terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Homilia - 01.01.2017

MARIA, MÃE DE DEUS E NOSSA MÃE Lc 2, 16-21
HOMILIA

O ano litúrgico antecipa-se ao ano civil, iniciando-se com o tempo do Advento que prepara o Natal. Na oitava do Natal, em 1º de janeiro, a Igreja faz a comemoração de Maria, “Mãe de Deus”. Este título de Maria, atribuído pelo Concílio de Éfeso (431), realça a íntima união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação de Jesus. A maternidade divina de Maria vem, de certo modo, preencher a carência do feminino na imagem tradicional de Deus, particularmente no Primeiro Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis buscam a face materna de Deus.

Nos evangelho Maria ocupa um papel mais discreto na Bíblia se comparado com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela virgem, quando concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O Evangelho de João menciona que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.

«A virgem engravidará e dará à luz um filho… Mas José não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus. » (Mateus 1,23-25), “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. … será chamado Filho do Altíssimo.” Maria pergunta ao anjo Gabriel: “Como acontecerá isso, se não conheço homem?” O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.» (Lucas 1,26-35).

As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:

O aparecimento do arcanjo Gabriel, e anúncio de que seria ela a mãe do Filho de Deus, o prometido Messias. (Lucas 1,26-56 a Lucas 2:1-52; compare com Mateus 1:2).

A visitação à sua prima Santa Isabel e o Magnificat (Lc 1,39-56).

O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos reis magos (Lc 2,1-20).

A Sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no templo (Lc 2,22-38).

À procura do Menino-Deus no templo debatendo com os doutores da lei (Lc 2,41-50).

Meditando sobre todos estes fatos (Lc 2,51).

Nas bodas de Casamento em Caná, da Galiléia. (João 2:1-11)

À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que Lhe faz (Lc 8,19-21) e (Mc 3, 33-35).

Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo e a este como seu filho (Jô 19,26-27).

Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das mulheres que estavam reunidas com restantes discípulos no derramamento do Espírito Santo no Pentecostes e fundação da Igreja Cristã. (Atos 1,14; Atos 21-4)

Lucas é o evangelista da misericórdia e dos pobres. Em sua narrativa, são os humildes pastores que, movidos pela esperança da libertação e do resgate de sua dignidade, vão ao encontro do recém-nascido. Maria acolhe o novo que se manifesta e, em oração, medita sobre seu significado. Em Jesus, que recebeu um nome comum em sua época, revela-se o projeto de Deus de nos conceder a salvação por meio da humildade e da comum condição da encarnação.

Convido-te a dar o primeiro passo no novo ano de mãos dadas com Santa Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe Ela nos dá segurança, porque traz em seus braços o Príncipe da Paz. Sem o acolhimento de nosso Salvador; o mundo celebra inutilmente o dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal. Os homens têm provado, ao longo dos séculos, que são impotentes para construir a verdadeira Paz por si própria. Continuam poderosos apenas para multiplicar a violência e provocar mortes. Por isso, hoje é um dia de súplica universal pela Paz e pela Fraternidade, que somente Jesus pode fazer-nos construir. E nós suplicamos confiantes, porque ora connosco e por nós a Mãe de Deus, Aquela que deu ao mundo a nossa Paz! Jesus Cristo o Príncipe da Paz! Maria Rainha da Paz, daí-nos a Paz!
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 31.12.2016

O PORTÃO DE ENTRADA PARA O CÉU É A PALAVRA Jo 1,1-18
HOMILIA

Estamos diante do portão de entrada, a primeira coisa que se vê ao abrir o Evangelho de João. O Prólogo é como uma fonte, da qual quanto mais se tira água, mais água aparece. Por isso que há muitos escritos sobre o Prólogo de João e nunca se esgota o assunto.

No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la.

João Batista não era a luz. João Batista veio para ajudar o povo a descobrir e saborear esta presença luminosa e consoladora da Palavra de Deus na vida. O testemunho de João Batista foi tão importante que muita gente pensava que Ele fosse o Cristo (Messias) (At 19,3; Jo 1,20). Por isso o Prólogo continua: “João Batista veio apenas para dar testemunho da luz!” (Jo 12,7s).

Os seus não a receberam (Jo 1,9-11): Assim como a Palavra de Deus se manifesta na natureza, na criação, da mesma maneira ela se manifesta no “mundo”, isto é, na história da humanidade e, de modo particular, na história do povo de Deus. Mas o “mundo” não reconheceu nem recebeu a Palavra. Desde os tempos de Abraão e Moisés, ela “veio para o que era seu, mas os seus não a receberam”. Quando fala “mundo” João indica o sistema tanto do império como da religião da época, fechados sobre si e incapazes de reconhecer e receber a Boa Nova (Evangelho) da presença luminosa da Palavra de Deus.

Os que aceitam tornam-se filhos de Deus. As pessoas que se abriam, aceitando a Palavra, tornavam-se filhos de Deus. A pessoa se torna filho ou filha de Deus não por mérito próprio, nem por ser da raça de Israel, mas pelo simples fato de confiar e crer que Deus, na sua bondade, nos aceita e nos acolhe. A Palavra entra na pessoa fazendo-a sentir-se acolhida por Deus como filho(a). É o poder da graça de Deus.

A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós. Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é Jesus, “cheio de graça e de verdade”. Jesus veio revelar quem é este nosso Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação.

Moisés deu a Lei, Jesus trouxe a Graça e a Verdade (Jo 1,15-17): Estes versículos resumem o testemunho de João Batista a respeito de Jesus: “Aquele que vinha antes de mim passou na minha frente porque existia antes de mim!” (Jo 1,15.30). Jesus nasceu depois de João, mas Ele já estava com Deus desde antes da Criação. Da plenitude dele todos nós recebemos, inclusive o próprio João Batista. Moisés, dando a Lei, nos manifestou a vontade de Deus. Jesus trouxe a Graça e a Verdade que nos ajudam a entender e a observar a Lei.

É como a chuva que lava. Este último versículo resume tudo. Ele evoca a profecia de Isaías segundo a qual a Palavra de Deus é como a chuva que vem do céu e para lá não volta sem ter realizado a sua missão aqui na terra (Is 55,10-11). Assim é a caminhada da Palavra de Deus. Ela veio de Deus e desceu entre nós na pessoa de Jesus. Através da obediência de Jesus ela realizou sua missão aqui na terra. Na hora de morrer, Jesus entregou o Espírito e voltou para o Pai. Cumpriu a missão que tinha recebido.

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, o que tocamos com as nossas mãos, acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos. Porque a Vida manifestou-se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada. Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em união conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa” (1 Jo 1,1-4).

“No princípio era a Palavra” (Jo 1,1). “A Palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Is 40,8). A Palavra de Deus abre a história com a criação do mundo e do homem: “Deus disse” (Gen 1,3.6ss.); proclama que o seu centro está na Encarnação do Filho, Jesus Cristo: “E o Verbo Se fez carne” (Jo 1,14), e fecha-a com a promessa certa do encontro com Ele numa vida sem fim: “Sim, Eu virei em breve” (Ap 22,20).

É a certeza suprema que o próprio Deus, no seu infinito amor, entende dar ao homem de todos os tempos, fazendo do seu povo a sua testemunha. É esse grande mistério da Palavra como supremo dom de Deus que o Sínodo entende adorar, agradecer, meditar, anunciar à Igreja e a todos os povos.

O homem contemporâneo mostra de tantas maneiras que tem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Nota-se hoje, entre os cristãos, uma abertura apaixonada para a Palavra de Deus como fonte de vida e graça de encontro do homem com o Senhor.

Não surpreende, portanto, que a essa abertura do homem responda Deus invisível, que, “na abundância do seu amor, fala aos homens como a amigos e conversa com eles, para os convidar e os receber em comunhão com Ele”. Esta generosa revelação de Deus é um contínuo acontecimento de graça.

Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Homilia - 30.12.2016

SAGRADA FAMÍLIA MODELO DE VIDA FAMILIAR Mt 2,13-15.19-23
HOMILIA

Irmãos, sob as bênçãos do alto, estamos fechando, neste Domingo, o ano civil. Reunimo-nos para celebrar a Festa da Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Ela é o modelo para cada uma das nossas família cristãs que, unidas pelo Sacramento do Matrimônio e alimentados pela Palavra e pela Eucaristia, é convidada a levar até o fim sua vocação de ser célula viva, não só da sociedade, mas da Igreja, sinal e instrumento de unidade.

É característico de Mateus elaborar suas narrativas teológicas como sendo atualizações de antigas narrativas do Primeiro Testamento. Neste texto, sobre a ameaça de Herodes ao menino e a fuga de José, com o menino e a mãe, para o Egito, pode-se ver uma alusão à história de José do Egito. José, o sonhador, um dos doze filhos de Jacó (Ex 37,5-11.19), ameaçado de morte pelos irmãos, encontra refúgio no Egito. Depois, os descendentes de Jacó no Egito são conduzidos de volta para Canaã (Palestina) por Moisés. Na narrativa de Mateus, José, como José do Egito, também tem sonhos reveladores. Advertido em sonho por um anjo, diante da ameaça de morte para o menino Jesus, José também busca refúgio no Egito. Mateus, então, afirma o cumprimento da escritura na volta de José, do menino e da mãe: “Do Egito chamei meu filho” (Os 11,1). De volta à Judéia, José é novamente advertido em sonho sobre o cruel Arquelau, indo buscar refúgio no norte da Palestina, na Galiléia, em Nazaré. Jesus, um novo Moisés na visão de Mateus, ficou conhecido como “o nazareno”. Na família e nas comunidades de discípulos, apesar de todas as tribulações, deve vigorar sempre a harmonia, na estima, no respeito e na gratidão mútuos. Jesus testemunhou um amor vivido na família aberto e transbordante para com todos os demais carentes da sociedade e do mundo.

Deixemos entrar no nosso coração a Palavra de Deus que hoje nos ajuda a construir a paz e a harmonia familiar. Deus quis ter na terra uma família. Ele quer que as famílias da terra sejam um oásis de felicidade e bem estar. Por isso, deixemo-nos mover pela força espiritual da sua palavra. Meditemos em algumas frases que acabamos de escutar:

– Quem honra! Seu pai terá uma longa vida. – Quem obedece ao Senhor dará descanso à sua mãe. – Filho, ampara teu pai na velhice e não o desgostes!

Para sermos capazes de amar e ajudar os membros da nossa família, São Paulo pede-nos:

– Revesti-vos de sentimentos de misericórdia, compaixão, bondade, mansidão e paciência! – Perdoai-vos mutuamente. – Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição! – Reine em vós a paz de Cristo. – Cheios de gratidão cantai a Deus hinos e salmos de louvor! – Filhos, obedecei a vossos pais! – Pais, não exaspereis os vossos filhos!

A festa de hoje recorda-nos que Deus, ao enviar seu Filho ao mundo, quis que Jesus se inserisse na comunidade humana de forma natural. Como todos nós, Jesus teve uma pátria, uma cidade, uma família. Uma mãe que o trouxe em seu seio, envolveu-o em panos, acariciou-o em seu colo. Um pai que o protegeu com toda a solicitude, trabalhou para sustentá-lo com o pão de cada dia. Esta família tão simples, tão pobre, tão humilde, exteriormente em nada se distingue das outras famílias israelitas. Cumprem a vontade de Deus, observando o que estava determinado na Lei de Moisés: “Quarenta dias após a o nascimento de Jesus, Maria e José foram ao Templo de Jerusalém para O oferecerem ao Senhor. Ofereceram um par de rolas ou duas pombinhas, como todas as famílias pobres”.

Deus ama quem dá com alegria, quem faz a sua vontade. Que alegria para São José e para Maria as palavras pronunciadas por Simeão: “Este Menino é a salvação para todos os povos!”

Que alegria para São José e para Maria o testemunho da profetiza Ana, que também estava presente e louvou a Deus, falando deste Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

Um homem e uma mulher, unidos em matrimônio, formam com os filhos uma família. Deus instituiu a família e dotou-a da sua constituição fundamental. O matrimônio e a família são ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos. A família torna-se Igreja doméstica, porque ela é uma comunidade de fé, de esperança. A família cristã manifesta e realiza a natureza de comunhão como família de Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio batismal, contribuindo para fazer dela uma comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e cristãs, lugar de primeiro anúncio da fé aos filhos.

Em relação aos pais, os filhos devem respeito, reconhecimento, docilidade e obediência, contribuindo assim, também com boas relações entre irmãos e irmãs, para o crescimento da harmonia e da santidade de toda a vida familiar. Se os pais se encontrarem em situação de indigência, de doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos devem ajudar-lhes moral e material.

Os pais, participantes da paternidade divina, são os primeiros responsáveis da educação dos filhos e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e respeitar os filhos como pessoas e filhos de Deus e dentro do possível, de prover às suas necessidades materiais e espirituais… ajudando-os com prudentes conselhos na escolha da profissão e do estado de vida. Em particular, têm a missão de educá-los na fé cristã. Com o exemplo, a oração, a catequese familiar e a participação na vida eclesial.

Em comunhão com todas as famílias e com todos os crentes, cantemos a nossa gratidão utilizando o salmo 127 da missa de hoje: ditosos os que temem o Senhor! Ditosos os que seguem os seus caminhos!

Hoje, celebramos a festa da Sagrada Família. O Filho de Deus prepara-se para cumprir a sua missão redentora, vivendo de maneira laboriosa e escondida na santa casa de Nazaré. Desta forma, Ele, unido a todos os homens mediante a encarnação (cf. Gaudium et spes, 22), santificou a família humana.

A Sagrada Família, que teve de superar muitas provas dolorosas, vele sobre todas as famílias do mundo. Ela continua sendo o modelo de vida familiar, principalmente sobre aquelas que vivem em situações difíceis. Que ela ajude os homens de cultura e os responsáveis políticos para que defendam a instituição familiar fundada no matrimônio e a apoiem ao enfrentarem aos graves desafios do tempo presente. Que a partir de Nazaré possamos olhar, escutar, meditar e contemplar o significado profundo da manifestação do Filho de Deus em nosso meio, na força frágil de uma criança como Jesus.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 29.12.2016

APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO Lc 2,22-35
HOMILIA

Levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor” (Lc 2, 22).

Conforme a Lei, sobre a mulher gestante incidiam várias exigências a serem cumpridas quando do nascimento da criança. A consagração dos primogênitos era feita no ato da circuncisão, no sexto dia do nascimento (Ex 22,28s; Lv 12,3). A purificação da mãe acontecia trinta e três dias depois da circuncisão.

No Templo de Jerusalém, por ocasião da purificação de Maria, o justo Simeão profetiza sobre o menino Jesus, que será sinal de contradição. Uma das características marcantes de Jesus em seu ministério foi o conflito com as tradições da Lei e com os chefes religiosos. O empenho em libertar os pequenos e humildes oprimidos sob o jugo da Lei levou-o à morte de cruz, momento culminante em que uma espada traspassa a alma de sua mãe.

A Igreja, hoje, revive o mistério da Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele “Menino” que como a primeira e a segunda leitura acabaram de nos recordar, é o juiz escatológico prometido pelos profetas (cf. Ml 3, 1-3), o “Sumo Sacerdote misericordioso e fiel”, que veio para “expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17).

O Menino, que Maria e José levam com emoção ao Templo, é o Verbo encarnado, o Redentor do homem, da história!

Hoje, comemorando o acontecimento que nesse dia teve lugar em Jerusalém, também nós somos convidados a entrar no Templo, para meditar sobre o mistério de Cristo, unigênito do Pai que, com a sua Encarnação e a sua Páscoa, tornou-se o primogênito da humanidade redimida.

Desta maneira, no Evangelho de hoje prolonga-se o tema de Cristo luz, que caracteriza as solenidades do Natal e da Epifania.

“Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas palavras proféticas são proferidas pelo velho Simeão, inspirado por Deus quando toma o Menino Jesus nos seus braços. Ele preanuncia ao mesmo tempo em que “o Messias do Senhor” realizará a sua missão como um “sinal de contradição” (Lc 2, 34). Quanto a Maria, a Mãe, também Ela participará pessoalmente na paixão do seu Filho divino (cf. Lc 2, 35).

Por conseguinte, na solenidade do dia de hoje, celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por amor do Reino.

O ícone de Maria que contemplamos enquanto oferece Jesus no Templo, prefigura o ícone da Crucifixão, antecipando também a sua chave de leitura, Jesus, Filho de Deus, sinal de contradição. Com efeito, é no Calvário que alcança o seu cumprimento a oblação do Filho e, unida a esta, também a da Mãe. A mesma espada atravessa ambos, a Mãe e o Filho (cf. Lc 2, 35). A mesma dor, o mesmo amor.

Ao longo deste caminho, a Mãe de Jesus tornou-se Mãe da Igreja. A sua peregrinação de fé e de consagração constitui o arquétipo para a peregrinação de cada batizado. Como é consolador saber que Maria está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, no itinerário de nossa vida de batizados! Além do plano afetivo, encontra-se ao nosso lado mais profundamente na eficácia sobrenatural demonstrada pelas Escrituras, pela Tradição e pelo testemunho dos Santos, muitos dos quais seguiram Cristo no caminho exigente dos conselhos evangélicos.

Cada ano, no Tempo Litúrgico do Natal, recorda a imensidão do amor de Deus por nós. É preciso acreditar e viver esse amor e a ele entregar-se sem reservas. Assim como Simeão realizou sua esperança, também nós podermos contar sempre com a presença redentora de Cristo. Deixemos, pois, que Deus nos ame, para que sejamos, de fato, transformados, pois Ele continua amorosamente presente no meio de nós.

Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: “Neste dia, volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do teu agrado. Amém!
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

sábado, 24 de dezembro de 2016

Homilia - 28.12.2016

A FUGA PARA O EGITO Mt 2,13-18
HOMILIA

Esta narrativa de Mateus expressa um êxodo às avessas. O Egito não é mais o lugar da opressão, mas o lugar da proteção. O opressor não é mais o faraó, mas o rei idumeu-judeu que reina sobre a Judeia e toda a Palestina. Mateus nos mostra que um homem, acreditando nos sonhos, salvou Deus. Assim ele fala: Após o regresso dos magos, eis que o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, toma o Menino e a Mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar. Foi um sonho. E para que soubéssemos disso, a única fonte foi o próprio José.

Acreditando no sonho, ele partiu para uma viagem de muitos quilômetros, no deserto do Sinai, tirando o Deus humanado das garras de um sanguinário. A empreitada da fuga foi dolorosa. A temperatura no deserto, à noite, chega a zero grau e durante o dia a cinquenta graus positivos. A Sagrada Família seguiu por um caminho que nem José conhecia, mas sabia que devia, por cautela, desviar dos caminhos por onde circulavam os judeus, egípcios e romanos. Havia ainda o risco de encontrar ladrões e feras do deserto, até chegarem às terras do Egito, onde se viram salvos.

Interessante: por volta do ano 1250 a.C., os judeus saíram do Egito perseguidos pelo Faraó, que queria eliminá-los. Agora, aquela estrutura do governo egípcio torna-se proteção ao Menino-Deus.

É impressionante como a salvação corre em fios tênues. Deus deixou que José guiasse Maria e Jesus pelo deserto, até o Egito. E lá permaneceram por mais de quatro anos, até a morte de Herodes, quando então puderam voltar.

Esse capítulo se apóia na credibilidade de sonhos. Quantas vezes temos sonhos, sinais e não acreditamos neles ou não lhes damos a devida atenção. A psicologia e a parapsicologia modernas nos ensinaram a desvanecer do nosso espírito esses avisos de Deus. A Bíblia está repleta dessas manifestações. Os sonhos bíblicos geralmente levaram à restauração de alguma coisa.

Esses sonhos tornaram-se, com o tempo, menos frequentes, porque o homem está cada vez mais materialista, com a “vida voltada unicamente para os gozos e bens materiais”, passando então a sonhar com o que professa: matéria, matéria, matéria… A espiritualidade cedeu lugar à materialidade. Já não acreditamos que Deus se comunica conosco também através de sonhos e sinais. Mas são modos sutis de nos falar. Isto ficou bem claro ao colocar nas mãos de José, através do sonho, o poder de salvar o Menino-Deus da fúria assassina de outro homem. Deus poderia ter-lhe enviado um anjo, como fez a Maria; mas não, José teve de acreditar através do sonho. E da mesma forma aconteceu aos três magos: cumpriram a vontade de Deus através do sinal (a estrela) e do sonho (sobre Herodes).

José salvou por duas vezes o Deus feito homem, por acreditar na comunicação de Deus através do sonho. Na primeira, da difamação humana, ao acreditar no sonho revelador da maternidade divina de Maria, que concebera por obra do Espírito Santo. Na segunda, salvou-o da fúria de Herodes. Isto sem falar de sua fixação em Nazaré, ao retornar do Egito para Israel, por receio de Arquelau, sucessor de Herodes, “tendo recebido um aviso em sonho”.

Depois Deus levou José, para que o Verbo encarnado executasse o plano de salvação que conhecemos. José deixa na terra Jesus e vai para o Céu. A espiritualidade deste Evangelho se resume em nos fazer acreditar nas revelações divinas, mesmo quando feitas através de sonhos e sinais.

Pai, apesar da minha fraqueza, sei que contas comigo para o serviço do teu Reino. Vem em meu auxílio, para que eu seja um instrumento útil em tuas mãos.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Homilia - 27.12.2016

Tempo do Natal - 3º dia da Oitava do Natal > Festa de S. João
HOMILIA

S. João é uma figura de fundamental importância na Igreja primitiva. De facto, é o discípulo amado que ensina a contemplar em Jesus, o Filho de Deus feito homem, para nos revelar o rosto do Pai e o caminho que leva à comunhão com Ele. Por esta razão, João é chamado teólogo. Os seus escritos levam a acreditar em Jesus Messias e Filho de Deus (cf. Jo 20, 31). O seu símbolo é a águia porque, como refere uma sentença rabínica, a águia é a única ave que consegue fixar o sol sem cegar. Para João, o sol é Cristo. A sua presença na comunidade descobre-se pela contemplação e pela inteligência da Palavra de vida. A vida, na sua realidade mais profunda, é «a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós». Jamais contemplaremos suficientemente este mistério de vida que se tornou perceptível para nós em Jesus, Filho de Deus, a vida eterna que estava junto do PaiO

S. João faz-nos compreender quanta profundidade se encontra na pessoa do Filho, na sua união com o Pai, na sua comunhão com Eleffi Incarnação tem por objectivo tornar-nos participantes nessa comunhão divina: estamos «em comunhão com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo». A Incarnação aconteceu em vista da comunhão. Isto é espantoso. A carne é causa de divisão! Por causa dela, estamos num lugar e não noutro. Podemos chegar até às pessoas queridas pelo pensamento. Mas a carne impede-nos estar em comunhão com elas. E quantas discussões, litígios e divisões por causa dos bens materiais! O Filho de Deus, ao assumir a nossa carne, tornou-a meio de comunhão. Tudo o que assumiu se tornou instrumento de comunhão com Deus e entre nós. Na Eucaristia, onde a carne de Cristo se põe ao serviço da comunhão, fazemos a comunhão, isto é, recebemos a comunhão com o Pai e a comunhão entre nós. Para isso, Cristo teve de sacrificar a sua carne, teve de entregá-Ia aos inimigos, para fazer dela um sacrifício agradável, um sacrifício perfeito. Então, a vida mostrou toda a sua força.

O evangelho de hoje leva-nos até à Páscoa, mostra-nos a meta alcançada: a vida venceu a morte e manifestou-se. O que João viu foi esta vitória da vida, manifestada no sepulcro pelas ligaduras, pelo sudário. O corpo de Cristo já não está no sepulcro, porque a vida triunfou. Mas Jesus incarnado está sempre connosco, porque a vitória sobre a morte foi alcançada para nós.

Uma outra lição que podemos tirar do evangelho de hoje é o respeito pelos carismas, que são muitos na Igreja, para bem da mesma Igreja. João, que tem o carisma da profecia, é respeitado Pedro, que tem o carisma da instituição. O respeito pelos carismas, e a partilha na busca comum dos dons do Espírito, permite-nos penetrar no mistério, reconhecer os sinais do Ressuscitado.

Com S. João, também nós somos chamados a "conhecer", isto é, fazer experiência de vida e a "crer", isto é, a aderir com todo o coração e com toda a nossa pessoa, "ao amor que Deus nos tem"? (1 Jo 4, 16), amor manifestado no Verbo Incarnado. Esse inefável "amor que Deus nos tem ... !", de que João é «doutor», no dizer do Pe. Dehon, é o grande mistério para todo o cristão e, em particular, para todo o oblato-SCJ.

É este mistério que queremos proclamar diante da Eucaristia, diante do Crucificado de Lado aberto, diante da nossa vocação de Oblatos-Sacerdotes do Coração de Jesus.
Fonte http://www.dehonianos.org/


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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Homilia - 26.12.2016

QUEM PERMANECER FIRME SERÁ SALVO Mt 10,17-22
HOMILIA

Os Evangelhos mostram a Igreja como um barco, no qual Jesus está presente, embora em alguns momentos pareça estar dormindo (Mt 8,23-27). O mar que este barco atravessa é a História, que às vezes está calmo, outras vezes turbulento e ameaçador. Há quase dois mil anos o barco saiu de seu porto. Não sabemos quando ele chegará ao seu destino, mas temos certeza de que Jesus nunca o abandonará.

Em Pentecostes, “a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação” (Ad Gentes, n.4).

Pentecostes dos anos 30, todos reunidos: os apóstolos, Maria, parentes de Jesus, algumas mulheres. Um ruído de ventania desce do céu. Línguas de fogo surgiram e se dividiram entre os presentes. Todos ficaram repletos do Espírito de Deus e começaram a falar em outras línguas.

Esta assembléia inicial, esta Igreja é o princípio. Depois do prodígio das línguas, Pedro dirigiu-se à multidão reunida na praça e fez uma memorável pregação. Muitos se converteram, especialmente judeus vindos da Diáspora. Estes levaram a Boa-Nova aos seus locais de origem, o que provocou o surgimento, bem cedo, de comunidades cristãs em Damasco, Antioquia, Alexandria e mesmo em Roma. Alguns helenistas, no entanto, permaneceram em Jerusalém. Para cuidar de suas necessidades materiais, os apóstolos escolheram sete diáconos. Dentre estes estava Estevão, cujo martírio celebramos hoje.

Temos, nesta narrativa de Mateus, um trecho do discurso atribuído a Jesus ao enviar os doze apóstolos em missão. O texto é escrito em estilo literário-apocalíptico. No Evangelho de Marcos, mais primitivo, ele faz parte do discurso escatológico de Jesus ao prenunciar a destruição do Templo de Jerusalém, nas vésperas de sua Paixão (Mc 13,9-13). De fato, muitos dos primeiros cristãos sofreram perseguições tanto da parte dos judeus como do império romano. A alusão à terrível tragédia no seio da família, no texto acima, no seu estilo escatológico-apocalíptico, é uma referência à tradição profética da injustiça universal no fim dos tempos (Mq 7,6).

Após a perseguição e morte de Jesus, o diácono Estevão foi o primeiro dos discípulos a ser martirizado. Embora com uma função subalterna como diácono, ele ousou fazer uma pregação de denúncia do Templo e das tradições do judaísmo, e foi apedrejado.

O seu grupo foi perseguido e disperso, enquanto os chefes da igreja de Jerusalém foram poupados.

Estevão era o diácono que mais se destacava. Por sua pregação incisiva, foi detido pelas autoridades judaicas, julgado e apedrejado como blasfemador. Torna-se o primeiro mártir da História da Igreja. Enquanto é assassinado, perdoa os seus perseguidores e entrega, confiante, a sua vida nas mãos de Jesus.

O manto de Estevão foi deixado aos pés de um jovem admirador do ideal farisaico chamado Saulo. Que ele interceda por nós afim de que não tenhamos medo de ninguém e de nada, contando que anunciemos o Evangelho a propósito ou a despropósito.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 25.12.2016

Os pastores encontraram Maria e José e o recém-nascido.

Sugestões para a homilia

1) Vamos a Belém

Vamos procurar Jesus como os pastores, depois da aparição dos anjos.

Encontrá-Lo-emos pela fé, que nos faz desobri-Lo para além das aparências. Também eles não viram Jesus na Sua divindade. Contemplaram um menino envolvido em paninhos, reclinado numa manjedoura. Mas tinham fé no que os anjos lhes tinham dito e adoraram-No. E contaram cheios de alegria o que lhes tinha acontecido.

Temos a Jesus connosco neste momento, mas não podemos contemplá-Lo como é.

Avivemos o desejo de O ver, repitamos o ato de fé do apóstolo que duvidava da ressurreição: -Meu Senhor e meu Deus (Jo 20, 28).

Que oração tão bela para estes dias de Natal! Ou então aquela de S.Tomás de Aquino: «Adoro-Te com amor Deus escondido» (Adoro Te de devote, latens Deitas)

Há anos, no Peru, um miúdo estava em risco de não ser admitido à primeira comunhão, pois o pároco duvidava se ele saberia o suficiente. O bispo, que estava ali, interrogou o rapaz. E, na igreja, perto do sacrário, perguntou-lhe: -Olha lá, onde é que está Jesus?

O pequeno respondeu apontando para a cruz: -Ali parece que está mas não está. Mais abaixo parece que não está mas está.

O bispo disse ao pároco: – pode admiti-lo à primeira comunhão sem receio.

Que bela lição na sua simplicidade!

Temos de procurar a Jesus cada dia na Santa Missa, na comunhão, e no sacrário das nossas igrejas.

Que bom se neste Natal procuramos aumentar a nossa fé na presença de Jesus no Sacrário! E nos esforçamos por viver em cada domingo o encontro com Ele na Santa Missa!

2) Encontraram Maria e José

Os pastores encontraram a Jesus com Maria e José. A nós hoje acontece o mesmo.

Eles são modelos para nós, pela sua simplicidade e pela sua fé. O Espírito Santo, pela boca de Isabel, louvou a fé de Maria, feliz porque acreditou (Lc 1, 45). Primeiro na incarnação virginal. Depois no presépio de Belém. Ela via um menino na sua pequenez humana e não na Sua natureza divina, escondida também para Ela. Mas era como se visse.

Aparentemente aquele menino era como os outros. Chorava, precisava que O amamentasse, que O vestisse. Dormia tranquilamente no Seu colo. Jesus, perfeito Deus, quis ser também perfeito homem, em tudo igual a nós excepto no pecado (Heb 4, 15).

Vamos olhar para Jesus Menino, contemplar a Sua Humanidade Santíssima, enamorar-nos dela. No Sacrário está como em Belém. Podemos falar-Lhe como a um amigo. Melhor, como ao Amigo com letra grande, o Amigo de verdade.

Quando comungamos temo-Lo em nosso peito. Podemos imaginar como Lhe pegaria a Virgem e também S. José e imitá-los no carinho, na fé, na confiança, na delicadeza.

Tantos vão comungar sem se confessarem. Sem se preocupar em agradecer a Jesus após a comunhão. Que pena se alguém vai ao altar apenas porque é moda, ou para dar nas vistas!

3) Meditando-os em Seu Coração

Maria guardava todas aquelas coisas meditando-as em Seu coração. A fé de Maria levava-a a fazer do dia todo oração, a saber encarar todos os acontecimentos com os olhos de Deus.

A nossa há-de levar-nos a encarar tudo também com olhos diferentes. Não entendemos tudo o que acontece, mas sabemos que está nas mãos de Deus, que tudo conduz para o bem: tudo concorre para o bem dos que amam a Deu (Rom 8, 28). É uma das lições do presépio. Desilusões, alegrias tudo ali se mistura. E a Virgem aparece serena, porque sabe encarar as coisas com os olhos de Deus, com visão sobrenatural.

Também nós pelo dia fora, temos de imitar Nossa Senhora. Sabermos vir até Jesus no Sacrário, procurar nEle a serenidade. Vinde a Mim, vós todos que andais sobrecarregados e fatigados e Eu vos aliviarei (Mt 11,28). Ir a Jesus, ao Amigo que nos espera e pode dar solução a todas as nossas necessidades.

«Para mim -dizia um sacerdote santo do nosso tempo -o Sacrário foi sempre Betânia, o lugar tranquilo e aprazível onde está Cristo, onde Lhe podemos contar as nossas preocupações, os nossos sofrimentos, as nossas aspirações e as nossas alegrias, com a mesma simplicidade e naturalidade com que aqueles amigos seus, Marta, Maria e Lázaro, lhe falavam» (J.ESCRIVA, Cristo que passa, 154)

Sabermos falar-Lhe na comunhão, fazendo os nossos pedidos, contando as nossas alegrias e apresentando os nossos queixumes.

Sabermos oferecer com Ele na Santa Missa os nossos trabalhos e sofrimentos. Ao vir à terra – diz a Carta aos Hebreus, com palavras dum salmo do Antigo Testamento -Jesus exclama para o Pai: Eis que venho para fazer a Tua vontade (Heb 10, 7).

Isso foi a vida de Jesus, desde o presépio até ao Calvário, em que se consumou o Seu Sacrifício. E este torna-se presente na Santa Missa, onde havemos de nos oferecer com Ele. Pondo sobre a mesa do altar as nossas penas e alegrias.
Fonte http://www.presbiteros.com.br/


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sábado, 17 de dezembro de 2016

Homilia - 24.12.2016

A PROFECIA DE ZACARIAS Lc 1,67-79
HOMILIA

Como Maria na hora da visitação a Isabel, também Zacarias celebra, em longo cântico de louvor e ação de graças, as maravilhas de Deus, que ele contempla realizadas em sua própria casa. É o termo do Antigo Testamento, a aurora do Novo, à hora em que vai nascer o Sol de justiça, o Filho de Deus feito homem. É o cântico que a Igreja há-de cantar todas as manhãs na Hora de Laudes.

O cântico de Zacarias é um louvor ao Deus misericordioso que realiza, através de Jesus, a «visita» aos pobres. Em Jesus se manifesta a força que liberta dos inimigos e do medo, formando um povo santo diante de Deus e justo diante dos homens. Desse modo, manifesta-se a luz que ilumina a condição do povo, abrindo uma história nova, que se encaminha para a Paz, isto é, a plenitude da vida.

Ao tempo do Novo Testamento, muitos previram o cumprimento dessas promessas maravilhosas. Simeão “esperava a consolação de Israel” (Lucas 2:25). Ana representava aqueles que “esperavam a redenção de Jerusalém” (Lucas 2:38). José de Arimateia “esperava o reino de Deus” (Lucas 23:51). Deus tinha preparado pessoas espirituais para o desenvolvimento de seu plano. Suas muitas promessas e a exposição delas pelos profetas despertaram certa expectativa nos corações do seu povo.

Os primeiros anúncios de que aquelas grandes promessas estavam sendo cumpridas deram alegria aos que ouviram as notícias. O anjo Gabriel disse a Maria: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1:32-33). Zacarias, inspirado pelo Espírito Santo, falou como Deus estava cumprindo as promessas que havia feito a Davi e a Abraão (Lucas 1:67-79, especialmente 69,73). João Batista e, mais tarde, Jesus e seus discípulos pregaram: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo” (Marcos 1:15).

O Magnificat de Maria, tal como o Benedictus de Zacarias é uma exultação no Espírito Santo. Ela resulta do fato de o Espírito Santo os ter feito compreender que as antigas profecias e as promessas de Deus atingiram a sua realização.

Lucas sublinha de modo muito claro que o reconhecimento do Messias e o alcance da sua missão salvadora só pode acontecer aos que têm o Espírito Santo em si. É com este mesmo sentido que Lucas apresenta o canto do velho Simeão no templo. Este, ao ver o menino de Maria, como estava em sintonia com o Espírito Santo, reconheceu naquele recém-nascido o Messias no qual se realizam as antigas profecias e as promessas de Deus.

Pai, coloca-me como João Batista a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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Homilia - 23.12.2016

O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA Lc 1,57-66
HOMILIA

A Igreja celebra o nascimento de João como algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o nascimento de João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa. Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos pequenos sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam os vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua misericórdia e com ela se alegraram.

Os vizinhos e parentes também se alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus: “Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1, 13-15).

Hoje, infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio, quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou que está progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas do demônio. Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é invejosa?

1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1 Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes da sua própria natureza.

2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a testa, cerra os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos no chão. A inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!

3º Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso qualquer defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!

4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a calúnia.

No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que estabelecia com ele e com toda a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e prescreveu que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se na casa paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino, incluía bênçãos e a imposição do nome.

Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1ss.), declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua, é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu Jesus ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre e vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).

As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de fato, a mão do Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios nos cegaram e taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza da vida de santidade.

Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua Providência.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/



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Homilia - 22.12.2016

MAGNIFICAT ANIMA MEA Lc 1,46-56
HOMILIA

“Exulta, ó minh’alma, no Senhor teu Deus, porque o Todo Poderoso fez em ti maravilhas. Santo é o Seu nome”. Este cântico do Magnificat é a celebração jubilosa e o resumo de toda a história da Salvação, na qual Maria é retomada em todas as etapas desde as origens. Essa história é conduzida por Deus sem interrupção e como o critério do amor misericordioso, à exaltação dos humildes e dos pobres.

Na narrativa do evangelista Lucas, por ocasião da visitação de Maria a sua prima Isabel, após a saudação da jovem, Isabel a proclama bendita e bem-aventurada. Concluindo o diálogo, Maria entoa o cântico de ação de graças, consagrado na tradição católica como o “Magnificat”. Este hino, bem como o cântico de Zacarias (“Benedictus”) e o de Simeão (“Nunc Dimitis”) foram colhidos por Lucas dentre a tradição das comunidades cristãs e inseridos na sua narrativa das infâncias de João Batista e de Jesus.

Apenas as pessoas sabem ser humildes e simples, por isso, as puras de coração são tocadas pela virtude da gratidão e, conseqüentemente, louvam e glorificam Deus como o fez Maria.

É uma coisa grandiosa quando um homem põe-se de joelhos diante de Deus. E aquele que fica de joelho encontra o seu verdadeiro lugar, dá o sentido da proporção e da medida, afirma que nada é e que Deus é tudo.

É pura verdade e justiça a sua misericórdia sobre aqueles que o temem. A lei da graça que se realiza em Maria se torna universal. Com o seu “sim” e neste canto de louvor, ela nos ensina que Deus realiza a sua graça quando o homem se convence da necessidade que tem dela. Só quem é cônscio de sua pobreza alcançará a riqueza que só produz. A graça não escolhe pessoas orgulhosas e soberbas, mas os humildes; não os poderosos, mas os fracos; não os saciados, mas os famintos.

O cântico de Maria é uma apresentação do Deus revelado por Jesus ao longo do Evangelho de Lucas. É o Deus que subverte as sociedades e as religiões estruturadas sobre o poder. É o Senhor que liberta e promove os pobres e oprimidos, derruba os poderosos e distribui os bens da criação para todos. A fé de Maria é uma fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.

Quem confia sabe esperar, mas quem tende à auto-suficiência não é capaz de entender o que isso significa. A conversão exige que mudemos nossos pensamentos e percebamos a presença de Deus no mundo. Oxalá, sejamos como Maria que, compreendendo o tempo de Deus, cantou o Magnificat na casa de Isabel.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

Homilia - 21.12.2016

MARIA VISITA ISABEL Lc 1,39-45
HOMILIA

Quando Maria ouve do anjo que sua prima Isabel está grávida de seis meses, ela “pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente”. Vemos aí a subida de Maria ao monte onde estava a cidade de sua prima Isabel. Para o judeu, o monte é sempre um lugar de oração. No Antigo Testamento encontramos dois belos exemplos de oração no monte: Moisés e Elias. Ainda que o objetivo principal de Maria não fosse o de orar, não podemos imaginar que ela não reservasse largos momentos para sua oração, para seu encontro pessoal, a sós, com o seu menino-Deus, enquanto ajudava sua prima. Também na passagem da Transfiguração não está explícito no texto que Jesus subira para orar, mas é claro que Ele leva seus discípulos para um lugar a parte para isto, para orar! Está implícito, subentendido! E você? Também tem reservado seus momentos para “subir ao monte” e rezar?

“Maria entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel” e esta, “repleta do Espírito Santo, grita: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?”. Naquele momento, Isabel tem o mesmo sentimento dos apóstolos: “É bom estarmos aqui!”. Ela e João, bem como seu marido Zacarias, são beneficiados com a visita de Maria que traz Jesus.

Um outro ponto interessante é podermos associar as figuras de Moisés e Elias que conversam com Jesus, na Transfiguração, com Zacarias e João Batista. Este, foi o último dos profetas e apontado pelo próprio Cristo como figura de Elias. O sacerdote Zacarias exercia sua função no Templo, oferecendo sacrifícios e intercedendo pelo povo como fazia também Moisés, embora não existisse o Templo. Na Transfiguração, Pedro propõe: “Façamos três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Na Visitação, Deus havia providenciado três tendas: A primeira, era a própria casa de Zacarias. A segunda, era o ventre de Isabel que abrigou João Batista, e a terceira, o ventre de Maria, que recebeu Jesus. Vemos nas três um certo crescimento em ordem de construção: A primeira, a casa, fora feita por mãos humanas; a segunda, o ventre de Isabel, a primeira mulher grávida que recebe o Espírito Santo pela visita de Jesus no seio de Maria; e por fim, a própria Maria, a Imaculada, a concebida sem pecado, foi a tenda perfeita para Jesus. Maria, com efeito, é venerada na Ladainha com o título de “Casa de Ouro”. Zacarias, João Batista e Jesus também podiam, cada um a seu modo, dizer: “É bom estarmos aqui!”. “Este é um lugar seguro, pois aqui habita Deus!” E para você? Será que sua casa é um lugar seguro, onde Deus faz sua morada?

Da nuvem luminosa saiu uma voz que disse: “Este é o meu Filho amado em quem pus toda minha afeição, ouvi-o” ou “Este é o meu Filho bem-amado, aquele que me aprouve escolher. Ouvi-o” (cf. as traduções da Ave-Maria e TEB, respectivamente). Há uma diferença, embora sutil, entre as duas traduções, mas somente nos lábios de Maria podemos colocar estas mesmas palavras vindas do Pai, dirigidas ao Filho, inspiradas pelo Espírito Santo: “Este é o meu filho muito amado, aquele em quem ponho toda a minha afeição e a quem eu disse “sim” para que Ele fosse gerado. Eu o escolhi. Ouvi-o”. “Fazei tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,5), completaria ela em Caná da Galiléia.

Depois destas leituras e meditações, já não temos muitas razões para orar e contemplar? Faça, então, você mesmo sua oração, você que é templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19). Glorifique o Senhor pelas maravilhas que Ele faz em sua vida! Se quiser, inicie com o cântico de Maria, o Magnificat em Lc 1,46-55, mas deixe-se conduzir pelo Espírito!

Para sua contemplação, sugiro que “pinte” mentalmente um ícone com os seguintes personagens: Maria grávida de Jesus, ao centro. Isabel, exultando no Espírito com a visita, tendo o pequeno João Batista “pulando” de alegria no seu ventre. No outro lado, o mudo sacerdote Zacarias em atitude de respeito e adoração àquela divina presença em sua casa. Uma nuvem luminosa do Espírito Santo envolvendo todo o ambiente em que se encontram e acima de todos um triângulo representando a voz do Pai. Permaneça em silêncio por um bom tempo, contemplando este lindo mistério de uma visita transfigurada do Senhor.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Homilia - 20.12.2016

O SIM DE MARIA Lc 1,26-38
HOMILIA

No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.

0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.

Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.

Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.        

Maria do Sim me ensina a dizer e viver o meu sim a Deus.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/


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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Homilia - 19.12.2016

O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA Lc 1,5-25
HOMILIA

Por exercer as funções sacerdotais, Deus olhou misericordiosamente pelas orações de Zacarias e cumpriu a promessa aos homens justos e tementes a Ele. Esse casal, Zacarias e Isabel, vivia uma vida que, para Deus, era correta, pois obedecia fielmente todas as leis e mandamentos do Senhor.

Por meio do anjo Gabriel, extraordinariamente, Deus anuncia o nascimento de João Batista, pois Isabel era já de idade avançada. Tocou-lhe exercer o seu ministério enquanto oferecia o sacrifício divino pelos pecados do povo e também dos seus.

Dentro desta dinâmica, Deus resolve atender, dentre outros, os pedidos do próprio Zacarias. Conceder-lhe um filho, que, por providência divina, nasce de uma mulher da estirpe de Aarão, cujo nome é Isabel. Pela razão aludida acima, Deus realiza o impossível na vida de homens de fé e, se aparece alguma dúvida apesar da fidelidade, Ele manifesta o seu poder sobrenatural.

O povo, rezando do lado de fora, esperava que ele saísse depois do incenso. Enquanto isso, o anjo de Deus se aproxima e conversa com Zacarias. E o conteúdo da conversa é: Não tenha medo, Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! A sua esposa vai ter um filho, e você porá nele o nome de João. Neste filho se vê, antecipadamente, o anúncio do nascimento do Messias, o Emanuel. Ele será mandado por Deus como mensageiro e será forte e poderoso como o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda do Senhor.

Para Lucas, as aparições de anjos são o sinal de que caíram as antigas barreiras entre o céu e a terra, ou, pelo menos, estão por cair, como neste caso. A iniciativa parte de Deus, porque tudo o que é grande vem d’Ele. Zacarias, ante a impossibilidade humana, expressa a pouca fé nas coisas altas e profundas. Ainda não sentiu que para Deus nada é impossível e que seu poder começa onde a fraqueza humana mostra os limites de suas possibilidades. Como resultado do seu comportamento, ele fica mudo até que a profecia se cumpra. Porque para Deus nada é impossível. Tanto tempo, muita demora e, como agravante, aprece mundo. O povo reage desesperadamente. Como se comunicar com ele? O que será isso? Que milagre terá acontecido? Por inspiração divina, chegam à conclusão de que teria tido uma visão. Deus lhe teria falado.

Caríssimos irmãos, assim como a primavera traz belas e perfumadas flores, o Advento nos traz vida. Somos chamados com todo o rigor à conversão, à mudança de nossa vida. É preciso que mudemos, de verdade, o nosso modo de agir e penetremos mais firmemente no caminho do Reino. Se João Batista nos chama à conversão, Jesus, por sua vez, chama-nos e convida a tomar parte no Reino. Se quisermos, verdadeiramente, encontrar Deus, temos de nos converter profundamente. Acolhamos a voz do anjo que nos anuncia a chegada do Deus menino. Tenhamos uma fé firme e forte, que supere a de Zacarias. Pois Ele foi norteado somente pela esperança profética. Nós sabemos e temos provas concretas da presença de Deus no mundo. “Aquele que há de vir, chegará sem demora: já não haverá mais temor entre nós, porque Ele é o nosso Salvador ” (Hb 10,37).
Fonte http://homilia.cancaonova.com/