domingo, 31 de janeiro de 2016

MEUS OLHOS VIRAM A SALVAÇÃO Lc 2,22-40 - 02.02.2016

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HOMILIA

A liturgia de apresentação evidenciou os dois grandes eixos da existência de Jesus: sua humanidade e sua divindade. Fora apresentado o homem Jesus, com todas as suas características socioculturais e familiares, em sua fragilidade de recém-nascido, na pobreza de seus pais, inferiorizado, em termos religiosos, por ser galileu. No menino Jesus, expressou-se a humanidade, de forma irrestrita. Ele não fora poupado em nada, ao aceitar encarnar-se na história humana.

A narrativa de Lucas é envolvida pelo tema da contradição. Por um lado, Lucas acentua o empenho dos pais de Jesus em inseri-lo nas observâncias legais. Por cinco vezes é dito que tudo era feito conforme Lei. Porém, na profecia de Simeão, o menino será um sinal de contradição. Quem era conduzido pelos pais na observância da Lei, crescendo em sabedoria e graça, será o profeta que denuncia a opressão da Lei e a corrupção do Templo, proclamando a libertação e a bem-aventurança dos pobres. O amadurecimento no amor liberta e cria novas relações justas e fraternas entre homens e mulheres.

Fiéis às tradições religiosas do povo, Maria e José cumpriram o rito de apresentação do filho primogênito. Este gesto simples revestiu-se de simbolismo. Quem tinha sido levado ao templo, mais que filho de Maria e José, era o Filho de Deus.

Entretanto, ao consagrá-lo a Deus e fazendo-o, daí em diante, pertencer-lhe totalmente, a liturgia evidenciava a divindade de Jesus. Aquele menino indefeso pertencia inteiramente a Deus, em quem sua existência estava enraizada. Era o Filho de Deus. Por isso, no templo, estava em sua própria casa. Suas palavras e ações seriam a manifestações do amor de Deus. Por meio dele, seria possível chegar até Deus. Uma vez que podia ser contemplada em sua pessoa, sua divindade fazia-se palpável na história humana. Assim se explica por que Simeão viu a salvação de Deus.

Embora esta festa de 2 de fevereiro caia fora do tempo de Natal, é parte integrante do relato de Natal. É uma faísca do Natal, é uma epifania do quadragésimo dia.

É uma festa antiqüíssima de origem oriental. A Igreja de Jerusalém já a celebrava no século IV. Era celebrada aos quarenta dias da festa da epifania, em 14 de fevereiro. A peregrina Eteria, que conta isto em seu famoso diário, acrescenta o interessante comentário de que se “celebrava com a maior alegria, como se fosse páscoa”‘. De Jerusalém, a festa se propagou para outras igrejas do Oriente e do Ocidente. No século VII, se não antes, havia sido introduzida em Roma. A procissão com velas se associou a esta festa. A Igreja romana celebrava a festa quarenta dias depois do natal.

A festa da Apresentação celebra uma chegada e um encontro; a chegada do Salvador esperado, núcleo da vida religiosa do povo, e as boas-vindas concedidas a ele por dois representantes dignos da raça eleita, Simeão e Ana. Por sua proveta idade, estes dois personagens simbolizam os séculos de espera e de fervoroso anseio dos homens e mulheres devotos da antiga aliança. Na realidade, representam a esperança e o anseio da raça humana.

A procissão representa a peregrinação da própria vida. O povo peregrino de Deus caminha penosamente através deste mundo do tempo, guiado pela luz de Cristo e sustentado pela esperanças de encontrar finalmente ao Senhor da glória em seu reino eterno. O sacerdote diz na benção das velas: “Que quem as levas para enaltecer tua glória caminhemos no caminho de bondade e vamos à luz que brilha para sempre”.

A vela que levamos em nossas mãos lembra a vela de nosso batismo. E o sacerdote diz: ” guardem a chama da fé viva em seus corações. Que quando o Senhor vier saiam a seu encontro com todos os santos no reino celestial”. Este será o encontro final, a apresentação , quando a luz da fé se converter na luz da glória. Então será a consumação de nosso mais profundo desejo, a graça que pedimos na pós-comunhão da missa.

Por estes sacramentos que recebemos, enche-nos com tua graça, Senhor, tu que encheste plenamente a esperança de Simeão; e assim como não o deixaste morrer sem ter segurando Cristo nos braços, concede a nós, que caminhamos ao encontro do Senhor, merecer o prêmio da vida eterna.

Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: neste dia volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do seu agrado.

Assim seja!
Fonte Canção Nova

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sábado, 30 de janeiro de 2016

JESUS CURA UM HOMEM DOMINADO POR ESPÍRITOS MAUS Mc 5,1-20 - 01.02.2016

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HOMILIA

Depois de atravessar o mar da Galiléia, Jesus chegou com seus discípulos o província de Gadara, onde encontrou um homem endemoninhado (Mc.5.1-20; Mt.8.28-34; Lc.8.26-39).

As narrativas de milagres, freqüentes nos evangelhos, são a expressão do amor libertador e vivificante de Jesus. Em Marcos, o ato inaugural do ministério de Jesus é a expulsão do demônio de um homem da sinagoga. Fica, assim, destacada a libertação da doutrina opressora desta sinagoga.

Na narrativa de hoje, Jesus liberta um homem em território dos gentios, sob o domínio do império romano. A identificação do demônio, que o possuía pelo nome de “legião”, aponta para as legiões romanas que ocupavam esta região. Os porcos que se arremetem ao mar e perecem assemelham-se ao exército do faraó no mar Vermelho, no Êxodo.

O homem libertado por Jesus sai a anunciar a sua misericórdia, tornando-se um missionário gentio entre os gentios.

Aquele episódio, entre tantos registrados na Bíblia, nos mostra a existência dos demónios, que são espíritos maus, anjos caídos, que estão na terra com o propósito de prejudicar a humanidade e afrontar Deus.

Além de influenciar e oprimir os homens, os espíritos malignos chegam a possuir a mente e o corpo de muitas pessoas. Aquele homem tinha muitos demínios que se identificaram com o nome de legião. Assim era chamada uma divisão do exército romano composta por 6000 soldados. Percebe-se que a denominação de uma entidade maligna pode ser ocasional, utilizando uma palavra significativa em dado contexto cultural.

Muitos negam a existência de demônios e atribuem aos problemas mentais quaisquer manifestações desse tipo. Fato é que inúmeras pessoas têm sido libertas pelo nome de Jesus. Se esse nome tem o poder que a bíblia lhe atribui, então também é verídica a possessão demoníaca que a mesma bíblia afirma.

O gadareno vivia nos sepulcros, que eram cavernas. Ali não era lugar para pessoas vivas, mas o Diabo o levou para lá. Nisso percebemos o seu propósito de roubar, matar e destruir (João 10.10). A vida daquele homem estava encerrada, perdida. Estava separado da família, dos amigos e da sociedade. Era um morto-vivo morando no cemitério, sem esperança e sem perspectiva. Assim como Deus tem um plano para o ser humano, Satanás também tem, e aquele homem atingira um estágio avançado da execução dos desígnios diabólicos. Quem não segue a Cristo está caminhando com o inimigo rumo à perdição eterna. Ainda que não esteja possesso, está influenciado e dominado pelo mal, podendo chegar a situações muito piores.

Ninguém podia fazer coisa alguma por aquele homem. Não podiam salvá-lo ou ajudá-lo de alguma forma. Então, tentavam prendê-lo, talvez com a intenção de protegê-lo de si mesmo. Entretanto, os demônios se manifestavam com fúria, despedaçando correntes e cadeias. Ele era incontrolável. Nenhum ser humano tem força para controlar um demônio. O que dizer de milhares? Aquele homem precisava conhecer Jesus.

O possesso vivia perturbado. Era feroz e ameaçador (Mt.8.28). Não tinha descanso. Não conseguia dormir. Andava nu, gritando, dia e noite, enquanto se feria com pedras. O inferno será muito pior do que isso. Neste endemoninhado estava uma amostra do tormento eterno. Muitas pessoas, mesmo não estando possessas, estão oprimidas pelo Diabo e são descontroladas, inquietas, agitadas, vivem ferindo a si mesmas e aos outros. Precisam de um encontro com Jesus. Os que estão nas mãos de Satanás vão acumulando feridas diversas, numa vida de dor e sofrimento atroz. Cristo é o único que pode lhes trazer libertação e salvação-

O demônio reconheceu Jesus imediatamente e se prostrou para adorá-lo, como fazia quando era um anjo de Deus. Naquele momento, o espírito mau deu o seu testemunho de que Jesus é o Filho de Deus. Algo tão difícil para as pessoas acreditarem e reconhecerem, era fato natural para aquela entidade maligna porque a sua essência é divina e que está sofrendo as conseqüências da sua rebelião.

Imediatamente, Jesus expulsou a legião daquele homem. Quando o gadareno encontra o nazareno, tudo muda. Jesus faz o que ninguém mais pode fazer. O endemoninhado não podia libertar a si mesmo da escravidão espiritual. Os outros também não podiam libertá-lo. Mas sim, o Filho de Deus. Ele sim, veio trazer liberdade aos cativos, desfazendo as obras do Diabo.

Jesus atendeu ao pedido daqueles espíritos, permitindo que eles entrassem nos porcos. Imediatamente, aqueles animais foram precipitados no despenhadeiro, caindo no mar e morrendo afogados. Creio que era isso que os demônios pretendiam fazer ao gadareno. Então, por quê não fizeram? Eles só agem dentro dos limites da permissão divina (Mc.5.13). Além disso, os demônios usavam aquele corpo como casa (Mt.12.43-44) e não iriam destruí-lo tão cedo. O diabo utiliza seus escravos para fazer suas obras malignas neste mundo. Por isso, é útil para ele que suas vidas miseráveis sejam prolongadas por algum tempo.

Depois da libertação, o gadareno parecia outro homem. Foi encontrado assentado, vestido e em perfeito juízo (Mc.5.15). A conversão é o início de uma nova vida, com equilíbrio, sossego, descanso, paz, dignidade, ordem e decência. Além de ter sido liberto, aquele homem foi salvo (Lc.8.36).

Muitas pessoas vieram vê-lo, mas não glorificaram a Deus por sua libertação. O momento era propício ao louvor e às ações de graças, mas houve murmuração. Os demônios adoraram a Jesus, mas o povo não adorou. Muitos ficaram revoltados contra ele por causa da morte dos porcos. Portanto, aquele homem não tinha valor algum para o seu povo. Os porcos eram considerados mais importantes. A perda financeira foi mais sentida do que o ganho humano e espiritual. O materialismo dominava aquela gente. Encontraram Cristo, mas não foram salvos. Resolveram expulsá-lo daquela cidade. Que situação estranha! Jesus expulsou os demônios de um homem e depois foi expulso do lugar. Qual é a nossa atitude para com Jesus? Hoje, da mesma forma, cada pessoa deve tomar a decisão de acolher Jesus ou rejeitá-lo.

O gadareno liberto pediu para seguir a Jesus, mas ele não permitiu. Cristo havia atendido a um pedido dos demônios, mas não atendeu à oração daquele homem. Por quê? Jesus tinha um propósito para ele naquele lugar. Vemos nisso o amor e a misericórdia para com aquele povo ímpio que rejeitou Jesus. Ele deixou o gadareno ali como o pregador, dando seu testemunho para todos, começando pela sua casa. Agora que estava liberto, poderia retomar a normalidade da sua vida. Sua família também tinha sido abençoada através daquela libertação. Aquele que se converte torna-se bênção para o seu lar e para a sociedade.

Neste episódio, os discípulos nada fizeram, senão aprender com o Mestre aquilo que deveriam realizar após a sua ascensão. Jesus subiu ao céu, mas encarregou sua igreja de continuar sua obra de libertação. Assim, através de nós, Jesus continua libertando. Aqueles que alcançam a libertação e a salvação saem de uma vida de tormento e começam a usufruir a alegria de Deus em seus corações e se tornam evangelhos vivos para entre  e nos seus.
Fonte Canção Nova

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Pregação e Caridade - Lc 4,21-30 - 31.01.2016

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HOMILIA

O Evangelho (Lc 4, 21-30 nos mostra que todos davam testemunho a respeito de Jesus, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. Mas os nazarenos logo se deixaram envolver em considerações demasiadamente humanas: Não era acaso Ele um homem como eles, filho de José? Por que não fazia ali os mesmos milagres que tinha feito em outros lugares?

Jesus responde: “Nenhum profeta é bem recebido na sua terra”. Mas, nem por isso muda de atitude. Pelo contrário, procura demonstrar-lhes que o homem não pode ditar leis a Deus e que Deus tem a liberdade de distribuir os seus dons a quem quer. Jesus quer fazer compreender aos seus conterrâneos que veio trazer a salvação, não a uma cidade ou a um povo concreto, mas a todos os homens, e que a graça divina não se vincula a uma pátria, a uma raça, ou a méritos pessoais, mas é totalmente gratuita.

Levantaram e expulsaram Jesus da cidade, tentaram lançá-Lo no precipício; mas, Jesus passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Tal é a sorte que o mundo guarda para aqueles que, como Cristo, têm por missão o anúncio da verdade. É o que vemos em Jr 1, 4-5. 17-19: Deus tinha escolhido Jeremias como profeta, antes de nascer, mas ao tomar conhecimento, por revelação divina, quando jovem, desta eleição, treme e, pressentindo futuras contrariedades, quer recusar. Mas Deus anima-o: “Não temas porque estarei contigo para te livrar” (Jr 1,8). O homem escolhido por Deus, para ser porta-voz da Sua palavra, pode contar com a graça de Deus que se lhe antecipa e o acompanhará em todas as situações. Não lhe faltarão contrariedades, perigos e riscos, tal como não faltaram aos profetas e ao próprio Jesus. Apesar disso, Deus também o anima, tal como aconteceu a Jeremias: “Eles combaterão contra Ti, mas não te vencerão, pois Eu estarei contigo para te proteger”. (Jr 1, 19).

No anúncio da Palavra, S. Paulo nos convida a aspirar aos dons mais elevados. Para descrever esses dons, recorda-nos o chamado hino da caridade, uma das mais belas páginas das Cartas do Apóstolo Paulo (1 Cor 12, 31- 13,13).

A virtude sobrenatural da caridade não é um mero humanitarismo. “O nosso amor não se confunde com a atitude sentimental, nem com a simples camaradagem, nem com o propósito pouco claro de ajudar os outros para provarmos a nós mesmos que somos superiores. É conviver com o próximo, venerar a imagem de Deus que há em cada homem, procurando que também ele a contemple, para que saiba dirigir-se a Cristo” (São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 230).

Sem caridade, a vida ficaria vazia… A eloquência mais sublime e todas as boas obras- se pudessem dar-se – seriam como o som de um sino ou de um címbalo, que dura um instante e desaparece. Sem caridade, diz-nos o Apóstolo, de pouco servem os dons mais preciosos: “Se não tiver caridade, nada sou”.

São Paulo aponta as qualidades que adornam a caridade e diz, em primeiro lugar, que a caridade é paciente. Para fazer o bem, deve-se antes de mais nada saber suportar o mal. A paciência denota uma grande fortaleza. É necessária para nos fazer aceitar com serenidade os possíveis defeitos, as suscetibilidades ou o mau-humor das pessoas com quem convivemos. É uma virtude que nos levará a esperar o momento adequado para corrigir; a dar uma resposta afável, que muitas vezes será o único meio de conseguir que as nossas palavras calem fundo no coração da pessoa a quem nos dirigimos. É uma grande virtude para a convivência.

A caridade não é invejosa. Da inveja nascem inúmeros pecados contra a caridade: a murmuração, a detração, a satisfação perante a adversidade do próximo e a tristeza perante a sua prosperidade. A inveja é frequentemente a causa de que se abale a confiança entre amigos e a fraternidade entre irmãos. É como um câncer que corrói a convivência e a paz. São Tomás de Aquino chama-a “mãe do ódio”.

A caridade não é jactanciosa, não se ensoberbece. Sem humildade, não pode haver nenhuma outra virtude, e particularmente não pode haver amor. Em muitas faltas de caridade houve previamente outras de vaidade e orgulho, de egoísmo, de vontade de aparecer. O horizonte do orgulhoso é terrivelmente limitado: esgota-se em si mesmo. O orgulhoso não consegue olhar para além da sua pessoa, das suas qualidades, das suas virtudes, do seu talento. É um horizonte sem Deus. E neste panorama tão mesquinho, nunca aparecem os outros, não há lugar para eles.

A caridade não é interesseira. Não pede nada para a própria pessoa; dá sem calcular o que pode receber de volta. Sabe que ama Jesus nos outros e isso lhe basta.

A caridade não guarda rancor, não conserva listas de agravos pessoais; tudo desculpa.

A caridade tudo crê, tudo espera, tudo tolera. Tudo, sem nenhuma exceção.

A caridade não termina nunca; é, já aqui na terra, um começo do Céu, e a vida eterna consistirá num ato ininterrupto de caridade, diz S. Tomás.

“O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança e o amor. Mas a maior delas é o amor” ( 1 Cor 13, 8.13).

É o maior dom e o principal mandamento do Senhor. Será o distintivo pelo qual se reconhecerá que somos discípulos de Cristo; é uma virtude que, para bem ou para mal estaremos pondo à prova em cada instante da nossa vida.

“Esforçai-vos por alcançar a caridade” (1 Cor 14,1), exorta-nos S. Paulo.

Mons. José Maria Pereira

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

JESUS ACALMA UMA TEMPESTADE Mc 4,35-41 - 30.01.2016

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HOMILIA

Muitas vezes costumamos usar frases como “estou passando por uma tempestade” para falar que estamos passando por uma situação difícil.

E quantas vezes também dizemos que nossa comunidade esta navegando em “águas tranqüilas” ou de “vento em popa”. Com isso queremos dizer que o momento não há dificuldades, que tudo vai bem, as pessoas se entendem e de fora não há maiores ameaças que possam destruir o espírito comunitário. Mas, é assim que sentimos normalmente a comunidade? Ou tem outras figuras que explicam melhor o que se passa? Por exemplo: parece que o “barco esta afundando” ou uma “tempestade” atingiu nossa comunidade, ou ainda, tem muita “onda brava” querendo nos arrasar. Que significa isso? Que mar de nossa sociedade está tão cheio de perigos, ameaças que a gente não consegue mais se defender. Ou que os ventos do espírito de egoísmo e consumismo invadem tudo. E nós, ficamos com medo ou resistimos com confiança e coragem? Como sentimos a presença de Jesus que acalma a tempestade?

Marcos usa essa mesma linguagem para mostrar como as suas comunidades estavam trinta e sete anos após a morte e ressurreição de Jesus. Explico-me melhor.

Quando surgiu o Evangelho de Marcos, por volta dos anos 70, suas comunidades estavam sendo perseguidas pelo Império Romano. A situação de medo, pavor e intranqüilidades fez com que Marcos comparasse suas comunidades com um barquinho perdido no mar da vida, açoitado por ventos fortes o impedido de chegar ao porto.

Para os Judeus o mar era o lugar da morada dos monstros e dos poderes da morte, onde a frágil vida do homem estava em constante perigo. Para os membros das comunidades, Jesus parece estar dormindo, pois não aparece nenhum poder divino para salvá-las das perseguições. É em vista desta situação de desespero que Marcos na hora de escrever o seu Evangelho, como resposta positiva para as comunidades se animarem, recolhe vários episódios da vida que revelam qual o Jesus presente no meio das comunidades. Com esse episódio Marcos procura abrir os olhos dos membros da sua comunidade para mostrar-lhes que o contrário da fé não é a incredulidade, mas sim o medo. E que o medo impede de compreender Jesus como o Senhor da vida, que triunfa sobre a morte. Jesus é vencedor! Não há motivo para elas terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada.

Foi um dia pesado, de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas, Jesus diz: “Vamos para o outro lado!”. Do outro lado do mar da Galiléia ficava uma região de gente “pagã”, que não pertencia ao povo israelita. Os discípulos sentiam medo de entrar em contato com essa gente. Do jeito que Jesus estava, eles o levam no barco, de onde tinha feito o discurso das parábolas. De tão cansado, Jesus deita e dorme. Este é o quadro inicial que Marcos pinta. Quadro bonito, bem humano.

O mar era um lugar que dava medo. O povo daquele tempo pensava que no mar moravam grandes monstros e onde o demônio andava solto. Quem mandava no mar eram os demônios. Por isso, na Bíblia, muitas vezes mar não tem só o sentido de grande extensão de água, mas também símbolo de perigo e das forças do mal.

Só que muita gente não sabe que o “Mar da Galiléia” na verdade não passava e não de um grande lago cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas provocando as inúmeras interpretações, como as que já vimos.

Vento forte, mar agitado, ondas… São também símbolos de agitação, ligados ao mar. Quando as primeiras comunidades cristãs refletiam esta passagem do Evangelho, lembravam-se das suas dificuldades e das ameaças de destruição que enfrentavam.

Os discípulos eram pescadores experientes. Se eles acham que vão afundar, então a situação é perigosa mesmo! A barca era um instrumento para navegar. Mas, era também um símbolo da comunidade dos primeiros cristãos. Eles sentiam a sua caminhada como um barco navegando no mar. Por isso, no texto fala não só da barca onde este Jesus, mas também de outras barcas, que representam todas as comunidades que surgiram depois de Jesus.

Jesus nem sequer acorda e continua dormindo. Este sono profundo não é só sinal do grande cansaço, é também expressão da confiança tranqüila que ele tem em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e a dos discípulos é grande!

Os primeiros cristãos, muitas vezes, achavam que as dificuldades e perseguições eram maiores do que as suas forças. Jesus, que tinha prometido estar sempre junto deles, parecia estar dormindo…

Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Primeiro, ele se dirige ao mar e diz: Fique quieto! Cale-se! Acalme-se!. E logo o mar se acalma. Não se trata de uma ordem de Jesus que tem efeitos mágicos. Marcos não quer mostrar que Jesus pode mudar as leis da natureza. Quer mostrar que Jesus é uma presença que vence os poderes do mal e traz de novo coragem e confiança para os seguidores que estão assustados com as dificuldades e perseguições.

Em seguida, se dirige, aos discípulos e diz: “Por que vocês têm medo? Ainda não têm fé?” A impressão quer se tem é que não é preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo: É como quando você chega numa casa e o cachorro, ao lado do dono late muito. Aí não precisa ter medo, pois o dono está lá e controla a situação. O episódio evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Evoca o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Jesus refaz o êxodo e realiza a profecia anunciada pelo Salmo 107 (106).

Jesus acalma o mar e diz: “Então, vocês não têm fé?” Os discípulos não sabem o que responder e se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Jesus parece um estranho para eles! Apesar da longa convivência, não sabem direito quem ele é. Quem é este homem? Com esta pergunta na cabeça, as comunidades continuavam a leitura E até hoje, é esta mesma pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho. É o desejo de conhecer sempre melhor o significado de Jesus para a nossa vida.
Fonte Canção Nova

AS SEMENTES Mc 4,26-34 - 29.01.2016

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HOMILIA

A semente que germina e cresce por si mesma exprime a ação de Deus que comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma em uma árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos, desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.

Marcos mostra Jesus como Mestre do Reino ensinando às multidões desde a barca de Pedro (4,1). Seu ensino é na base de parábolas ou exemplos. A parábola é uma narração que sob o aspecto de uma comparação, está destinada a ilustrar o sentido de um ensino religioso. Quando todos os detalhes têm um sentido e significado real, a parábola se taransforma em alegoria. Como em Jo 10,1-16, no caso do bom pastor. No A T as parábolas são escassas, um exemplo é 2 Sm 12, 1-4 em que Natã dá a conhecer seu crime a Davi. Porém no NT Jesus usa frequentemente as parábolas especialmente como parte de seu ensino do Reino dos Céus, para iluminar certos aspectos do mesmo. No dia de hoje temos duas pequenas parábolas, a primeira própria  de Marcos e a segunda compartida por Mateus (13, 21+) e Lucas (13, 18). Na parábola da semente, Jesus indica que o Reino tem uma força intrínseca que independe dos trabalhadores. Na segunda que o Reino, minúsculo nos tempo de Jesus, expandir-se-á de modo a se estender pelo mundo inteiro. Vejamos versículo por versículo as palavras de Jesus.

 E dizia: assim é o Reino do Deus, como se um homem lançasse a semente sobre a terra (26). Que significa Reino de Deus? No AT Jahvé, o Deus de Israel, era o verdadeiro rei e seu reino abrangia todo o Universo. Os juízes eram praticamente os seus representantes. Por isso, o seu profeta Samuel, último juiz, escutou estas palavras: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, porque não querem mais que eu reine sobre eles (I Sam 8, 7). A partir de Davi o reino de Deus tem como representante um rei humano, mas a experiência terminou em fracasso, e o reino de Deus acabou por ser um reino futuro escatológico como final dos tempos e transcendente, como sendo Deus mesmo o que seria ou escolheria o novo rei. Esse reino está chegando e tem seu representante na pessoa de Jesus e dos apóstolos. Nada tem de material ou geográfico, e é formado pelos que aceitam Jesus como Senhor, caminho, verdade e vida. Por isso dirá Jesus que o reino está dentro de vocês. A Igreja fundada por Jesus é a parte visível desse reino, que não é como os do mundo, mas tem sua base em servir e não em ser servido (Lc 22, 27). O oposto do amor, que é serviço no reino é o amor ao dinheiro ( Mt 6, 24), de modo que podemos afirmar que o dinheiro é o verdadeiro deus deste mundo. A primeira comparação que revela como atua o Reino é esta parábola de Jesus, facilmente entendida como tipo, e que finalmente veremos como protótipo nas observações.

E durma e se levante noite e dia; e a semente germine e cresça de um modo que ele não tem conhecido. É importante unir este versículo ao anterior para obter o sentido completo da parábola. O agricultor faz sua vida independente e a semente nasce e cresce sem ter nada que ver com o agricultor fora o fato de ser semeada por ele no início. Deste modo Paulo pode afirmar: Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer. Aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas importa somente Deus, que dá o crescimento (1 Cor 3, 6-7). Assim, a continuação dirá Jesus: Pois por si mesma a terra frutifica primeiramente a erva, depois a espiga, depois o trigo pleno na espiga .

Quando porém, tiver aparecido o fruto, rapidamente ele envia a foice porque tem aparecido a ceifa. Não há nada a comentar a não ser que o trabalho do agricultor. Vemos como se reduz a semear e ceifar. A terra e a semente fazem o resto.

E dizia: a que compararíamos o Reino do Deus , ou em que parábola o assemelharíamos? Parece que Jesus medita antes de afirmar ou escolhe uma comparação apropriada. Seu estilo é de chamar a atenção dos ouvintes, um simples recurso oratório que indica por outra parte uma memória viva dos ouvintes e não uma posterior reconstrução. É possível que estas palavras formem parte do método de ensino de Jesus.

Como com a semente da mostarda, a qual quando sendo semeada na  terra é a menor de todas as sementes sobre a terra. A mostarda é uma planta da família da couve ou repolho, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega até atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e seu tronco se torna lenhoso. Por isso os árabes falam de árvores de mostarda. Esta variedade so cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pintassilgos, gulosos de suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos. As sementes não são as menores entre as conhecidas, mas parece que eram modelo, na época, de coisas insignificantes.

A mais comum é a branca não tão ardente como a preta, precisamente por sua maior facilidade em recolher os frutos. E quando está semeada surge e se torna maior do que todas as hortaliças e produz galhos grandes de modo que podem, sob sua sombra, as aves do céu habitar . Temos visto como chegam até 3 ou 4 m de altura, suficientes para aninhar os pássaros em seus galhos.

E com muitas parábolas semelhantes falava a eles a palavra do modo que podiam ouvir . Temos aqui uma discriminação feita sem saber a razão de por que foi escolhida por Jesus. Os discípulos tinham ocasião de saber o significado verdadeiro das comparações, por vezes não muito claras para o ouvinte geral. O caso mais evidente é o do semeador e os diversos terrenos em que a semente cai. O público em geral podia ficar com a idéia de que a semente da palavra era recebida de formas mui diversas pelos ouvintes, mas a razão destas diferenças só era explicada aos que, interessados, perguntaram junto aos doze pela explicação da mesma (Mc 4, 13-20). O encontro com a palavra é um dom de Deus, mas a resposta à mesma depende da vontade e do interesse de cada um. A explicação correspondente sempre a receberá quem esteja interessado em saber a verdade.

Na primeira destas parábolas do dia de hoje temos a exposição de como o Reino se expande com uma força que não depende dos homens mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que descreve a força interna do Reino.

Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.

Uma certeza é evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ignorar. Em que consiste? Jesus não revela sua essência, mas devido ao nome estamos inclinados a afirmar que o Reino como nova instituição é uma irrupção da presença de Deus na História humana, que seria uma revolução e uma conquista, não violenta mas interior do homem, e que deveria mudar a religião em primeiro lugar e as relações sociais em segundo termo. Numa época em que revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia religiosa era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as externas qualidades do Reino tenham sido descritas e de modo a não levantar reações violentas. O reino sofrerá violências mas não será o violentador (Mt 11, 12).

Se quisermos apurar as coisas, poderíamos atribuir ao Reino uma universalidade que não tinha a Antiga aliança. Mas isto é esticar as coisas além do estado natural das coisas e da narração de hoje no evangelho de Marcos.
Fonte Canção Nova

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O CANDELABRO Mc 4,21-25 - 28.01.2016

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HOMILIA

A pessoa que recebeu a Palavra de Deus de bom grado em seu coração há de frutificar grandemente, de maneira que todos possam ver os seus frutos. Daí a parábola da candeia, que revela a posição que ocupará no reino espiritual aquele que se deixou transformar completamente pela semente da Palavra.

Marcos apresenta alguns ditos de Jesus que são encontrados, dispersos, em Mateus e Lucas. O dito a respeito da lâmpada sobre o candelabro é encontrado no evangelho de Mateus, introduzido pela proclamação: “Vós sois a luz do mundo!” no início do Sermão da Montanha. Assim, o testemunho dos discípulos deve ser uma luz para o mundo. No ensinamento de Jesus, não há nenhuma falsidade oculta, como na doutrina dos fariseus, nem ensinamento reservado a grupos elitizados, como no gnosticismo.

“E disse-lhes: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” – Marcos 4:21

O candelabro era a lâmpada dos tempos de Jesus. Na parábola, a candeia significa a luz de Deus que brilha através de alguém que realmente teve uma experiência pessoal com Jesus. Sua vida vai manifestar um brilho especial como que dizendo ao mundo que se achou o caminho da paz, da alegria, da fé, que as pessoas tanto procuram. O papel da Palavra de Deus no coração do homem é justamente este, o de tirar o homem das trevas do ódio e da amargura, e coloca-lo na luz do amor de Deus. Uma vez que o indivíduo teve essa experiência e vai crescendo mais e mais no conhecimento de Deus, a luz de Cristo no seu interior vai brilhar cada vez mais intensamente a fim de se manifestar aos homens que ainda vivem nas trevas (João 1:4-5; I João 1:5-7)

“E disse-lhes: Vem porventura o candelabro para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não vem antes para se colocar no velador?” – Marcos 4:21

O texto diz que a lamparina não vem para ser deixada num lugar qualquer da casa, mas sim no velador que sempre era posicionado em lugares altos de onde podia iluminar toda a casa. Jesus está dizendo que aquele que teve uma experiência genuína com Deus e que está crescendo em maturidade através da semente plantada em seu coração, certamente será posicionado em lugares cada vez mais estratégicos no reino espiritual de maneira que possa abençoar as pessoas de forma mais eficaz. Quem nos posiciona em lugares altos é o Senhor nosso Deus. Ele conhece o nosso coração e sabe se de fato temos frutificado e sido abençoadores de outras vidas. Aquele que é fiel no pouco sobre o muito será colocado (Mt. 25:23).

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” – Marcos 4:22.

Jesus disse que nada está encoberto senão para vir à luz. Ele está querendo dizer que assim como uma semente plantada na terra permanece oculta por um certo tempo, vindo depois à luz, da mesma forma, toda semente divina plantada no coração do homem, tende a manifestar-se no seu devido tempo, revelando sua espécie. Aquele que tem recebido pela fé a Palavra de Deus em seu coração, mais cedo ou mais tarde, terá a alegria de ver esta Palavra manifestada aos homens, pelas novas atitudes e obras praticadas. A luz de Deus deixará de estar no oculto do coração, para ser algo notório a todos os homens (Gálatas 5:22-23)

“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” – Marcos 4:23. Os versículos seguintes aos mencionados acima mostram que, para que a luz venha a de fato manifestar-se, é necessário que o homem, canal da luz, seja um bom ouvinte da Palavra. Os versículos 23 e 24 dizem: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Também lhes disse: Atendei ao que ouvis”. Os ouvidos precisam atentar a toda palavra que sai da boca de Deus, porque destas viverá o homem (Dt. 8:3 b). O solo que frutificou na parábola do semeador foi aquele que, antes de tudo, ouviu a Palavra e a recebeu, e só então pôde dar o fruto esperado. Antes da frutificação vem o receber, e antes do receber vem o ouvir. A pergunta que queremos deixar aqui é sobre como temos ouvido a Palavra. Não o ouvir com os ouvidos naturais, mas com os ouvidos do coração. Porque toda frutificação depende de ouvidos sensíveis e receptivos ao que Deus está falando.

 “E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis.” – Marcos 4:24-25

Quem ouve as palavras de Jesus e as acolhe não condena, mas pratica a misericórdia. Quem faz um julgamento usando a misericórdia como medida alcançará, por sua vez, misericórdia em abundância.

A sentença final pode ser um provérbio popular da Antiguidade, que interpreta as relações socioeconômicas daquelas sociedades, no mundo grego-romano e oriental. O rico acumula cada vez mais riquezas, à custa dos pobres, cada vez mais empobrecidos. Com certo constrangimento, seria aplicado na perspectiva da fé. Quem tem a fé vai se fortalecendo cada vez mais, enquanto aquele que não a tem, vai se debilitando.

Com que intensidade nós queremos ver a manifestação do brilho de Deus em nossas vidas? Qual o posicionamento no reino espiritual que esperamos da parte de Deus?  Todas estas questões dependem de como nos debruçamos de coração ao que estamos a ouvir da parte de Deus. A medida de unção, revelação e autoridade espiritual dependem de uma atitude cada vez mais positiva em relação à Palavra de Deus a nós ministrada. Se a desprezarmos ela não terá proveito para nós; mas se a valorizarmos, Deus nos acrescentará mais e mais de tudo o que ela oferece (Jeremias 29:13; 33:3).

Que toda transformação do nosso coração, operada por Deus e por Sua Palavra, possa resultar na iluminação de milhares de pessoas.
Fonte Canção Nova

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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O SEMEADOR, A SEMENTE E O SOLO Mc 4,1-20 - 27.01.2016

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HOMILIA

Jesus contou freqüentemente, por parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia-a-dia que ele usava para ilustrar verdades espirituais.

Esta história fala de um fazendeiro que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus em Marcos 4:13: “Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?” Jesus está dizendo que esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. Esta é uma das três únicas parábolas registradas em mais do que dois evangelhos, e também é uma das únicas que Jesus explicou especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta história.

A história em si é simples: “Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e, estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um” (Lucas 8:5-8). A explicação de Jesus é também fácil de entender: “A semente é a palavra de Deus. A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam. A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido d bom e reto coração retêm a palavra; estes frutificam com perseverança” (Lucas 8:11-15). Alguém ensina as Escrituras a várias pessoas; a resposta dessas pessoas depende do estado do coração delas, isto é, de sua atitude. Consideremos o semeador, a semente e o solo.

O trabalho do semeador é colocar a semente no solo. Uma vez que a semente for deixada no celeiro, nunca produzirá uma safra, por isso seu trabalho é importante. Mas a identidade pessoal do semeador não é. O semeador nunca é chamado pelo nome nesta história. Nada nos é dito sobre sua aparência, sua capacidade, sua personalidade ou suas realizações. Ele simplesmente põe a semente em contato com o solo. A colheita depende da combinação do solo com a semente.

Aplicando-se espiritualmente, os seguidores de Cristo devem estar ensinando a palavra. Quanto mais ela é plantada nos corações dos homens, maior será a colheita. Mas a identidade pessoal do professor não tem importância. “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1 Coríntios 3:6-7). Em nossos dias, o semeador tornou-se a figura principal e a semente é bastante esquecida. A propaganda das campanhas religiosas freqüentemente contém uma grande fotografia do orador e dá grande ênfase ao seu nível escolar, sua capacidade pessoal e o desenvolvimento de sua carreira; o evangelho de Cristo que ele supõe-se estar pregando é mencionado apenas naquelas letrinhas, lá no canto. Não devemos exaltar os homens, mas fixarmo-nos completamente no Senhor.

A semente é a Palavra de Deus. Cada conversão é o resultado do assentamento do evangelho dentro de um coração puro. A palavra gera (Tiago 1:18), salva (Tiago 1:21), regenera (1 Pedro 1:23), liberta (João 8:32), produz fé (Romanos 10:17), santifica (João 17:17) e nos atrai a Deus (João 6:44-45). Como o evangelho se espalhava no primeiro século, foi-nos dito muito pouco sobre os homens que o divulgaram, porém muito nos foi dito sobre a mensagem que eles disseminaram.

A colheita do evangelho pode ser pequena (se o solo for pobre), mas Deus só nos deu permissão para plantar a palavra. Somente plantando a Palavra de Deus nos corações dos homens o Senhor receberá o fruto que ele espera. Ou, usando uma figura diferente: as Escrituras são a isca de Deus para atrair o peixe que ele quer salvar. Precisamos aprender a ficar satisfeitos com seu plano.

O fruto produzido depende da resposta à Palavra. É decisivamente importante ler, estudar e meditar sobre as Escrituras. A palavra tem que vir habitar em nós (Colossenses 3:16), para ser implantada em nosso coração (Tiago 1:21). Temos que permitir que nossas ações, nossas palavras e nossas próprias vidas sejam formadas e moldadas pela palavra de Deus.

Uma safra sempre depende da natureza da semente, não do tipo da pessoa que a plantou. Um pássaro pode plantar uma castanha: a árvore que nascer será um castanheiro, e não um pássaro. Isto significa que não é necessário tentar traçar uma linhagem ininterrupta de fiéis cristãos, recuando até o primeiro século. Há força e autoridade próprias da palavra para produzir cristãos como aqueles do tempo dos apóstolos. A palavra de Deus contém força vivificante. O que é necessário é homens e mulheres que permitam que a palavra cresça e produza frutos em suas vidas; pessoas com coragem para quebrar as tradições e os padrões religiosos em volta deles, para simplesmente seguir o ensinamento da Palavra de Deus. Hoje em dia, a palavra de Deus tem sido freqüentemente misturada com tanta tradição, doutrina e opinião que é quase irreconhecível. Mas se pusermos de lado todas as inovações dos homens e permitirmos que a palavra trabalhe, podemos tornar-nos fiéis discípulos de Cristo justamente como aqueles que seguiram Jeus quase 2000 anos atrás. A continuidade depende da semente.

É perturbador notar que a mesma semente foi plantada em cada tipo de solo, mas os resultados foram muito diferentes. A mesma palavra de Deus pode ser plantada em nossos dias; mas os resultados serão determinados pelo coração daquele que ouve.

Alguns são solos de beira de estrada, duro, impermeável. Eles não têm uma mente aberta e receptiva para permitir que a palavra de Deus os transforme. O evangelho nunca transformará corações como estes porque eles não lhe permitem entrar.

As raízes das plantas, no solo pedregoso, nunca se aprofundam. Durante os tempos fáceis, os brotos podem parecer interessantes, mas abaixo da superfície do terreno, as raízes não estão se desenvolvendo. Como resultado, se vem uma pequena temporada seca ou um vento forte, a planta murcha e morre. Os cristãos precisam desenvolver suas raízes por meio de fé em Cristo e de estudo da Palavra cada vez mais profundo. Quando se permite que ervas daninhas cresçam junto com a semente pura, nenhum fruto pode ser produzido. As ervas disputam a água, a luz solar e os nutrientes e, como resultado, sufocam a boa planta. Existe uma grande tentação a permitir que interesses mundanos dominem tanto nossa vida que não nos resta energia para devotar ao crescimento do evangelho em nossas vidas.

Então, há o bom solo que produz fruto. A conclusão desta parábola é deixada para cada um escrever. Que espécie de solo você é?
Fonte Canção Nova

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A MINHA E A TUA MISSÃO... Lc 10,1-9 - 26.01.2016

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HOMILIA

Em Lucas 9,1-6 encontramos o envio dos doze apóstolos. Mas, estes, apesar de formarem o núcleo da jovem Igreja, não foram mandados como precursores de Jesus, já que não tinham ainda identificado como Messias aquele que os enviara como se pode ver em no versículo 20 do mesmo capítulo. Agora, Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos setenta e dois discípulos; estes, sim, são enviados “na frente” de Jesus. Sua missão específica é: Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: O Reino de Deus chegou até vocês. Portanto, são enviados como precursores, como preparadores da chegada do reino de Deus que eles anunciam na pessoa de Jesus.

Lucas nos apresenta 72 discípulos enviados. Este número é simbólico e indica a universalidade da missão. Todo o povo de Deus está chamado a se lançar na missão de anunciar a Boa do Reino. Esta missão, não é uma tarefa somente do papa, de bispos, sacerdotes e diáconos. Mas sim, uma obra de todos os batizados. Portanto, a missão é universal desde a sua origem e compreende todos.

As instruções para os dois grupos de missionários são praticamente as mesmas. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados pelos menos dois também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das dificuldades.

Em seguida, Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de colheita. Esta é imensa, mas os trabalhadores disponíveis são poucos. E a situação é a mesma, ontem e hoje. É um trabalho gigantesco, e nunca haverá trabalhadores suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los, por isso, é necessário rezar a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes, e, mesmo assim, são poucos diante da imensidão da missão que ele tem pela frente e da qual nos torna participantes.

Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e perigosa. Aqueles que ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem sempre serão recebidos de braços abertos. Devem fazer sua parte com competência e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus, e Ele não vai deixar cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para isto.

A mensagem a ser levada é o dom da paz, no sentido mais completo, para as pessoas e às famílias, e, sobretudo, a mensagem de que é “o Reino de Deus está próximo de vós”. O reino de Deus é antes de tudo uma pessoa: Jesus. Quem o acolhe encontra a vida, a alegria, a missão de anunciá-lo. O gesto de bater, sacudir a poeira dos pés, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em terra pagã, não queriam ter nada em comum com o modo de vida dos pagãos. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem oferece.

O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde. Os enviados não devem levar nada de material, mas devem contar com a providência divina e com a hospitalidade fortemente praticada naquela época; eles devem ser respeitosos, atentos aos mais fracos; devem curar os doentes; devem fazê-lo gratuitamente sem buscar outras recompensas. O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente em Deus. A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações. Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã de anunciar o Reino de Deus que está presente entre nós.
Fonte Canção Nova

domingo, 24 de janeiro de 2016

JESUS ENVIA OS DISCÍPULOS Mc 16,15-18 - 25.01.2016

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HOMILIA

Celebramos hoje com toda a Igreja a conversão de São Paulo Apóstolo, o grande missionário que levou o Evangelho para todos os cantos do mundo, fundando, formando e orientando comunidades cristãs. Sabemos de sua mudança de vida: de perseguidor do Evangelho de Cristo crucificado a redentor da humanidade.

A questão central abordada no Evangelho de hoje é a do papel dos discípulos no mundo, após a partida de Jesus ao encontro do Pai. O texto consta de três cenas: Jesus ressuscitado define a missão dos discípulos; parte ao encontro do Pai; os discípulos partem ao encontro do mundo, afim de concretizar a missão que Jesus lhes confiou.

Na primeira cena (vers. 15-18), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado e define a missão que, doravante, eles serão chamados a desempenhar no mundo.

A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade. A missão deles destina-se a “todo o mundo” e não deverá deter-se diante de barreiras rácicas, geográficas ou culturais. A proposta de salvação que Jesus fez e que os discípulos devem testemunhar, destina-se a toda a terra.

Depois, Jesus define o conteúdo do anúncio: o Evangelho. O que é o Evangelho? No Antigo Testamento, essa palavra está ligada à “boa notícia” da chegada da salvação para o Povo de Deus. Depois, na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade. Para os catequistas das primeiras comunidades cristãs, o Evangelho é o anúncio de um acontecimento único, capital, fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o único e exclusivo Evangelho que muda o curso da história e transforma o sentido e os horizontes da existência humana.

O anúncio do Evangelho obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (quem acreditar e for batizado será salvo); mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação (quem não acreditar será condenado – vers. 16).

O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas toda criatura. Muitas vezes, o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói esse mundo “bom” e harmonioso que Deus criou. Mas a proposta de salvação que Deus apresenta, destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade. Ao transformar o coração do homem, o Evangelho, apresentado por Jesus e anunciado pelos discípulos, vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas – uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.

A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade através dos gestos dos discípulos de Jesus. Comprometidos com Cristo, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão, “expulsarão os demônios em meu nome”, serão arautos da paz e do entendimento dos homens, “falarão novas línguas”, levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento. Quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados; e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.

Na segunda cena (vers. 19), Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de Deus. A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma de sugerir que, após o cumprimento da sua missão no meio dos homens, Jesus foi ao encontro do Pai e reentrou-se na comunhão d’Ele.

A entronização de Jesus “à direita de Deus” mostra, por sua vez, a veracidade da proposta de Jesus. Na concepção dos povos antigos, aquele que se sentava à direita de Deus era um personagem distinto que o rei queria honrar de forma especial… Jesus, porque cumpriu com total fidelidade o projeto de Deus para os homens, é honrado pelo Pai e sentado à sua direita. A proposta que Jesus apresentou e que os discípulos acolheram e vão ser chamados a testemunhar no mundo, não é uma aventura sem sentido e sem saída, mas é o projeto de salvação que Deus quer oferecer aos homens.

Na terceira cena (vers. 20), descreve-se, resumidamente, a ação missionária dos discípulos: eles partiram a pregar, ou seja, anunciar, com palavras e gestos concretos, essa vida nova que Deus ofereceu aos homens através de Jesus por toda a parte, propondo a todos eles, sem excepção, a proposta salvadora de Deus.

O autor desta catequese assegura aos discípulos que eles não estão sozinhos ao longo desta missão. Jesus, vivo e ressuscitado, está com eles, coopera com eles e manifesta-se ao mundo nas palavras e nos gestos dos discípulos.

A festa da Ascensão de Jesus é, sobretudo, o momento em que os discípulos tomam consciência da sua missão e do seu papel no mundo. A Igreja (a comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus, animada pelo Espírito) é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens.

É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo, os valores do “Reino” (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida. Com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida.

O confronto com o mundo gera, muitas vezes, desilusão, sofrimento e frustração nos discípulos. Nos momentos de decepção e de desilusão, convém recordar-se das Palavras de Jesus: “eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Fonte Canção Nova

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Como discípulos fazemos parte da família de Jesus - 23.01.2016

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Como discípulos fazemos parte da família de Jesus
HOMILIA

Que casa é essa onde Jesus se encontra? O texto diz que Jesus voltou para casa. Então é a casa dele. O texto confirma isto ao dizer que seus familiares ficaram preocupados com a movimentação de tantas pessoas a Sua procura. Então não há dúvida, é a casa de Jesus. É a casa de sua família. Algo estava acontecendo que fugia à rotina daquela família. E este reboliço era de uma forma tal que chegaram a dizer: "Enlouqueceu". Certamente seus familiares ainda não haviam compreendido o verdadeiro alcance de sua missão, e o quanto ia mexer com todos, não só com sua família, sua comunidade, mas com toda a humanidade. Assim são as nossas famílias, muitas vezes não compreendemos o que está reservado para cada um dos seus membros. Às vezes na família nos deparamos com o que consideramos felicidade, tudo parece que está dando certo para todos. Porém, quando menos se espera, aparece alguma dificuldade: um acidente que muda tudo, uma enfermidade, uma violência no trânsito com consequências gravíssimas, um excesso com habitualidade na bebida, trazendo consequências sérias, uma morte decorrente de descontrole de uma torcida de futebol, violências repetidas no lar envolvendo o relacionamento do casal, um rumo diferente do que se espera dos filhos que precisa ser corrigido, o aparecimento de situações que não se esperam, mas que precisam ser aceitas, a exemplo de gravidez não esperada, e tantas outras situações não planejadas. Sabemos que a família é a base da sociedade, mas muitas vezes não temos consciência do que possamos fazer para que isto se torne realidade. Sabemos dos grandes desafios que a família pode e estar enfrentando, mas em qualquer situação a família precisa manter a serenidade, o bom senso e o bom humor, o que vai colaborar não só na busca de soluções para os problemas, mas também favorecerá a existência de um bom ambiente aos seus membros. Na questão da espiritualidade, muitas famílias são formadas sem saber sua própria importância como Igreja doméstica, é preciso considerar que a família deve ser uma escola de altíssimo valor espiritual, e um grande problema que pode ser observado é que não estamos buscamos a Deus para nos ajudar nessa missão. A família como comunidade de amor precisa que a fonte do amor, que é o próprio Deus, jorre em seu meio. A oração que deveria ser uma constante nas famílias, hoje parece algo raro. Jesus Cristo bate à nossa porta e não abrimos os nossos corações. Essa quase indiferença das famílias às coisas de Deus precisa mudar. Precisamos ter a convicção de que também somos a família de Jesus. Somos a casa onde Jesus quer habitar, estar plenamente e ser hóspede permanente.

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SEJA O DECIMO 13 APÓSTOLO Mc 3,13-19 - 22.01.2016

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Jesus escolheu doze de seus discípulos para serem seus apóstolos conforme também nos narra Mateus 10:1-4; 11:1; 26:20; e Lucas 6:13-16) Após a morte e ressurreição de Jesus eles são onze até ser escolhido um substituto para Judas que o traiu e enforcou-se (Mateus 28:16) No livro de Apocalipse Jesus confirma-os como sendo doze na revelação a João – “O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21:14). E para que não nos apresentasse somente uma quantidade de homens Jesus os denomina dizendo quem são e de onde são. Portanto, trata-se de pessoas bem conhecidas d’Ele.

Nesse trecho do Evangelho, Jesus escolhe alguns discípulos de sua confiança, que tinham interesse por Ele e pelas coisas que Ele dizia. Esses discípulos, conhecidos como apóstolos, foram os primeiros e os mais autorizados discípulos do Mestre Jesus em passar adiante os ensinamentos dele.

Tradição que começou com os discípulos que viram o mestre Jesus, que conviveram com ele, que beberam de seus lábios a palavra do próprio Deus, inspiradas pelo Espírito Santo. Razão pela qual, sempre que vamos ouvir a Palavra ou meditar sobre ela com todo o arcabouço de fé que possuímos, costumamos pedir as luzes do Espírito Santo. Ele que falou de tantos modos aos patriarcas, profetas e apóstolos, ele nos ilumine, para que a Palavra de Deus seja uma coisa viva em nós.

Quando Jesus escolheu seus doze seguidores, não estava dando a eles apenas um privilégio de estarem mais pertos. Mas estava conferindo um ministério apostólico, com a incumbência de levarem a todo o mundo a salvação trazida por Ele. E os discípulos entenderam muito bem; tanto que fizeram questão de guardar e transmitir com fidelidade a mensagem recebida a todos os homens e mulheres de boa vontade. Eu vos agradeço essa grande graça de ter recebido a mensagem de Jesus através de seus apóstolos. E quero fazer sempre o ato de fé, que a tradição chama de Ato dos Apóstolos.

Como o chamado não parou com a eleição dos doze e continua até nos dias de hoje, eu e você somos também chamados a guardar e transmitir aos nossos irmãos a começar pelos da minha e tua casa, a Boa Nova da salvação.

Eu tenho consciência plena e viva de que a palavra do Salvador, “Eu devo anunciar a Boa Nova do reino de Deus”, se aplica com toda a verdade a mim e a você. Por isso, com São Paulo digo: “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; é, antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho. Quero confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial minha e sua como Igreja; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa, que é o memorial da sua morte e gloriosa ressurreição. Portanto, seja o décimo 13 Apóstolo.

Peça esta graça ao Senhor para assim aconteça e assim seja na tua vida hoje e sempre. Amém.
Fonte Canção Nova

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

JESUS CURA OUTROS DOENTES Mc 3,7-12 - 21.01.2016

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HOMILIA

Jesus está no auge de sua popularidade. Ele está andando por toda parte fazendo o bem e curando a todos. Mas ao mesmo tempo, as forças hostis se levantam contra Ele para matá-Lo. Jesus, então, retira-se, porque ainda tinha muitas lições a ensinar aos discípulos e ao povo. E também porque ainda não era o Seu tempo de morrer.

Jesus não se retirou das multidões necessitadas que o seguiam por toda parte, mas dos inimigos. Esse episódio da perseguição leva Jesus a romper completamente com a sinagoga judaica. Após o confronto em Marcos 3,1-6, Jesus retira-se do judaísmo oficial, simbolizado pela sinagoga. Ele volta-se para as pessoas até chegar ao templo em Jerusalém e conduz seu ministério em lares e ao ar livre.

Embora rejeitado pelos líderes religiosos e políticos, as multidões vinham de toda a Palestina e também da Fenícia para serem curadas por Jesus. Algumas pessoas vieram do Sul: Judéia e Jerusalém. Outras vieram do Norte: Tiro e Sidom. Outras vieram do Leste: Dalém do Jordão ou do Oeste: Galiléia. Estradas empoeiradas, desertos e rios profundos não mantiveram aquelas pessoas longe de Cristo. Nenhuma dificuldade, nenhum obstáculo impediu aquelas multidões de virem a Cristo.

As pessoas do tempo de Jesus eram carentes e necessitadas e nós pertencemos a essa família. Elas se lançavam aos pés de Cristo, queriam tocá-Lo. Eles queriam ser pessoas curadas, inteiras, salvas. Imagine se elas pensassem: “Não, nós só iremos a Cristo quando nossa vida estiver certa. Vamos dar mais um tempo.” Se assim fosse, elas não precisariam de Cristo e Cristo não seria necessário para elas.

Deixe o cego vir enquanto é cego, deixe o paralítico vir mesmo se arrastando, o leproso vir coberto de sua lepra, pois as pessoas devem vir como estão. Assim como os médicos vieram para os doentes , Cristo veio para os pecadores. Venha como você está: endividado, desonesto, bêbado, drogado, impuro. É Jesus quem vai curá-lo, perdoá-lo e salvá-lo. Você não pode fazer nada para a sua salvação. Jesus o recebe como você está. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Cante: “Eu venho como estou, eu venho como estou, porque Jesus por mim morreu. Eu venho como estou”.

De todos os que vieram a Cristo nenhum foi mandado embora. Aliás, desde que o mundo começou, nenhum pecador chegou a Deus, nenhuma alma foi a Cristo sem ser recebida. Jesus disse: “O que vem a mim, jamais lançarei fora”. Jesus Cristo jamais quebrou sua promessa. Desafiamos o céu, a terra e o inferno para levantar uma prova sequer de uma pessoa que tenha vindo a Cristo com seu coração quebrantado e que tenha sido rejeitada por Ele. É Ele mesmo quem convida: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados”. “Se alguém tem sede, venha a mim e beba.”

Todas as pessoas que vieram a Cristo foram atendidas por Cristo. Os enfermos foram curados, os possessos foram libertos, os perdidos foram encontrados, os que estavam em trevas viram a luz, os que estavam aflitos foram consolados e os que estavam sem esperança receberam uma nova razão para viver.

As pessoas vieram a Cristo não apenas para ouvir os seus ensinos, serem curadas e libertas. Elas se lançaram aos pés de Jesus, tocaram n’Ele e se derramaram diante d’Ele. Hoje, eu convido você e vir a Jesus. Só Ele pode curar, libertar, perdoar e salvar você.

Mateus 12,15-21, o texto paralelo, afirma que Jesus não esmaga a cana quebrada nem apaga a torcida que fumega. Jesus alivia as pessoas do fardo que as oprime. Ele não esmaga aquele que já está caído. Foi assim que Jesus fez com a mulher apanhada em flagrante adultério. Ele não a apedrejou, antes, perdoou-a, restaurando-lhe a dignidade da vida.

Cada pessoa tocada, curada e salva por Jesus era mais uma testemunha d’Ele.

Imagine que duzentas pessoas que foram curadas estavam no meio daquela multidão. Eram mais duzentas testemunhas de Jesus a falar sobre Seu poder. O círculo daqueles que eram salvos aumentava, o número daqueles que testemunhavam crescia. Cada nova pessoa curada e salva era uma voz a mais a chamar as outras a virem a Jesus.

Hoje, depois de dois mil anos, milhões e milhões de vidas já foram tocadas, curadas e transformadas por Jesus. Você não pode desculpar-se. Cada nova vida salva por Jesus é um forte argumento para você de que Ele é suficiente para ser o seu salvador. Oh! amigo, há uma nuvem de testemunhas ao seu redor proclamando para você que Jesus é o único salvador, a única esperança para a sua alma. Venha a Ele agora mesmo.

Jesus não apenas cura os enfermos, mas prioriza o ensino. Este anseio descontrolado por cura (3:8,10), principalmente ou exclusivamente por cura, Jesus corrige com sua atitude (1:37s, Jo 6:26). Ele não quer ser apenas um curandeiro, por isso cria espaço para o ensino da verdade (4:1). Esse barco usado por Jesus tinha duas finalidades: proteção e maior alcance. Jesus tem para você palavras de vida eterna que satisfazem a sua mente, aquietam o seu coração e lhe dão segurança eterna, porque:

a) O próprio nome de Jesus convida você. Seu nome é Jesus Cristo, que significa Salvador. Você é pecador, mas Ee é o Salvador. Você tem sede, mas Ele é a água da vida. Você tem fome, mas Ele é o pão da vida. Você está perdido, mas Ele é o caminho. Você está morto, mas Ele é a ressurreição e a vida.

b) O poder de Jesus encoraja você a vir a Ele. Jesus tem todo o poder no céu e na terra. Os astros O obedecem, o vento escuta a Sua voz, as ondas do mar se acalmam diante da Sua palavra, a doença atende a Sua ordem, os demônios se rendem à Sua autoridade, os inimigos prostram-se diante dos Seus pés. Ele tem poder para libertar e salvar você. Portanto, venha a Ele agora mesmo.

c) O amor de Jesus encoraja você a vir a Ele. Cristo ama você e importa-se com você. Ele foi à cruz por você. Suas mãos foram rasgadas, seus pés foram pregados na cruz e Ele foi transpassado no madeiro por amor a você. Ele o ama com amor eterno. Por isso, venha a Ele.

d) O banquete da salvação já está preparado para receber você. Deus já fez tudo. A mesa já está preparada. Os céus estão prontos para festejar sua volta para Deus. Os anjos se alegram com a sua salvação. A noiva de Cristo, a igreja: convida você: Venha! O Espírito do Deus eterno, diz a você: “Se você tem sede, venha e beba, de graça, da água da vida”.

O Evangelho é uma mensagem urgente: amanhã pode ser tarde. Hoje é o tempo de Deus. A Palavra que você está ouvindo é a voz de Jesus. Venha a Ele. Aquelas pessoas não ficaram esperando até Jesus ir às suas cidades, elas foram até Ele, pois tinham pressa. Elas se arrojavam aos Seus pés para o tocá-Lo.

Não deixe que alguma dificuldade impeça você de vir a Cristo: família, amigos, prazeres, dinheiro, preconceito.

Venha a Cristo sem demora. Somente Ele pode perdoar os seus pecados, preencher o vazio da sua alma e satisfazer os anseios do seu coração. Ele pode tirar o seu coração endurecido e dar-lhe um coração sensível. Ele pode abrir os seus olhos para que você veja a glória de Deus. Ele pode tirar você do poço profundo em que você se encontra. Ele pode dar a você um novo nome, um novo coração, uma nova mente, uma nova esperança, uma nova vida.

Jesus já tem transformado vidas que estavam na sua mesma condição. Ele é o mesmo sempre. Seus braços não estão encolhidos para que não possam salvar nem seus ouvidos surdos que não possam ouvir o seu clamor. Portanto, venha a Jesus. Toque-O pela fé e serás tu também curado, curada.
Fonte Canção Nova

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

JESUS E O HOMEM DA MÃO ALEIJADA Mc 3,1-6 - 20.01.2016

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HOMILIA

Ao mencionar que “outra vez, Jesus entrou na sinagoga”, Marcos relaciona este episódio com o do homem possuído de um espírito impuro, na sinagoga de Cafarnaum. Quando Jesus liberta o homem, os demônios lhe perguntam se ele queria “destruí-los”. Agora, quando Jesus cura o homem da mão seca, são os fariseus e os herodianos que decidem “destruir” Jesus.

Jesus, com sua prática provocadora, mostra que o serviço à vida não pode ser barrado por preceitos legais que atentam contra a própria vida. Uma religião de rígidos preceitos se presta ao favorecimento dos privilégios e do poder de suas elites.

Hoje vemos as maiores potências do mundo, que acumulam poder financeiro e militar, promoverem a guerra, para o que buscam um respaldo religioso. Os povos colocam a sua esperança em uma ética mundial para salvar a humanidade do caos e da destruição. Qualquer ética, seja religiosa ou secular, terá como fundamento o compromisso com a justiça e a fraternidade, levando a ações práticas de promoção da vida para todos.

Um dos grandes feitos de Jesus aconteceu quando Ele estava na sinagoga e encontrou ali um homem que tinha uma de suas mãos atrofiada. O Senhor se encontrava diante de um desafio, não em relação à cura e sim por causa da religiosidade.

A religiosidade deixa profundas marcas de derrota e fracasso. O que aquele homem estava fazendo dentro da sinagoga? A sinagoga era o lugar de adoração. Provavelmente aquele homem estava lá porque fazia parte do grupo. Mas não havia experimentado um milagre em sua vida, porque estava vivendo a religiosidade.

Isto acontece nos dias de hoje. Quantos vivem a religiosidade… Vivem debaixo de um jugo terrível. Aceitam viver a derrota, simplesmente porque ainda não conheceram Aquele que era, que é e que há de vir. A atrofia na mão daquele homem, talvez tenha se agravado com o decorrer dos tempos. Talvez nascera assim. Era um quadro de conformismo. O que eu posso fazer se minha vida não muda? O que posso mais fazer se meu marido não se converte? Hoje Deus vai curar mãos atrofiadas! Hoje o Senhor vai restaurar mãos infrutíferas! Uma mão atrofiada não encontra força para segurar um objeto, operar um equipamento… Satanás quer fazer com que sua mão fique sempre atrofiada para que você nunca consiga agarrar o milagre, mas neste momento levante sua mão para o alto e receba um milagre de cura! Deus vai te curar de todas as suas atrofias espirituais e físicas!

Existem em nosso meio muita gente com suas habilidades atrofiadas, seus talentos enterrados e sem esperança alguma. Mãos paralisadas pela decepção, pelo medo, pela mágoa, pela falta de perdão. Mãos que não mais produzem porque satanás conseguiu convencer que sua mão não prospera. Mas Deus te fala neste momento que em tudo o que você colocar a sua mão o Senhor prosperará! Mãos atrofiadas pertencem a religiosos fariseus que nunca experimentaram o milagre da ressurreição.Hoje Deus vai curar mãos atrofiadas! Aleluia! Hoje Deus vai restaurar!

Aquele homem estava numa posição lateral, porque Jesus o chamou para o meio. Vir para o meio significa abandonar a apostasia, a incredulidade, a indecisão. Vir para o meio significa deixar a religiosidade, as impossibilidades, os dogmas, os preceitos humanos.

Três coisas importantes o Senhor manda fazer antes de curar-nos da atrofia:

LEVANTE-SE, VEM PARA O MEIO E ESTENDE A TUA MÃO

Não existe nenhum registro na Bíblia de que Jesus tivesse curado alguém sem antes mandar que se levantasse. Até a menina de 12 anos que havia morrido, filha do centurião recebeu uma ordem expressa de Jesus: TALITA CUMI (Menina a ti te digo: LEVANTA-TE) Outro episódio: O homem que estava há 38 anos deitado no tanque de Betesda, esperando que alguém pudesse ajudá-lo, ao encontrá-lo Jesus disse: LEVANTA-TE TOMA A TUA CAMA E ANDA!

Você precisa levantar neste momento! Deus não fará nada se você não se levantar. Levante-se agora em nome de Jesus. O teu passado não pode te condenar porque nenhuma condenação há para os que estão em Cristo! A atrofia espiritual vai ser destruída agora porque o Senhor está mandando: LEVANTA-TE.

Uma das coisas que não acompanharam o ministério de Jesus foi à timidez. Quando Jesus estava presente na sinagoga perceba que Ele se encontrava numa posição centralizada. Ele disse ao homem: VEM PARA O MEIO. Vir para o meio implica em você ter que deixar de lado a timidez, o desânimo, à preguiça… O milagre acontece quando você se apresenta diante do Trono! O Senhor está mandando você se levantar e vir para o meio! Aleluia! Saia agora mesmo da marginalidade espiritual e venha para o meio! Não se incomode com o que as pessoas vão dizer. Não perca a benção! Venha para o meio agora em nome de Jesus!

Você precisa mostrar sua deformação pra Jesus. Mostre sua mão atrofiada. Mostre pra Ele tua dor, teu sofrimento. Quando aquele homem estendeu sua mão, aconteceu algo: ELE FOI CURADO! Hoje você vai apresentar ao Senhor suas angústias, suas decepções, as situações de atrofia e o Senhor vai restaurar tua visão. Na restauração você verá que há muito tempo o milagre estava na sua mão. Aleluia. Satanás que te deixou atrofiado faz de tudo para você continuar assim, porque sabe que se você assumir a cura, ele terá que abandonar sua casa, seu marido, sua família… Aleluia, em nome de Jesus estende a tua mão atrofiada e receba a cura HOJE!

Deus quer que sua situação de atrofia seja mudada agora mesmo! Não importa como as pessoas verão isto! Só sei que elas verão.

Neste momento está acontecendo neste lugar uma movimentação de anjos que já entraram aqui com você! Hoje o milagre visitará sua casa, sua família, sua vida, seu casamento, seus filhos, seu trabalho e toda atrofia vai sair em nome de Jesus. Aquele homem que antes estava com a mão atrofiada havia recobrado todas as suas habilidades e isto significa que Ele receberia tudo em dobro, porque uma pessoa com determinada deficiência, precisa se habilitar dentro de suas limitações a fazer coisas, para poderem viver o máximo que puderem independentes. Quero dizer que hoje Deus devolverá suas habilidades, seus dons, seu ministério, sua prosperidade em dobro! Receba agora em nome de Jesus! Não se aflija mais! Levante-se, vem para o meio e estende a tua mão e ela ficará curada por Jesus, o Médico dos médicos!
Fonte Canção Nova

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