui Maria como imagem do povo: Simeão intui o drama do seu povo, que será profundamente dilacerado pela palavra viva e cortante do Redentor. Maria representa o percurso: deve confiar, mas enfrentará dores e escuridões, lutas e silêncios angustiantes. A história do Messias sofredor será dilacerante para todos, também para Maria. Não se pode seguir a nova luz destinada ao mundo inteiro sem pagar o preço, sem se arriscar, sem renascer sempre de novo do alto para uma nova criatura. Mas estas imagens, ou seja, da espada que traspassa, do menino que fará tropeçar e abalará os corações, não estão separadas do gesto carregado de sentido dos dois anciãos: pois, enquanto Simeão recebe o menino em seus braços, para indicar que a fé é encontro e abraço, não ideia nem teoria; Ana é anunciadora e acende em quem o esperava uma luz fulgurante.
Enfim, interessante é notar que todo o episódio dá ênfase às situações mais simples e familiares: o casal Maria e José com o menino no braço; o ancião que se alegra e abraça, a anciã que prega e anuncia os interlocutores que aparecem indiretamente envolvidos. E também a conclusão do texto deixa ver o lar de Nazaré, o crescimento do menino num contexto normal, a impressão de um menino dotado em modo extraordinário de sabedoria e bondade. O tema da sabedoria entrelaçada com a vida normal de crescimento e no contexto de uma cidadezinha Nazaré, deixa um suspense na história: esta se reabrirá justamente com o tema da sabedoria do menino entre os doutores do templo. E será exatamente o relato que segue imediatamente.
Quero caro amigo (a) que juntos, nos façamos uma dura revisão de vida, nos questionemos. Vejamos tudo o que acontece conosco, à nossa volta, o julguemos e ajamos sem demora. Veja que a festa da Apresentação do Menino Jesus é também a nossa, como filhos e filhas consagrados ao Senhor já mesmo desde o ventre materno.
Depois que juntos ficamos a saber tudo o que Deus fez na vida de Simeão e Ana, o que mudou em mim e em ti? As palavras de Simeão, suas atitudes, como também aquelas de Ana, têm um significado especial para mim? Como entendo esta “espada que traspassa”: reconheço que se trata de um sofrimento na nossa consciência diante dos desafios e exigências para seguir Jesus Cristo ou acho que se trata só de um sofrimento íntimo de Maria?
O que este relato pode significar para a tua família de hoje? Para a formação religiosa dos seus filhos? Para entender o projeto que Deus tem para cada um de seus filhos, os medos e angústias que os pais carregam no coração, só de pensar quando os filhos crescerem? Empenho-me periodicamente para fazer uma revisão de vida com a minha família a fim de ser sempre mais família? Como marido ou mulher ou filho, filha, tenho a capacidade de me abrir ao diálogo com a minha família, procurando escutar-lhes e partilhar assim as suas alegrias e expectativas? Como casado, membro de uma família chamada a viver as virtudes da Família de Nazaré, me empenho concretamente em prol de outras realidades familiares da minha comunidade paroquial, diocesana em dificuldade para realizar a grande família cristã, a Igreja de Cristo? Sou um bom cumpridor de minhas obrigações familiares e cristãs? Participo regularmente dos convívios familiares ( jantar, almoço, festas e…) bem como das celebrações litúrgicas ( missas, paraliturgias ) ou procuro sempre desculpas para não me fazer presente? Deixo-me guiar pelo Espírito Santo como Simeão? Como faço para escutar hoje o Espírito Santo? Também entendo que o seguimento ao Messias é algo que implica compromisso e que também pode ser como uma espada que atravessa o coração? Posso medir meu crescimento de forma equilibrada como Jesus? Há partes de mim que crescem e outras que não saem do lugar? Quais? E meus olhos, já conseguiram ver a salvação que Jesus veio me trazer?
Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, faze que os meus olhos vejam a Salvação que vem de Vós e como eles vos proclame aos membros da minha família. Amén!
Fonte Padre BANTU SAYLA

Tempo do Natal - 3º dia da Oitava do Natal > Festa de S. João - 27.12.2014


HOMILIA

S. João é uma figura de fundamental importância na Igreja primitiva. De facto, é o discípulo amado que ensina a contemplar em Jesus, o Filho de Deus feito homem, para nos revelar o rosto do Pai e o caminho que leva à comunhão com Ele. Por esta razão, João é chamado teólogo. Os seus escritos levam a acreditar em Jesus Messias e Filho de Deus (cf. Jo 20, 31). O seu símbolo é a águia porque, como refere uma sentença rabínica, a águia é a única ave que consegue fixar o sol sem cegar. Para João, o sol é Cristo. A sua presença na comunidade descobre-se pela contemplação e pela inteligência da Palavra de vida. A vida, na sua realidade mais profunda, é «a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós». Jamais contemplaremos suficientemente este mistério de vida que se tornou perceptível para nós em Jesus, Filho de Deus, a vida eterna que estava junto do PaiO

S. João faz-nos compreender quanta profundidade se encontra na pessoa do Filho, na sua união com o Pai, na sua comunhão com Eleffi Incarnação tem por objectivo tornar-nos participantes nessa comunhão divina: estamos «em comunhão com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo». A Incarnação aconteceu em vista da comunhão. Isto é espantoso. A carne é causa de divisão! Por causa dela, estamos num lugar e não noutro. Podemos chegar até às pessoas queridas pelo pensamento. Mas a carne impede-nos estar em comunhão com elas. E quantas discussões, litígios e divisões por causa dos bens materiais! O Filho de Deus, ao assumir a nossa carne, tornou-a meio de comunhão. Tudo o que assumiu se tornou instrumento de comunhão com Deus e entre nós. Na Eucaristia, onde a carne de Cristo se põe ao serviço da comunhão, fazemos a comunhão, isto é, recebemos a comunhão com o Pai e a comunhão entre nós. Para isso, Cristo teve de sacrificar a sua carne, teve de entregá-Ia aos inimigos, para fazer dela um sacrifício agradável, um sacrifício perfeito. Então, a vida mostrou toda a sua força.

O evangelho de hoje leva-nos até à Páscoa, mostra-nos a meta alcançada: a vida venceu a morte e manifestou-se. O que João viu foi esta vitória da vida, manifestada no sepulcro pelas ligaduras, pelo sudário. O corpo de Cristo já não está no sepulcro, porque a vida triunfou. Mas Jesus incarnado está sempre connosco, porque a vitória sobre a morte foi alcançada para nós.

Uma outra lição que podemos tirar do evangelho de hoje é o respeito pelos carismas, que são muitos na Igreja, para bem da mesma Igreja. João, que tem o carisma da profecia, é respeitado Pedro, que tem o carisma da instituição. O respeito pelos carismas, e a partilha na busca comum dos dons do Espírito, permite-nos penetrar no mistério, reconhecer os sinais do Ressuscitado.

Com S. João, também nós somos chamados a "conhecer", isto é, fazer experiência de vida e a "crer", isto é, a aderir com todo o coração e com toda a nossa pessoa, "ao amor que Deus nos tem"? (1 Jo 4, 16), amor manifestado no Verbo Incarnado. Esse inefável "amor que Deus nos tem ... !", de que João é «doutor», no dizer do Pe. Dehon, é o grande mistério para todo o cristão e, em particular, para todo o oblato-SCJ.

É este mistério que queremos proclamar diante da Eucaristia, diante do Crucificado de Lado aberto, diante da nossa vocação de Oblatos-Sacerdotes do Coração de Jesus.
Fonte http://www.dehonianos.org/

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

QUEM PERMANECER FIRME SERÁ SALVO Mt 10,17-22 - 26.12.2014


HOMILIA

Os Evangelhos mostram a Igreja como um barco, no qual Jesus está presente, embora em alguns momentos pareça estar dormindo (Mt 8,23-27). O mar que este barco atravessa é a História, às vezes calmo, outras vezes turbulento e ameaçador. Há quase dois mil anos o barco saiu de seu porto. Não sabemos quando chegará ao seu destino, mas temos certeza de que Jesus nunca o abandonará.

Em Pentecostes, "a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação" (Ad Gentes, n. 4).

Pentecostes do ano 30. Todos reunidos: os apóstolos, Maria, parentes de Jesus, algumas mulheres. Um ruído de ventania desce do céu. Línguas como de fogo surgiram e se dividiram entre os presentes. Todos ficaram repletos do Espírito de Deus e começaram a falar em outras línguas.

Esta assembléia inicial, esta igreja, é o princípio. Depois do prodígio das línguas, Pedro dirigiu-se à multidão reunida na praça e fez uma memorável pregação. Muitos se converteram, especialmente judeus vindos da Diáspora. Estes levaram a Boa-Nova aos seus locais de origem, o que provocou o surgimento, bem cedo, de comunidades cristãs em Damasco, Antioquia, Alexandria e mesmo em Roma. Alguns helenistas, no entanto, permaneceram em Jerusalém. Para cuidar de suas necessidades materiais, os apóstolos escolheram sete diáconos. E dentre estes está Estevão de cujo martírio celebramos hoje.

Temos nesta narrativa de Mateus um trecho do discurso atribuído a Jesus ao enviar os doze apóstolos em missão. O texto é escrito em estilo literário-apocalíptico. No evangelho de Marcos, mais primitivo, ele faz parte do discurso escatológico de Jesus ao prenunciar a destruição do Templo de Jerusalém, nas vésperas de sua Paixão (Mc 13,9-13). De fato, muitos dos primeiros cristãos sofreram perseguições tanto da parte dos judeus como do império romano. A alusão à terrível tragédia no seio da família, no texto acima, no seu estilo escatológico-apocalíptico, é uma referência à tradição profética da injustiça universal no fim dos tempos (Mq 7,6). Após a perseguição e morte de Jesus, o diácono Estêvão foi o primeiro dos discípulos a ser martirizado. Embora com uma função subalterna como diácono, ele ousou fazer uma pregação de denúncia do Templo e das tradições do judaísmo, e foi apedrejado.

O seu grupo foi perseguido e disperso, enquanto os chefes da igreja de Jerusalém foram poupados.

Estevão era o diácono que mais se destacava. Por sua pregação incisiva, é detido pelas autoridades judaicas, julgado e apedrejado como blasfemador. Torna-se o primeiro mártir da História da Igreja. Enquanto é assassinado, perdoa os seus perseguidores e entrega, confiante, a sua vida nas mãos de Jesus.

O manto de Estevão foi deixado aos pés de um jovem admirador do ideal farisaico chamado Saulo.

Que ele interceda por nós afim de que não tenhamos medo de ninguém e de nada contando que anunciamos o Evangelho a propósito ou a despropósito.

Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

HOJE NASCEU O SALVADOR Lc 2,1-14 - 25.12.2014


HOMILIA

«Anuncio-vos uma grande alegria». Tais são as palavras do anjo aos pastores de Belém. Ontem como hoje os anjos clamam: trago-vos uma notícia que vos causará uma grande alegria. Para você que  é pobre,  exilado ou condenado à morte, doente, injustiçado, caluniado, haverá notícia mais feliz do que a da aparição do seu Salvador, vindo não só para libertá-lo da morte, mas para lhes conceder o regresso à pátria? É precisamente isto o que eu anuncio para você: «Nasceu o nosso Salvador, Jesus Cristo, o Senhor».
Desde os primeiros instantes de sua vida, o Messias, se identifica com os pobres e marginalizados; pois o recenseamento era instrumento de dominação, já que esse possibilitava saber quantas pessoas deviam pagar o tributo. E é exatamente dentro dessa situação de dominação que nasce o senhor Jesus. Manjedoura é um tabuleiro, coxo em que se põe comida para os animais nas estrebarias. Foi nesse local que nasceu o maior homem que já viveu, Jesus Cristo, o salvador do mundo. Maria e José pertenciam à comunidade dos pobres, das pessoas simples e humildes, e, por isso, não encontraram lugar na casa.
Como está preparada a sua casa interior? Quando um monarca entra pela primeira vez numa cidade do seu reino, são-lhe rendidas as maiores honras; quantas ruas engalanadas, quantos arcos do triunfo! Prepara-te, pois, ó bem-aventurada Belém, para receberes condignamente o teu Rei. Que saibas, como te diz o profeta (Mi 5, 1), que de entre todas as cidades da terra, és a mais favorecida, pois foi a ti que o Rei do céu escolheu para lugar do Seu nascimento aqui na terra, para depois reinar não apenas na Judéia, mas nos corações dos homens, em todos os sítios. O que não terão dito os anjos ao verem a Mãe de Deus entrar numa gruta para aí dar à luz o Rei dos reis! Os filhos dos príncipes vêm ao mundo em aposentos cintilantes de ouro; estão rodeados pelos mais altos dignitários do reino. Ele, o Rei do céu, quis vir nascer num estábulo frio e sem lume, tendo para Se cobrir apenas uns pobres farrapos; e, para Se deitar, apenas uma miserável manjedoura com um pouco de palha.
A própria consideração do nascimento de Jesus Cristo e das circunstâncias que o acompanharam deverá embrasar-nos de amor; e as próprias palavras «gruta», «manjedoura», «palha», «leite», «gemidos», ao porem-nos diante dos olhos o Menino de Belém, deverão ter sobre nós o efeito de setas inflamadas ferindo-nos de amor o coração. Bendita gruta, bendita manjedoura, bendita palha! Mas muito mais benditas ainda sejam as almas que com fervor e ternura amam este Senhor tão digno de amor, almas que, ardendo de inflamada caridade, O recebem na santa comunhão. Com que ardor, com que alegria, Jesus vem descansar nas almas que verdadeiramente O amam!
Na sociedade de hoje, em muitos estabelecimentos, não há lugar para essa classe de pessoas, pois estão sempre ocupados com os "ricos e poderosos". Os primeiros a receber a Boa Notícia são os pobres e marginalizados, aqui representados pelos pastores. Com efeito, na sociedade da época, os pastores eram desprezados, porque não tinham possibilidade de cumprir todas as exigências da Lei. É para eles que nasceu o Salvador, o Messias e o Senhor. E são os primeiros a anunciar a sua chegada. Jesus é o Salvador, porque traz a libertação definitiva. É o Messias, porque traz o Espírito de Deus, que convoca os homens para uma relação de justiça e amor fraterno (cf. Is 11,1-9). É o Senhor, porque vence todos os obstáculos, conduzindo os homens dentro de uma história nova. Depois destes estudos sobre o nascimento de Jesus Cristo, podemos perceber que o Natal deixou de ser uma festa religiosa. Grande parte da sociedade se preocupa apenas em fazer pomposas festas com comilanças exageradas, bebedeiras desenfreadas e até mesmo com um falso laço de amizade; coisas totalmente contrárias à vontade de Deus. Podemos, sim, comemorar o nascimento de Jesus Cristo com festa e muita alegria, mas uma festa puramente cristã, com o espírito de conversão e acolhimento, totalmente aberto para promover a justiça e a paz. Aí sim, podemos ter a convicção de que teremos não só um Natal e um Ano Novo repletos de alegria, prosperidade, paz e felicidade, mas a nossa vida inteira será completa e muito abençoada por Deus. As lindas mensagens de Natal e de Ano Novo que recebemos só vão surtir efeito em nossas vidas se estivermos vivendo como verdadeiros cristãos e discípulos de Jesus Cristo, nosso Senhor.  Que o seu Natal seja a vivência do Deus conosco em Cristo Jesus.
Fonte Padre BANTU SAYLA

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A PROFECIA DE ZACARIAS Lc 1,67-79 - 24.12.2014


HOMILIA

Como Maria na hora da visitação a Isabel, também Zacarias celebra, em longo cântico de louvor e ação de graças, as maravilhas de Deus, que ele contempla realizadas em sua própria casa. É o termo do Antigo Testamento, a aurora do Novo, à hora em que vai nascer o Sol de justiça, o Filho de Deus feito homem. É o cântico que a Igreja há-de cantar todas as manhãs na Hora de Laudes.
O cântico de Zacarias é um louvor ao Deus misericordioso que realiza, através de Jesus, a «visita» aos pobres. Em Jesus se manifesta a força que liberta dos inimigos e do medo, formando um povo santo diante de Deus e justo diante dos homens. Desse modo, manifesta-se a luz que ilumina a condição do povo, abrindo uma história nova, que se encaminha para a Paz, isto é, a plenitude da vida.
Ao tempo do Novo Testamento, muitos previram o cumprimento dessas promessas maravilhosas. Simeão "esperava a consolação de Israel" (Lucas 2:25). Ana representava aqueles que "esperavam a redenção de Jerusalém" (Lucas 2:38). José de Arimatéia "esperava o reino de Deus" (Lucas 23:51). Deus tinha preparado pessoas espirituais para o desenvolvimento de seu plano. Suas muitas promessas e a exposição delas pelos profetas despertaram certa expectativa nos corações do seu povo.
Os primeiros anúncios de que aquelas grandes promessas estavam sendo cumpridas deram alegria aos que ouviram as notícias. O anjo Gabriel disse a Maria: "Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim" (Lucas 1:32-33). Zacarias, inspirado pelo Espírito Santo, falou como Deus estava cumprindo as promessas que havia feito a Davi e a Abraão (Lucas 1:67-79, especialmente 69,73). João Batista e, mais tarde, Jesus e seus discípulos pregaram: "O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo" (Marcos 1:15.
O Magnificat de Maria, tal como o Benedictus de Zacarias é uma exultação no Espírito Santo. Ela resulta do fato de o Espírito Santo os ter feito compreender que as antigas profecias e as promessas de Deus atingiram a sua realização.
Lucas sublinha de modo muito claro que o reconhecimento do Messias e o alcance da sua missão salvadora só pode acontecer aos que têm o Espírito Santo em si. É com este mesmo sentido que Lucas apresenta o canto do velho Simeão no templo. Este ao ver o Menino de Maria, como estava em sintonia com o Espírito Santo, reconheceu naquele recém-nascido o Messias no qual se realizam as antigas profecias e as promessas de Deus.
Fonte Padre BANTU SAYLA

domingo, 21 de dezembro de 2014

O NASCIMENTO DE JOÃO Lc 1,57-66 - 23.12.2014


HOMILIA

A Igreja celebra o nascimento de João como algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o nascimento de João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa. Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos pequenos sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam os vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua misericórdia e com ela se alegraram.
            Os vizinhos e parentes também se alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus: “Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1, 13-15).
            Hoje, infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio, quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou que está progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas do demônio. Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é invejosa?
            1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1 Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes da sua própria natureza.
            2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a testa, cerra os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos no chão. A inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!
            3º Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso qualquer defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!
            4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a calúnia.
            No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que estabelecia com ele e com toda a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e prescreveu que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se na casa paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino, incluía bênçãos e a imposição do nome.
            Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1ss.), declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua, é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu Jesus ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre e vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).
            As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de fato, a mão do Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios nos cegaram e taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza da vida de santidade.
            Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua Providência.
Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 20 de dezembro de 2014

A MINHA ALMA EXULTA EM DEUS Lc 1,46-56 - 22.12.2014


HOMILIA

“Exulta, ó minha alma, no Senhor teu Deus, porque o Todo Poderoso fez em ti maravilhas. Santo é o Seu nome”. Este cântico do Magnificat é a celebração jubilosa e o resumo de toda a história da Salvação, na qual Maria é retomada em todas as etapas desde as origens. Essa história é conduzida por Deus sem interrupção e como o critério do amor misericordioso, à exaltação dos humildes e dos pobres.
            Na narrativa do evangelista Lucas, por ocasião da visitação de Maria a sua prima Isabel, após a saudação da jovem, Isabel a proclama bendita e bem-aventurada. Concluindo o diálogo, Maria entoa o cântico de ação de graças, consagrado na tradição católica como o “Magnificat”. Este hino, bem como o cântico de Zacarias e o de Simeão foram colhidos por Lucas dentre a tradição das comunidades cristãs e inseridos na sua narrativa das infâncias de João Batista e de Jesus.
            Apenas as pessoas sabem ser humildes e simples, por isso, as puras de coração são tocadas pela virtude da gratidão e, conseqüentemente, louvam e glorificam Deus como o fez Maria.
É uma coisa grandiosa quando um homem põe-se de joelhos diante de Deus. E aquele que fica de joelho encontra o seu verdadeiro lugar, dá o sentido da proporção e da medida, afirma que nada é e que Deus é tudo.
            É pura verdade e justiça a sua misericórdia sobre aqueles que o temem. A lei da graça que se realiza em Maria se torna universal. Com o seu “sim” e neste canto de louvor, ela nos ensina que Deus realiza a sua graça quando o homem se convence da necessidade que tem dela. Só quem é cônscio de sua pobreza alcançará a riqueza que só produz. A graça não escolhe pessoas orgulhosas e soberbas, mas os humildes; não os poderosos, mas os fracos; não os saciados, mas os famintos.
            O cântico de Maria é uma apresentação do Deus revelado por Jesus ao longo do Evangelho de Lucas. É o Deus que subverte as sociedades e as religiões estruturadas sobre o poder. É o Senhor que liberta e promove os pobres e oprimidos, derruba os poderosos e distribui os bens da criação para todos. A fé de Maria é uma fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.
Quem confia sabe esperar, mas quem tende à auto-suficiência não é capaz de entender o que isso significa. A conversão exige que mudemos nossos pensamentos e percebamos a presença de Deus no mundo. Oxalá, sejamos como Maria que, compreendendo o tempo de Deus, cantou o Magnificat na casa de Isabel.
Pai, faze-me sensível à espiritualidade daquela que escolheste para ser mãe de teu Filho, porque ela penetrou, de modo admirável, em teu mistério de amor.
Fonte Padre BANTU SAYLA

O NASCIMENTO DE JESUS É ANUNCIADO Lc 1,26-38 - 21.12.2014



HOMILIA

Nada mais belo do que encontrar no início desta caminhada para o Natal esta festa de Nossa Senhora; e, precisamente, comemorando a sua Imaculada Conceição: esse mar de santidade com que Deus a envolveu, para fazê-Ia digna de ser a Mãe do Deus-Homem, o divino Salvador. Ela se apresenta, assim, como a aurora puríssima, anunciando a chegada do Sol divino que o Natal vai fazer resplandecer aos olhos do nosso coração. Ela é a serena Estrela da Manhã, anunciando o dia do cristianismo. E somos convidados a saudá-Ia com as carinhosas palavras da liturgia: toda formosa, Maria"- Maria, tu és toda bela, e em ti não existe a mancha do pecado original.
O mavioso escritor italiano Monsenhor Olgiati conta que houve no seu tempo um eclipse total do sol que atingiu o Norte da Itália. Mas, quem olhasse da planície de Milão na direção dos Alpes, veria o cimo do monte Rosa resplandecendo à luz do sol. Candidíssimo! Sobretudo pelo contraste, livre como ele ficara do cone de sombra que envolvia toda a região. O próprio escritor fez a espontânea comparação. Esse monte iluminado pela luz do sol no meio da escuridão do eclipse é bem uma figura de Maria, resplandecente de graça no meio da sombra total do pecado original que envolveu toda a humanidade.
Todo ser humano, desde o primeiro momento de sua concepção no seio materno, traz a marca do pecado. É a triste herança do pecado do primeiro homem - o pecado original. Desse pecado nasce também a inclinação para o mal - a "concupiscência" - força negativa que mora dentro de nós e que nos obriga a uma cuidadosa vigilância e a um freqüente recurso à oração, para não cairmos no pecado. Pela sua conceição imaculada, Maria foi isenta do pecado original e da concupiscência. Teve aquilo que a teologia chama de dom da "integridade". E a toda pura.
O dogma da Imaculada Conceição não foi proclamado logo nos primeiros séculos. Homens sábios e santos, como São João Crisóstomo por exemplo, admitiam alguma imperfeição moral em Maria. Porém, como que por um divino instinto, já vários escritores, como Santo Agostinho e Santo Efrém, excluíam Maria de qualquer compromisso com o pecado. Em todo o primeiro milênio não aparecem testemunhos explícitos a favor do dogma da Imaculada como o professamos.
No século XIII, século glorioso da Teologia, houve grandes teólogos, como São Bernardo e Santo Tomás de Aquino, que não admitiam que Maria tivesse sido isenta do pecado. Senão- segundo o pensamento deles - Ela não teria sido objeto da redenção trazida por Cristo. E as opiniões se dividiam. Foi quando apareceu o grande teólogo franciscano João Duns Scoto, que abriu um novo caminho para a teologia mariana neste campo.
Ele mostrou como a redenção de Cristo pode ser aplicada de dois modos: nos homens em geral, ela é a redenção "Iiberativa", isto é, que liberta o homem do pecado por ele contraído; em Maria, ela foi a redenção "preservativa", isto é, que impediu que Maria contraísse o pecado. Foi aquilo que Santa Teresinha disse numa mimosa comparação: Deus agiu com Maria como um pai, que não apenas levanta a filha que tropeçou numa pedra do caminho e caiu, mas correu na frente e retirou a pedra para que ela não caísse.
E a persuasão de que Maria foi isenta do pecado original foi crescendo na Igreja entre os pastores e os fiéis, a ponto de que o Concílio Tridentino - século XVI- ao promulgar o decreto sobre o pecado original, declarou solenemente que não pretendia incluir nessa declaração de pecado a Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus. Porém foi só em 1854, depois de ouvir os Bispos de toda a Igreja, que o Papa Pio IX, pela bula "Ineffabilis Deus", promulgou como dogma que a Igreja inteira deve professar, essa sublime verdade que a Bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua conceição, pelos méritos de Cristo Redentor, foi preservada imune do pecado original.
E é isso que o povo cristão celebra com filial alegria, cantando os louvores da Mãe Santíssima. Ela é a toda pura. Ela é a toda bela. Ela é a bendita entre todas as mulheres. Ela é a glória de nosso povo.
Pai plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade.
Fonte Padre BANTU SAYLA

MARIA DO SIM Lc 1,26-38 - 20.12.2014


HOMILIA

“Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada.”! Com essa expressão o anjo se dirigiu a Maria e anunciou advento do Filho do Altíssimo, o qual reinaria eternamente segundo o plano de Deus para a redenção da humanidade. Porque conhecia as Escrituras e confiava na promessa do Pai, Maria submeteu-se a ação do Espírito Santo e deu o seu sim para que a humanidade fosse redimida. O sim de Maria trouxe-nos Jesus. As mesmas palavras que o anjo dirigiu à Mãe de Jesus nos são dirigidas também, hoje, quando somos escolhidos a cooperar na edificação do reino de Deus aqui na terra: “Não tenhas medo,… porque encontraste graça diante de Deus!”
No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”
            Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.
            0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.
            Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.
Assim como precisou de Maria, Deus precisa de cada um de nós para introduzir o Seu reino nas famílias do mundo. Todos nós somos escolhidos para nos submeter à ação do Espírito Santo e assim conceber Jesus no nosso coração. Por isso, precisamos estar sempre disponíveis a fazer a vontade do Pai que quer realizar em nós coisas admiráveis a fim de que sejamos também cheios de graça. Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.
Maria, Mãe de Jesus e minha mãe. Ensinai-me a dizer e viver o meu sim a Deus para que pelo meu sim eu possa continuar dando à luz a Jesus através das minhas palavras e obras aos meus irmãos.

Fonte Padre BANTU SAYLA

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O NASCIMENTO DO JOÃO Lc 1,5-25 - 19.12.2014


HOMILIA

Numa altura em que Zacarias exercia as funções sacerdotais, Deus olhou misericordiosamente pelas suas orações e cumpre a promessa aos homens justos e tementes à Ele. Esse casal vivia a vida que para Deus é correta, obedecendo fielmente a todas as leis e mandamentos do Senhor. Por meio do anjo Gabriel extraordinariamente Deus anuncia o nascimento de João Batista. Pois Isabel era já de idade avançada e para além do mais era velho. Tocou-lhe a vez de exercer o seu ministério e enquanto oferecia o sacrifício divino pelos pecados do povo e também dos seus.
Dentro desta dinâmica Deus resolve atender dentre tantos pedidos o do próprio Zacarias. Conceder-lhe um filho, que por providência divina nasce de uma mulher da estirpe de Aarão cujo nome é Isabel. Pela razão aludida acima, Deus realiza o impossível na vida homens de fé e se aparece alguma dúvida apesar da fidelidade, Ele manifesta o seu poder sobrenatural. O povo rezando do lado de fora esperava que ele saísse depois do incenso. Enquanto isso, o anjo de Deus se aproxima e conversa com Zacarias. E o conteúdo da conversa é: Não tenha medo, Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! A sua esposa vai ter um filho, e você porá nele o nome de João. Neste filho se vê antecipadamente o anúncio do nascimento do Messias, o Emanuel. Ele será mandado por Deus como mensageiro e será forte e poderoso como o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda do Senhor.

Para Lucas, as aparições de anjos são o sinal de que caíram as antigas barreiras entre o céu e a terra, ou pelo menos estão por cair, como neste caso, e está para aparecer na terra dos homens uma epifania do mundo celeste. A iniciativa parte de Deus, porque tudo o que é grande vem d’Ele. Zacarias, ante a impossibilidade humana, expressa a pouca fé nas coisas altas e profundas. Ainda não se sentiu que para Deus nada é impossível e que seu poder começa onde a fraqueza humana mostra os limites de suas possibilidades. Como resultado do seu comportamento ficará mudo até que a profecia se cumpra. Porque para Deus nada é impossível. Tanto tempo, muita demora e como agravante aprece mundo. O povo reage desesperadamente. Como se comunicar com ele? O que será isso? Que milagre terá acontecido? Por inspiração divina chegam a conclusão de que teria tido uma visão. Deus lhe teria falado.

Caríssimos irmãos como a primaveira traz belas e perfumadas flores, o Advento traz vida para nós. Somos chamados com todo o rigor à conversão, à mudança de nossa vida. É preciso que querendo mudemos de verdade o nosso modo de agir e penetremos mais firmemente no caminho do Reino. Se João Batista nos chama à conversão, Jesus por sua vez nos chama e convida a tomar parte no Reino. Próximo de nós está. Se quiseremos na verdade eoncontrar Deus temos de nos converter profundamente. Acolhamos a voz do anjo que nos anuncia a chegada do Deus menino. Tenhamos fé firme e forte que supere a de Zacarias. Pois Ele foi noerteiado somente pela esperança profética. Nós sabemos e temos provas concretas da presença de Deus no mundo. “ Aquele que há de vir, chegará sem demora: já não haverá mais temor entre nós, porque Ele é o nosso Salvador ” Hb 10,37

Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO Mt 1,18-24 - 18.12.2014


HOMILIA

O nascimento de Jesus é precedido pela Anunciação, em Mateus e em Lucas. Neste, a Anunciação é feita a Maria. Em Mateus, o anjo aparece em sonho a José, “filho de Davi”, com a intenção teológica de demonstrar a origem davídica de Jesus, através da genealogia inicial. Jesus é o Messias (Cristo) dos judeus-cristãos para quem Mateus escreve. João inicia seu Evangelho, afirmando a eternidade do Verbo em Deus. Sem origem, existia desde o princípio. Essa é a última realidade de Jesus. Mas, enquanto homem, qual foi sua origem? Mateus e Lucas descrevem o início do homem Jesus de modo diferente, porém, essencialmente idêntico. Lucas apela ao testemunho da mãe, Maria. Mateus, pelo contrário, descreve a situação do ponto de vista do marido, José. Ambos os relatos convergem para afirmar que o concebido no ventre de Maria não tinha pai humano. Que a concepção foi um ato do poder do Espírito Divino. Esse Espírito, que pairava presente sobre as águas no início (Gn 1,2), agora paira sobre Maria para uma realidade que se parece com uma criação.
            Jesus não é um homem qualquer; na sua humanidade existe uma intervenção direta do poder de Deus. Ele tem uma mãe terrena, mas o Pai d’Ele (”meu Pai” dirá Ele) e vosso Pai, é o próprio Deus. Porém, essa sua permanência desde a concepção até seu nascimento no seio de Maria o torna semelhante a nós em tudo. Se o primeiro homem foi feito espírito vivente pelo Sopro Divino, o segundo Adão, Cristo, foi feito homem pelo Espírito Divino que transforma um óvulo humano em ser divino totalmente dependente da divindade. Será chamado Filho de Deus (Lc 1, 35) ou Deus conosco.
            É admirável a simplicidade da narração. Mas também é apreciável o modo como é efetuada: José conhece o caso pelas palavras do mensageiro de Deus, como num sonho. Este sonho implica uma duplicata da realidade que temos que conhecer, em profundidade, unicamente com os olhos e ouvidos interiores. Por meio de uma fé que depende de um relato humano, mas que unicamente aceitamos porque avaliado pela palavra divina.
            A dúvida de José era se podia aceitar uma mulher que, em termos legais, era uma idólatra e, portanto, maculava o matrimônio de modo a atingir de forma pecaminosa o esposo, cuja infâmia, portanto, deve ser extirpada. Aceitá-la era impossível. O meio de recusá-la era a dúvida principal de José. Como temos exposto, escolheu um método que a deixava fora de suspeitas adúlteras, mas que impediria a união matrimonial, porque nesse caso, como marido de uma mulher infiel, comparável a uma idólatra, estaria ele colaborando com o mal. O escrito de repúdio antigo, foi a forma escolhida por José. Não era preciso relatar causas, mas deixar claro que não deviam existir vínculos ulteriores. Tudo estava terminado.
            A visão em sonhos declara os fatos e inocenta Maria. Mais: a eleva à categoria de especial escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador esperado. Existe outro aspecto a ser tomado em conta: pede a José que atue como pai. Ninguém saberá o acontecido e todos pensarão numa concepção, gravidez e nascimento comuns.
            José aceitou o encargo e se tornará pai – todos assim o pensavam - de um menino a quem impõe o nome, de Salvador dos pecados de seu povo. Não dos inimigos externos ou do poder estrangeiro, mas dessa ruptura essencial do homem com Deus que Cristo inicia a dissolver e da qual sempre será causa de anulação por meio da reconciliação. Era o antigo decreto de morte que acompanhava o afastamento do homem. Agora, por parte de Deus, todos somos filhos em seu Filho. Por parte humana, individual, essa nova realidade é assumida particularmente por meio da fé e a conversão em que não é o homem quem dita a ética vital, mas o Homem Jesus quem a proclama no seu Evangelho.
            Pai, ajuda-me a contemplar tua ação maravilhosa em relação à concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de salvação para toda a humanidade.
Fonte Padre BANTU SAYLA

domingo, 14 de dezembro de 2014

OS DOIS FILHOS Mt 21,28-32 - 16.12.2014


HOMILIA

Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus, disse Jesus às autoridades judaicas que o escutavam no Templo. Podemos imaginar o escândalo que estas palavras causaram aos ouvidos dos “justos” de Israel! Ser precedido nos céus por uma prostituta ou um cobrador de impostos?!  No tempo de Jesus, os cobradores de impostos eram totalmente desonestos. Não poderia se ouvir ofensa maior. Ser colocado para trás logo por quem? Por pessoas de má fama?
            Mas, por que Jesus reprova tanto estes sacerdotes e anciãos? Onde foi que eles erraram? Exatamente na incoerência entre o “falar” e o “fazer”. E Jesus mostra isso claramente com a parábola dos dois filhos. Nela, para ambos os filhos, o pai pede cordialmente que trabalhem na vinha. O primeiro se prontifica imediatamente: “Sim, Senhor!”, mas não move uma palha. O segundo está decidido: “Não quero!”, mas pensa melhor e aparece lá para trabalhar.
            No primeiro filho, as palavras são boas e gentis, mas falta a sua realização. No segundo, as palavras até parecem brutas, mas a ação é boa. As palavras por si só não salvam, é preciso praticá-las. O próprio Jesus já havia alertado: “Não quem me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Já o exemplo do segundo filho é autêntico: ele cumpre a vontade do pai não com palavras, mas com ações.
            Os chefes judaicos até que estavam de acordo que a vontade do Pai só pudesse ser cumprida com ações, mas não estavam de acordo de jeito nenhum com a aplicação que Jesus fizera desta parábola. Assim, percebemos que tipo de distância abismal havia entre o dizer e o fazer na religiosidade farisaica e que é tão viva ainda hoje. A reprovação de Jesus é dirigida a quem dá mais valor às aparências do que à essência, mais às palavras que à prática, mas ao exterior que ao interior. Se formos fazer um exame de consciência bem feito, vamos perceber imediatamente como somos fariseus, como o primeiro filho pronto a dizer “sim” com os lábios, mas a não fazer quase nada quando o assunto é cumprir a vontade de Deus.
            A exortação de Jesus se torna ainda mais provocante, como já dissemos acima, porque contrapõe aos seus interlocutores os publicanos e as prostitutas. Para os chefes dos judeus, o fato de serem mencionados juntamente com pessoas dessa classe era muito ofensivo. Eles desprezavam e excluíam totalmente estas pessoas. Jesus, pelo contrário, vê nelas o segundo filho. Num primeiro momento, deram um não, mas depois se arrependeram e fizeram a vontade do Pai. Jesus não aprova o modo de vida delas, mas reconhece a acolhida que elas deram à mensagem de conversão de João Batista e a julga como o cumprimento da vontade de Deus.
            Jesus afirma que só aquele que reconhece o seu pecado pode se arrepender; aquele que se acha justo, um auto-suficiente, seguro de sua justiça, nunca vai reconhecer que erra. De fato, foi isto o que aconteceu pela pregação de João Batista: os fariseus o rejeitaram, enquanto os pecadores se arrependeram e se converteram. Aqueles, de fato, não se agradaram em ouvi-lo, estavam fechados ao Evangelho e só quem se deixa tocar pelo Evangelho, se afasta de si mesmo (já que, no fundo, a religiosidade farisaica é o agradar a si mesmo, pelo próprio comportamento, pelas próprias ações) e se abandona à vontade de Deus.
            Até que os fariseus faziam boas e muitas ações, pois observavam a lei de Moisés, mas esqueciam a parte fundamental: reconhecer os sinais da presença de Deus, primeiramente em João Batista, depois em Jesus. Descobrimos assim que a manifestação concreta da vontade de Deus não coincide nunca com aquilo que nós desejamos e que já pré-estabelecemos como o nosso bem, mas tem sempre a ver com a fé, uma fé que envolve todo o nosso ser e se concretiza numa pequena, simples, mas dificílima ação. O importante não é, portanto, fazer alguma coisa, mas fazer aquilo que Deus quer que nós façamos pela obediência da fé.
            Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta ao teu apelo não seja pura formalidade.
Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 13 de dezembro de 2014

QUEM TE DEU ESSA AUTORIDADE? Mt 21,23-27 - 15.12.2014


HOMILIA

Jesus confunde os chefes, pois era grande a aceitação de João Batista entre o povo, o que tinha reconhecido em João Batista um homem de Deus. Reconhecer o caráter divino do batismo de João implica em reconhecer o caráter divino de Jesus, anunciado por João. No templo, aqueles homens achegam-se a ele e lhe fazem a mais torpe pergunta quando Ele estava ensinando o povo: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu esta autoridade? Negaram-se a tirar a conclusão a que chegou o governante judeu Nicodemos, quando disse a Jesus: Rabi, sabemos que tu, como instrutor, tens vindo de Deus; pois, ninguém pode realizar esses sinais que tu realizas, a menos que Deus esteja com ele. João 3:1, 2.
Jesus podia ter dito aos seus desafiadores: ‘Deixem que as minhas obras falem por si!’ Depois de mais de três anos na sua carreira pública, os principais sacerdotes e os anciãos tinham muitos sinais em que se basear para chegar a uma conclusão correta sobre a identidade de Jesus e seu direito de realizar milagres e ensinar a verdade a respeito do Reino de Deus. Eles simplesmente eram orgulhosos demais para aceitar toda a evidência que Deus fornecia para provar que Jesus era o prometido Messias.
Quando os principais sacerdotes e os anciãos perguntaram a Jesus: Quem te deu esta autoridade? Ele não fez uma pergunta abstrata, mas disse: Também eu vos pergunto uma coisa. Se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João, donde se originou? Do céu ou dos homens? O relato acrescenta: “Mas eles começaram a raciocinar entre si mesmos, dizendo: ‘Se dissermos: “Do céu”, ele nos dirá: “Então, por que não acreditastes nele?” Se, porém, dissermos: “Dos homens”, temos a multidão para temer, porque todos eles consideram João como profeta.’ De modo que disseram a Jesus, em resposta: ‘Não sabemos.’ Ele, por sua vez, disse-lhes: ‘Tampouco eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.
A lição que podemos tirar deste texto é não deixar que o poder no mundo nos ponha em prova e então façamos mil e uma perguntas sobre o por desta ou daquela outra terrível situação que acontece conosco. Mas sim tendo fé, esperança e confiança em Cristo que está por vir tenhamos vida plena.
Fonte Padre BANTU SAYLA

A ALEGRAI-VOS NO SENHOR Jo 1,6-8.19-28 - 14.12.2014


HOMILIA

João Batista é o profeta do Advento e, à semelhança de Isaías, faz ressoar o anúncio de um tempo decisivo que se aproxima. Sua presença é destacada com características semelhantes ao profeta Elias. Por isso é que foi interrogado se era Elias. Depois de um longo silêncio profético em Israel, desponta o Batista anunciando por primeiro a irrupção do Reino de Deus e preparando uma nova aliança: Eu sou aquele que grita assim no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar. Nesta seqüência, João apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. Acreditava-se que o Messias só se manifestaria quando Israel fosse, de fato, a comunidade santa de Deus.
Para tornar-se o povo santo, Israel devia percorrer o caminho da conversão. João faz ecoar o apelo à conversão, à mudança radical de vida, comportamento e mentalidade. Quem se dispunha a acolher o Messias era convidado a iniciar-se na comunidade messiânica, na vida nova própria dos que aguardavam a chegada do Messias.
A pregação de João Batista, como um último apelo de Deus ao seu povo, encontrou ampla adesão: Iam ter com ele toda Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. A preparação para a vinda do Messias passa pela mudança radical que se concretiza numa nova atitude de vida e na opção de uma nova escala de valores.
Ele ressalta a força do Messias e define sua missão como batizar no Espírito: Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar. O Messias terá a força de Deus e sua missão será comunicar o Espírito do próprio Deus, que transforma, renova e recria os corações. O batismo com o Espírito (Mc 1,8) revela que o Messias concederá a capacidade de discernimento no que diz respeito às exigências dos caminhos que conduzem a Deus
Alegremente hoje contemplamos a figura de João Batista. É o domingo da alegria: Alegrai-vos sempre no Senhor. O Senhor está perto! Este homem como dissemos dá o maior testemunho sobre Jesus, diante dos emissários das autoridades judaicas.
Os israelitas viviam dias difíceis sob o jugo dos romanos, explorados pela classe de dirigentes e escravizados pelo sistema religioso, que era ritual e legalista. Para a felicidade dos israelitas e a inquietude das autoridades, do deserto apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. Na pessoa de João, Deus intervém em favor do povo.
O ambiente messiânico vivido pelo povo inquietava a hierarquia religiosa. Uma comissão de sacerdotes e levitas desloca-se de Jerusalém para investigar a ortodoxia de João Batista. Interrogado, o homem enviado por Deus descarta a hipótese de ser o Messias. Eu não sou o Messias. Também nega ser Elias ou um profeta. O Batista não se deixa seduzir pelas falsas opiniões que circulavam sobre ele e que deixavam preocupadas as autoridades. Na realidade, ele rejeita tudo o que o coloque no centro das atenções. Sua missão é ser testemunha da luz, à qual deviam se voltar os olhares.
Não satisfeitos, diante das negativas de João, os representantes das autoridades religiosas perguntam: Quem você é? Ao que o Precursor responde: Sou uma voz gritando no deserto. Novamente, ele se esquiva de ocupar o centro das atenções. Sou uma voz: uma voz que pede que os ouvintes acolham esta mensagem: Aplainem os caminhos do Senhor.
Desconcertados e inquietos, os membros da comissão tornaram a perguntar: Por que você batiza? João evitou responder à objeção dos enviados dos fariseus. Mais que isso, minimizou seu rito batismal e ressaltou que aquele que estava por vir ele mesmo não se considerava digno de desatar as correias de suas sandálias. Apesar de desconhecido, este será a luz que iluminará e libertará o povo da cegueira, da escravidão, da mentira e instaurará um novo tempo. João tinha consciência de que o batismo com água era apenas sinal de conversão e acolhida diante daquele que já estava no meio do povo. Infelizmente a Boa Nova trazida por Cristo e os novos céus e a nova terra podem passar despercebidos aos olhos dos acomodados e instalados numa vida de privilégios à custa do sofrimento do povo. Mas ontem como hoje a missão de João Batista, é minha e tua. Somos nós que devemos abrir as portas de par em par ao Redentor, Luz das nações e gloria de Israel seu povo para todos possa ver a manifestação da Glória de Deus.
Fonte Padre BANTU SAYLA

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

EU AFIRMO A VOCÊS QUE ELIAS JÁ VEIO Mt 17,10-13 - 13.12.2014


HOMILIA

João Batista veio movido pelo mesmo espírito, isto é, com a mesma missão profética de Elias de levar o povo de Deus a uma conversão interior. Assim, ele abriu os caminhos para o Senhor e anunciou a todos a salvação de Jesus Cristo. O anúncio de Elias, assim como o de João Batista tinha como finalidade levar o povo a uma verdadeira conversão.
A exemplo de João Batista, vamos nos preparar a todos para receber JESUS CRISTO que está vindo. Como sabemos Jesus não vai nascer de novo na noite de 25 de dezembro. Mas esta é a data em que relembramos e comemoramos o seu nascimento, a sua vinda ao mundo, ou seja, o mistério da encarnação. O próprio Deus assumiu a natureza humana para nos deixar tudo o que precisamos para a nossa salvação.
Precisamos mostrar ao mundo a pessoa de Cristo que está vindo diariamente a cada um de nós. Batendo a nossa porta. E para isso devemos estar preparados. Discutir e refletir com as pessoas, no como devemos fazer e agir para estarmos preparados. Explicar o que significa preparar os nossos caminhos para a vinda do Senhor. Precisamos mostrar aos nossos irmãos em Cristo, que o Natal não é somente comprar, presentear, comer e beber. O Natal é tempo de conversão e mudança interior começando por cada um de nós, para depois proceder a mudança exterior, começando na nossa casa, no ambiente de trabalho, na escola, na faculdade, etc. O momento é agora. Vamos começar?
Esse tempo que antecede o Natal é propício para que nós, também, estejamos de coração aberto a fim de que aconteçam em nós as grandes transformações que Deus quer operar na nossa vida. Elias, foi arrebatado num carro de fogo e, voltará, ele mesmo, “para colocar tudo em ordem”, antes que venha o grande dia do Senhor. É o próprio Jesus quem assim afirma. Portanto, toda hora é hora para que nós nos preparemos para a vinda do Senhor, que virá uma segunda vez para criar novos céus e uma nova terra. “Vinde, Senhor Jesus!”
Pai, desfaze tudo quanto me impede de reconhecer em teu Filho Jesus, despojado de qualquer ambição mundana, a manifestação de teu amor pela humanidade.
Fonte Padre BANTU SAYLA

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

MARIA VISITA ISABEL Lc 1,39-47 - 12.12.2014


HOMILIA

No dia de hoje celebramos o Dia de Nossa Senhora de Guadalupe, a Padroeira da América Latina. Somos convidados á erguer nossas preces e louvores á nossa Padroeira, que intercede por nós junto á Deus. O Evangelho de hoje trata de um momento muito importante do Novo Testamento: a visita de Maria á Sua Prima Isabel, que como Ela também estava grávida.
A saudação de Maria faz Isabel se encher do Espírito Santo, e a faz sentir seu filho pular em seu ventre; Ao mesmo tempo em que proclama em um grito: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”, anunciando que Maria carregava no ventre o Nosso Senhor Jesus Cristo, que viria para nos libertar do pecado e nos conduzir á vida eterna. Maria se mostra zelosa e cuidadosa com sua prima Isabel, pois não subiu á montanha para passear, mas para cuidar de Isabel, que se encontrava no 6º mês de gestação.
Maria acreditou, confiou e Deus deu a ela a sublime tarefa de ser mãe de Jesus, Seu Filho. Porém, Maria não ficou somente na glória de ser mãe de Deus, ela se fez serva, intercessora, auxiliadora, e cumpriu a sua missão de mãe da humanidade, começando por visitar Santa Isabel e oferecendo a ela seus préstimos. Ao encontrar Izabel Maria fez fluir o júbilo do Espírito Santo. Portanto, a alegria do encontro é a mensagem maior desse Evangelho! Ao se deparar com Maria, a mãe de João Batista, Isabel, ficou cheia do Espírito Santo e abriu os lábios para saudar a Mãe de Jesus. O Espírito Santo é quem nos leva a louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida. Maria foi chamada a Bem-aventurada, feliz, cheia de graças! Assim como visitou Isabel, transmitindo a ela e a João Batista, o poder do Espírito, Maria hoje, também nos visita e traz para nós o Seu Menino Jesus, cheio do Espírito Santo que nos ensina a cantar, a louvar, a bendizer a Deus com os nossos lábios. Somos também bem aventurados se acreditamos nas promessas do Senhor. Isto nos mostra que ser da família de Deus nos traz a responsabilidade e o compromisso com os nossos irmãos e como conseqüência a paz, a alegria, a bem-aventurança – Reze com Maria, hoje: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!”
Hoje somos convidados pela Virgem Maria á enxergar a imagem e semelhança de Deus na face de cada pessoa necessitada e humilde que cruzamos diariamente, e a sermos mais solidários com os nossos irmãos. Lembremo-nos que quem ajuda aos pobres empresta a Deus. Peçamos a Deus a capacidade de reconhecer nossas falhas e que sejamos solidários, zelando pelos nossos irmãos mais necessitados.
Você também se considera bem-aventurado? Você se sente comprometido com Deus? - Você tem usado o Espírito Santo que mora em você para ir à busca daqueles que precisam ser amados e ajudados? - Imagine-se como Maria visitando hoje alguém que você sabe que está precisando de amor!

Fonte Padre BANTU SAYLA

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

NINGUÉM É MAIOR DO QUE JOÃO BATISTA Mt 11,11-15 - 11.12.2014


HOMILIA

Jesus começa o seu discurso exortando a grandeza de João Batista e diz: Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. Amado, o Reino dos Céus já está entre nós, já podemos vivê-lo, já podemos experimentá-lo. O Natal é um sinal desse Reino de amor, de misericórdia e de alegria que nos trás esperança, mas é preciso se fazer pequeno para conquistá-lo, é preciso se fazer humilde e buscar em Deus forças para trazer a nós o amor entre familiares, como fez João Batista. Amado, o próprio Jesus nos diz que o menor no Reino dos Céus é maior do que João Batista, este mesmo homem anunciou Jesus, anunciou que viria o messias e traria a paz, a alegria, o perdão, então devemos ser menores ainda que João Batista e nos entregarmos a vontade de Deus, João Batista pregou para toda uma cidade anunciando a conversão.
            Jesus hoje quer que somente tu pregues na sua casa, não somente com a boca, mas com a vida, com exemplos, com testemunho. Ele quer que tu não excluas alguém por ser rotulado de briguento, vigiado em droga, prostituição, alcoólatra ou coisa parecida   da tua família. E pode ser que maior parte dos teus já o tenham apagado da lista dos parentes e por isso não pode ser convidado para ceia alguma. Neste evangelho Jesus está te dando a possibilidade de testemunhar o verdadeiro sentido do Natal. Natal é alegria, é perdão, é reconciliação, é justiça, é amor de Deus em nós.
            Assim, do mesmo modo que o Senhor nos dá tantas chances de melhorarmos, nós também devemos dar essa chance ao nosso irmão. Convidando-o à conversão. O que exigirá de nós antes de tudo o fazer-ser pequeno como João. Isto significa dar o primeiro passo no perdão, na compreensão, na paciência, ser pequeno é dar o primeiro passo para convidar aquela ovelha desgarrada que ninguém acredita mais, ser pequeno é tomar uma atitude que até hoje não foi tomada na tua casa por alguém. É convidar a todos na véspera de Natal a orar, nem que seja um Pai Nosso e uma Ave Maria, é falar que o Natal é amor e esperança dentro da família, ser pequeno é viver o que Jesus diz: Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam ( Mt 12,12). Ser pequeno é ser violento na prática do bem e da justiça;  ser violento para conquistar o Reino dos Céus é dar o primeiro passo em ser cristão, e não temas porque o Senhor te capacitará, Ele te dará forças, Ele te ungirá. Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tomo pela mão e te digo: “Não temas; eu te ajudarei. (Is 13-14)
Senhor Jesus, quero ser pequeno e começar a viver o teu Reino nas pequenas coisas. Quero viver esse Natal diferente de todos os outros onde eu pude presenciar brigas, discussões, discórdias entre minha família, mas neste Natal eu quero ser com João Batista e anunciar o teu amor, o teu perdão, anunciar que com o Senhor a minha frente tudo é possível. Por isso peço-Vos que me ensineis como dar o primeiro passo. Assim como ungistes os teus profetas, unge-me também e darei testemunho das vossas maravilhas.


Fonte Padre BANTU SAYLA

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

UM CONVITE DE JESUS Mt 11,28-30 - 10.12.2014


HOMILIA

Hoje o Senhor claramente nos convida a irmos a Ele: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos... E eu pergunto quantos de nós temos nos cansado durante o nosso dia a dia, pelas circunstâncias, seja uma insatisfação pessoal no trabalho, sejam as coisas que acontecem que não saem da forma como desejamos, ou seja, até mesmo o jeito como nós tratamos a quem amamos que por muitas vezes nem é o modo como queremos tratar, mas pela falta de paciência, pelo cansaço físico, mental ou espiritual nos deixamos levar pelas nossas fraquezas e não fazemos o bem que desejamos.
Hoje Jesus nos convida porque conhece o nosso coração e sabe que só n’Ele teremos descanso, pois Ele mesmo justifica isso quando diz Tomai sobre vós o meu jugo e aprendeis de mim, porque sou manso e humilde de coração. Pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve.
Jesus não nos convida até Ele para nos condenar, mas nos convida para tirar de nós tudo que não nos faz bem, inclusive nosso sentimento de culpa em relação aos nossos pecados e fraquezas. Ele anseia e deseja muito que O busquemos para nos dar o descanso necessário para uma boa caminhada.
Não importa se estás passando por esta crise, pensando que ninguém se importa, que ninguém se preocupa, o que eu quero dizer-te são Palavras do Mestre: Vinde a mim, todos vós que estais cansados de carregar as vossas pesadas cargas, e eu vos darei descanso. Neste texto Jesus demonstra o seu amor para contigo. Ele se importa contigo e por isso de chama. Faz-te um convite. E este é para os que têm problemas, para os cansados e os oprimidos; os que estão com cargas tão pesadas e tão grandes que não dão conta de carregar sozinhos; os que perderam a esperança até mesmo para esperar; os que estão feridos e com traumas profundos; os que não têm mais caminho, para caminhar; os que perderam o rumo da vida, para os que perderam a direção.
O convite é para ti que estás com o coração quebrado, arrebentado, porque há reabilitação, há cura; é para ti que desperdiçaste a tua vida no mal, pois ainda há possibilidade para fazer o bem; para ti que já não tens mais perspectiva na vida, expectativa de um novo começo; para ti que te sentes desesperado, desprezado; para ti que te sentes doente, perdido na vida; para ti que estás longe, e morto em delitos e pecados.
Talvez tu dias: Minha vida não tem jeito, porque o pau que nasce torto, cresce torto e morre torto”, Mas te digo, Tem sim! Porque o pau que nasce torto, só é torto antes de chegar nas mãos do carpinteiro de Nazaré. Depois de passar pelas Suas mãos saí um móvel precioso raríssimo de encontrar! Ele te ofereçe uma nova oportunidade. Jesus é o Deus do impossível, é o Deus capaz de fazer: do vilão, um herói; do bandido, um santo; do perseguidor, um defensor do evangelho.
Com as palavras vinde a Mim, Jesus nos chama a confiar n’Ele, a crer. Porque ninguém pode ir, e seguir, sem crer, sem confiar nele.
Ele te chama para que tu tomes sobre ti o jugo d’Ele: tomai sobre vós o meu jugo. Jesus não te engana. Ele não prometeu só mar de rosa, porque aqui o jugo quer dizer que tudo aquilo que Jesus passou tu terás de passar. Assim como Ele foi perseguido, sofreu, maltratado e até pela tua própria família, caluniado, zombado, odiado, abandonado entre ladrões e morto na Cruz mas que três dias depois ressuscitou assim também tu terás de passar pela mesma situação. Alías ao discípulo basta ser igual ao mestre. Se a Mim trataram assim, a vós também. Mas não tenhais medo. Eu venci o mundo!
Precisamos aprender d’Ele: e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Chama-nos ao discipulado d’ele, sermos seus alunos. Ele quer que eu e tu sejamos seu imitador. Ele passará a ser o teu modelo. Tu precisarás conhecer mais e mais o teu Senhor, as coisas d’Ele, até chegar ao pleno conhecimento. Mas isso só será possível se estiveres perto d’Ele. É por isso que também nos chama para estar perto dEle, junto dEle, para ter comunhão, e intimidade com Ele. É urgente que tu contes tudo para Deus. Ele te dá este privilégio de abrir o peito, a alma, e o coração. E então: achareis descanso para as vossas almas.
Hoje Jesus quero Te louvar pelo meu trabalho, que tem me tirado muito dos nossos momentos de intimidade. Isso, na verdade, tem me feito valorizar cada minutinho que posso beber da graça que é ter tua presença. Dá-me a graça de, durante todo o meu dia, conseguir parar, para escutar e discernir a Tua vontade para as minhas atitudes do meu dia. Da-me a graça de ser manso e humilde assim como Tu és, Senhor.
Fonte Padre BANTU SAYLA

domingo, 7 de dezembro de 2014

AS CEM OVELHAS Mt 18,12-14 - 09.12.2014


HOMILIA

Esta parábola fala sobre o bom pastor que tendo cem ovelhas descobre que falta uma. É preciso ser mesmo bom para notar que num universo de 100 falte uma. Pois o bom pastor conhece as suas ovelhas. Ele sempre anda no meio das ovelhas e cuida delas. Das grandes e das pequenas. Ele conhece bem cada uma. O mau pastor não se interessa por isso e não sente a falta de uma ovelha perdida. Ele só se interessa por seus negócios. Ele cuida do rebanho, porque quer ganhar um salário, mas não por amor. As ovelhas são objetos, que ele quase não conhece. Ele não se interessa pelas vidas delas. O seu bem estar é mais importante. Por causa disso ele foge quando a sua vida é ameaçada. Ele não pensa em proteger o rebanho. Ele só pensa em salvar a sua vida. Não ama o rebanho.
O bom pastor ama o rebanho e também a ovelha perdida. Ele cuidou dela já desde o inicio. Cuidou dela quando era pequenina. Cuidou dela quando estava doente. Conhece as qualidades dela; conhece também as fraquezas dela. Ela estava fraca e andava sempre atrás na fila. Ela se extraviou e perdeu o contato com o rebanho.
O bom pastor logo reagiu com o coração. Ele amou esta ovelha. As noventa e nove estavam boas, mas esta ovelha sozinha estava em grande perigo! Sozinha, ela seria uma presa fácil para um lobo ou uma águia. Então, ele deixou as noventa e nove e começou a buscar a ovelha perdida. Isso nos mostra o coração do pastor. Não a mente do pastor.
Pois se ele considerasse as ovelhas como coisas, como objetos, que lhe podiam dar lucro. Ele não ia deixar as noventa e nove ovelhas para buscar aquela perdida. Ele faria uma cálculo e diria: não vou deixar as noventa e nove ovelhas para buscar aquelaperdida, que talvez não vá encontrar mais. É melhor perder uma do que perder noventa e nove ovelhas. É uma pena, mas vou deixar. Assim pensa o mercenário, o administrador, que só observa o valor das coisas. Mas o bom pastor não vai calcular. O coração dele domina o seu trabalho. Ele deixa as noventa e nove ovelhas e buscará aquela perdida. E se achá-la, ele terá uma grande alegria.
A alegria do pastor não é somente porque ele encontrou a ovelha extraviada, mas porque ela quer voltar para o rebanho. Ela não é rebelde, mas ela perdeu o caminho. Às vezes isso acontece: um adolescente se desvia do rebanho por que pensa que o capim no mundo é mais verde do que na igreja. Ela se afasta um pouquinho e depois ela se afasta mais, comendo os frutos do mundo. E num certo momento descobre que estes frutos são maus. O que parecia tão bom, era na verdade mal. Ela começa a pensar na sua vida antiga na igreja onde as pessoas a ajudavam; onde se sentia protegida; onde sentia uma paz. Mas ela sente também vergonha; como voltar? Pois nunca mais mostrou interesse para a igreja, sempre ignorava os convites dos irmãos. Como eles vão reagir? O pastor vai dizer o que? Mas o bom pastor não diz nada; se ele acha a ovelha perdida, ele ficará alegre. Pois ele sabe que há uma alegria no céu. Os anjos se alegram e Deus também.
Jesus disse: Assim também, não é da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. Esta parte é a conclusão dessa parábola! Não é da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
Quem são estes ‘pequeninos’? São aqueles que foram mencionados anteriormente. São as crianças de Deus, são os filhos de Deus; são aqueles que crêem em Jesus Cristo (vs. 6); podem ser crianças, mas podem ser também adultos.
Deus não quer que um dos seus pequeninos se perca. E por causa disso Deus mandou o seu Filho único para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João disse isso em João 3,16. Mas Mateus diz isso também aqui em vs. 11 do nosso texto: “O Filho do Homem veio para salvar o que se havia perdido”. O filho do homem é Jesus Cristo, irmãos. Jesus veio para cumprir a vontade do Pai. Ele não queria que um destes pequeninos se perdesse. Por isso Jesus deu a sua vida na cruz. Assim age o bom pastor. Compare com João 10, 11-15! O bom pastor sacrifica a sua vida para salvar as ovelhas. Ele conhece as ovelhas e tem uma relação com elas. Ele ama as suas ovelhas. O estrangeiro não age assim. Ele cuida do rebanho por causa do dinheiro. As ovelhas são objetos. O bem estar das ovelhas não é importante. O seu bem estar é mais importante.
Por causa disso ele foge quando a sua vida é ameaçada. Ele não pensa em proteger o rebanho. Ele pensa em salvar a sua própria vida. Não ama o rebanho.
Mas Deus não é assim. Ele está buscando os pecadores. Já desde o início (Gênesis 3, 9; 12,1; Óséias 11,1; Mt. 1,21; Mt. 9,13; Mt. 15, 21-28; Mt. 28,19); Jesus veio para salvar o seu povo; ele buscou aqueles que foram expulsos das sinagogas: os publicanos, as prostitutas; ele os chamou para o arrependimento; ele veio para salvar as ovelhas perdidas de Israel; mas no final ele abre o curral e manda os apóstolos para buscar as outras ovelhas. João 10, 16 fala sobre isso. Jesus é o bom pastor. Ele cuida do rebanho de Israel, mas ele sabe que existem outras ovelhas, que não são dessa raça; ele buscará e chamará e elas ouvirão a voz do bom pastor e virão e se unirão com o rebanho de Cristo. É isso o que nós experimentamos hoje.
Nunca poderíamos imaginar que o nosso pecado e a nossa fraqueza nos levam para Deus. Pode até ser incoerente: mas a nossa culpa de certa forma é necessária para que nós possamos usufruir da misericórdia de Deus. “Bendita culpa que me trouxe tão grande Salvador!” O próprio Jesus nos garante que o Pai fica mais feliz ao nos resgatar porque estamos perdidos do que mesmo quando estamos sempre perto Dele. Na verdade, todos nós, em algum momento, somos ovelhas desgarradas, necessitadas de salvação e de abrigo em conseqüência do nosso pecado. Portanto, pode até ser absurdo, mas, devemos nos sentir felizes pelo nosso pecado, pois assim nós temos a oportunidade de que Deus nos manifeste a Sua grande misericórdia. Somos essas ovelhas fugidas querendo voltar e o Senhor está sempre de braços abertos para nos acolher. O Pai não quer que nenhum de nós se perca, portanto, deixemo-nos encontrar pelo Pastor, que é Jesus.
Você se sente como a ovelha fugida? Você quer voltar? – Jesus está esperando você: Experimente fazer a experiência da volta para Deus! Ele ficará feliz!
Fonte Padre BANTU SAYLA

sábado, 6 de dezembro de 2014

MARIA DO SIM Lc 1,26-38 - 08.12.2014


HOMILIA

“Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada.”! Com essa expressão o anjo se dirigiu a Maria e anunciou advento do Filho do Altíssimo, o qual reinaria eternamente segundo o plano de Deus para a redenção da humanidade. Porque conhecia as Escrituras e confiava na promessa do Pai, Maria submeteu-se a ação do Espírito Santo e deu o seu sim para que a humanidade fosse redimida. O sim de Maria trouxe-nos Jesus. As mesmas palavras que o anjo dirigiu à Mãe de Jesus nos são dirigidas também, hoje, quando somos escolhidos a cooperar na edificação do reino de Deus aqui na terra: “Não tenhas medo,… porque encontraste graça diante de Deus!”
No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”
            Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.
            0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.
            Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.
Assim como precisou de Maria, Deus precisa de cada um de nós para introduzir o Seu reino nas famílias do mundo. Todos nós somos escolhidos para nos submeter à ação do Espírito Santo e assim conceber Jesus no nosso coração. Por isso, precisamos estar sempre disponíveis a fazer a vontade do Pai que quer realizar em nós coisas admiráveis a fim de que sejamos também cheios de graça. Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.
Maria, Mãe de Jesus e minha mãe. Ensinai-me a dizer e viver o meu sim a Deus para que pelo meu sim eu possa continuar dando à luz a Jesus através das minhas palavras e obras aos meus irmãos.

Fonte Padre BANTU SAYLA

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A MENSAGEM DE JOÃO BATISTA Mc 1,1-8 - 07.12.2014

HOMILIA

Marcos nos apresenta uma novidade como ponto central na história da humanidade e na vida individual de todos os homens: é a proclamação de Jesus de Nazaré como o Ungido e Messias por ser ele o Filho do Deus Único e Verdadeiro. Essa proclamação é necessária nos dias de hoje até para muitos batizados que vivem de costas a essa realidade.
O AT está ligado ao NT porque aquele é a palavra da esperança e este é o cumprimento da mesma. Ambos escritos sob a inspiração divina se complementam como uma História única em que Deus intervém de modo pessoal. Deus não é somente o providente e diretor, um deus ex maquina, mas que intervém com sua presença para impedir que tudo acabe em tragédia pelo triunfo do mal.
João no deserto é uma figura que representa a atualização dos desejos da humanidade: a proximidade de Deus nas vidas de todos os que não conseguem sair da miséria de suas vidas quer seja na ordem material, quer na ordem espiritual. O Deus do Batista é um Deus próximo, amigo e protetor. É o Deus que os profetas anunciaram e que o Batista recorda como imediato e aliado para quem optou pelo bem.
Marcos inicia seu evangelho com as narrativas sobre João Batista e o batismo de Jesus, e encerra o evangelho com a narrativa do encontro do túmulo vazio pelas mulheres (o que vem a seguir, Mc 16,9-20 , é consensualmente um acréscimo posterior ao texto original). Marcos segue a trajetória delineada por Pedro, registrada por Lucas em Atos dos Apóstolos, segunda a qual o testemunho de Jesus abrange o período que vai "desde o batismo de Jesus até o dia em que foi arrancado dentre nós" (At 1,22). Posteriormente, Mateus e Lucas elaborarão as narrativas de infância de Jesus, que serão inseridas antes das narrativas sobre João Batista e sobre o batismo de Jesus. Por último, João escreverá seu evangelho iniciando-o com o Prólogo do Verbo encarnado, para, em seguida narrar os fatos relativos a João Batista.
João Batista e Jesus têm íntima relação em seus ministérios. Lucas, de modo especial, destaca esta relação no seu evangelho, fazendo um expressivo paralelismo nas suas narrativas de infância de João Batista e de Jesus.
João Batista era filho de sacerdote, porém rompe com a tradição sacerdotal e com o Templo de Jerusalém, indo para a periferia ("deserto") às margens do rio Jordão, pregando a conversão à prática da justiça, pelo que os pecados são perdoados. Para o sistema religioso sacerdotal os pecados só poderiam ser perdoados perante os sacerdotes, no Templo, mediante ofertas e sacrifícios. João descarta esta doutrina, anunciando que é pela prática da justiça que se supera o pecado. Com a sua pregação João é visto como o cumprimento da profecia de Isaías, preparando o caminho de Jesus.
A Igreja toma como modelo de sua pregação neste Advento a mudança de mentalidade, como a que se dá naquele que se arrepende de um desígnio ou plano anterior como de uma determinação errada ou de uma atuação desastrosa. E as palavras dos antigos profetas indicam o caminho a empreender de novo: Deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Somente com este propósito poderemos entender no seu verdadeiro significado a visita de Jesus e seu modelo como homem.
Convido-te a seres como um menino que, diante do presépio, teve um colóquio com Jesus: Que gostarias Jesus que eu te desse como presente de teu aniversário? Três coisas - disse-lhe Jesus: Dá-me o desenho que fizestes hoje de manhã. Mas ninguém gostou do mesmo. Por isso mesmo. Quero que sempre me dês aquilo que os outros não gostam de ti ou que tu mesmo olhas como frustração. Como segundo presente dá-me teu prato. Mas eu quebrei o prato. Por isso mesmo eu quero tudo que na tua vida está roto e fragmentado. Eu te ajudarei a recompô-lo. E a terceira coisa? Pois a resposta que deste os teus pais quando te perguntaram pela quebra do prato. Mas foi uma mentira! Por isso mesmo: eu te mostrarei como a verdade é mais proveitosa do que qualquer mentira mesmo que nesta última encontres a desculpa que te parece necessária, para evitar que o fizeste por raiva, por pirraça. Lembro-te que para Deus nada é impossível. O que Deus não é capaz de faze é deixar de te amar. A tua vida para Ele tem concerto. Porque cada criatura, ao nascer, traz a mensagem de que Deus ainda não perdeu a esperança no homem.
Fonte Padre BANTU SAYLA