quarta-feira, 25 de abril de 2018

Homilia - 02.05.2018

JESUS, A VIDEIRA Jo 15,1-8
HOMILIA

Podemos fazer coisas boas e maravilhosas humanamente falando. Mas a verdadeira bondade, que nos projeta na santidade de vida só a encontramos naquele que passou por este mundo fazendo o bem! Ele hoje nos chama a seguir as suas pegadas. Jesus se auto-proclama a videira cujo dono é o seu Pai. Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador.  Existe uma estreita relação entre a simples árvore e o lavrador, ou seja, o dono. Ele trata dela com muitos cuidados esperando que no devido tempo possa dar uvas que produzam o delicioso vinho.

A metáfora que Jesus usa neste evangelho quer realçar primeiro a intima relação d’Ele com o seu Pai e depois a nossa ligação com Ele. Somos chamados a estar ligados, enxertados n’Ele para que possamos dar frutos.

A íntima inserção dos ramos no tronco da videira é uma sugestiva imagem da unidade entre os discípulos e Jesus.

Dar fruto é o grande desafio. Não nos podemos conformar com uma paz aparente, só de “sombra e água fresca”, onde a falta de coragem abunda decididamente! Somos conhecidos pelos frutos que damos! E cada um de nós – a responsabilidade é individual! Por vezes temos tendência a delegar a função de “fazer discípulos”, de “pregar o bem”, de “dar fruto”, somente aos que, duma forma generosa e mais aberta, consagraram a sua vida a Deus. Mas não foi isso que Jesus disse! Jesus foi taxativo.

Todos os ramos desta Videira devem produzir os mesmos frutos, os bons frutos. O prolongamento desta Videira Verdadeira não pode produzir maus frutos. A não ser que sejam maus ramos! Estes ramos têm que ser cortados e lançados ao fogo, pois os ramos da videira Jesus não podem, de forma alguma, produzir frutos ruins, nem tão-pouco ser estéreis. Os ramos que produzem o fruto ruim vêm de outra videira. Pergunto-te. Que tipo de frutos tens dado ao teu pai, mãe, esposa, esposo, filho, filha, vizinho, colega? Em que tipo de videira enxertado (a)?  Você viu. Por haver uma relação indivisível entre Jesus e o Pai, Ele passou por este mundo fazendo o bem. Porque Deus é o sumo bem sua essência é a Bondade Seu filho não poderia ser outra coisa! Sê tu também um com Cristo e produzirás frutos bons.

Pai reforça minha união com teu Filho Jesus, de quem dependo para produzir os frutos que esperas de mim.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Homilia - 01.05.2018

JESUS É REJEITADO EM NAZARÉ Mt 13,54-58
HOMILIA

Os conterrâneos de Jesus O tinham visto partir como filho de carpinteiro, e agora O reencontram como Mestre, rodeado de discípulos. É uma novidade que interpretam somente como vantagem social. Isso os impede de acolherem a Palavra de Deus e a explicação das Escrituras e a Sua revelação como o Ungido de Deus. Vista a posição de Jesus neste prisma cria-se neles a impressão de que Jesus partiria acabando por deixá-los outra vez na sua pobreza.

A sabedoria de Jesus deixou intrigada a população de Nazaré, onde ele vivera desde a infância: De onde lhe vinham tanta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não era possível que o filho de um carpinteiro, bem conhecido no povoado, manifestasse uma sabedoria maior que a dos grandes mestres. Era inexplicável como alguém, cujos parentes nada tinham de especial, falasse com tamanha autoridade. Os concidadãos de Jesus suspeitavam dele, e não acreditavam que estivesse falando e agindo por inspiração divina. Por este motivo, o Mestre tornou-se para eles motivo de escândalo.

Na última parte do texto de hoje, Jesus nos dá um puxão de orelha. Porque muitas vezes fechamos os nossos ouvidos para acolher o conselho, a advertência e o ensino daqueles que são nossos parentes, familiares, vizinhos ou conhecidos. E por outro encoraja-nos a não desistirmos da nossa missão de anunciar o reino de Deus seja a que custo for. Jesus nos ensina que a tarefa é dura. E, sobretudo, quando se trata de evangelizar a partir de dentro de casa. Para Jesus também não foi fácil ser profeta na sua casa, na sua família. As pessoas duvidavam dele, não queriam acreditar no Seu poder e por isso mesmo Ele não fez ali muitos milagres.

A experiência de rejeição não chegou a desanimar Jesus. Ele se deu conta de estar vivendo uma situação semelhante à dos antigos profetas de Israel. Nenhum deles foi aceito e reconhecido pelo povo ao qual tinham sido enviados. Antes, todos foram desprezados e humilhados, quando não, assassinados de maneira perversa e desumana.

Jesus não perdeu tempo com quem se obstinava em não aceitá-lo. Por isso, não realizou em Nazaré muitos milagres. Seria perda de tempo, acarretaria ainda mais maledicência, acirraria os ânimos do povo. Por isso, seguiu em frente, buscando quem estivesse aberto para deixar-se tocar por sua mensagem. O fracasso não o abateu nem atenuou o ardor com que realizava a missão que o Pai lhe tinha confiado.

Jesus é Aquele irmão que Deus nosso Pai nos enviou para nos mostrar o caminho que nos leva para o Céu. E então, precisamos estar atentos para acolher as pessoas que dentro da nossa casa nos abrem os olhos e são instrumentos de Deus para nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto, porque o Senhor fala por meio de quem nós nunca nem esperávamos que falasse. Muitas vezes Deus nos manda Seus emissários que nos aconselham com palavras de sabedoria que Ele próprio sugeriu para nós. Porém, por ser essa pessoa, simplesmente alguém que é muito conhecido nosso, nós desprezamos as recomendações de Deus. Nesse caso, os milagres também não acontecem na nossa vida, e muitos problemas nunca serão solucionados por causa da nossa impertinência.

Pai, livra-me da tentação de querer enquadrar-te em meus mesquinhos esquemas. Que eu saiba reconhecer e respeitar o teu modo de agir.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:


Homilia - 30.04.2018

OBEDIÊNCIA À PALAVRA Jo 14,21-26
HOMILIA

A maior prova do amor à Jesus passa pela obediência, não cega mas sim iluminada pela fé nas palavras e obras do Mestre. Jesus inspira e fundamenta nossas ações e nosso modo de viver. Seu exemplo de amor e de misericórdia nos arrasta para a contemplação da beleza da vida e a certeza da vida eternidade em Deus.

Observar e obdecer suas palavras é seguir o caminho, ao longo do qual se dá o encontro com o Pai na vivência da partilha, da fraternidade e da solidariedade com os excluídos e oprimidos da nossa sociedade.

No seu amor nos tornamos sacramentos da vida, sinais visíveis de sua presença entre nós. Ai brota nossa responsabilidade cristã: manifestá-lo ao e no mundo! Muitas vezes nos ocupamos com coisas inúteis! Deixndo de lado o fundamental. Não percamos tempo em coisas que não são essenciais para nossa vida, deixando-nos conduzir por aquelas que nos aproximam dele e sobretudo da Palavra.

Pela palavra todos nós somos orientados para participamos da vida do Único e verdadeiro Deus, O de Jesus Cristo, para que abraçando o dom da fé consigamos descobrir quer a nossa origem quer o nosso destino, a nossa pátria definitiva.

O encontro, a comunhão com a vida divina e eterna são o conteúdo da Palavra que com intensidade e fervor Jesus anunciou ou Apóstolos, discípulos e continua dirigindo à nós. Depois de tudo o que Jesus fez e falou, já não há motivos de dúvidas nem de desespero. Até porque a santidade do nosso viver ainda na terra é garantida pela força vivificadora do Espírito Santo.

A missão do Espírito Santo é recordar tudo o que Jesus disse, fez e ensinou. Ele nos revela a presença real de Jesus entre nós, iluminando sua Palavra e fortalece a nossa fé enquanto entre dores, dificuldades, tristeza, traições vemos como que entre sombras e, mas também entre alegrias, vitórias e triunfos, vislumbramos com toda a certeza enquanto, caminhamos a manifestação gloriosa de Deus, nosso Pai.

Cabe a mim e a você meu irmão minha irma ser obediente à Palavra feita Carne! Deixe a luz do Céu entrar no seu coração. Abra bem as portas da sua alma, do seu espírito para que transfigurado (a) pela Palavra fique cheio (a) de esperança de ver chegar a hora de vencer, triunfar sobre tudo e todos em nome e no poder de Jesus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:


Homilia - 29.04.2018

PERMANEÇA NA VERDADEIRA VIDEIRA Jo 15,1-8
HOMILIA

A produção de fruto é a principal responsabilidade da videira. Jesus exortou os ramos a produzirem muito fruto, a deixar esse fruto permanecer e advertiu que os ramos infrutíferos seriam arrancados. Que fruto espera-se que o ramo cristão produza? Primeiramente, justiça. Esta era a qualidade de uva que o Senhor esperava de sua vinha em Isaías 5, Rm 6:22; Hb 12:11; Fl 1,11; Ef 5,9; e Gl 5:22-23).

Em segundo lugar o fruto inclui as boas obras Cl 1,10, partilhar as posses com os irmãos necessitados Rm 15:28, louvar a Deus Hb 13,15 e ganhar almas Pv 11:30; Jô 4:36; Rm 1:13. Qualquer que seja o fruto, ele tem que ser produzido, em grande quantidade e continuamente.

Para que nós sejamos ramos frutíferos precisamos ouvir e guardar bem as palavras do da verdadeira videira: Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Para que mais uvas cresçam, o Senhor poda os ramos, removendo os rebentos inúteis e tudo o que poderia desviar a força vital da produção. A poda é dolorosa, mas necessária porque muitas coisas sugam nossa força e nos impedem de dedicarmo-nos à produtividade. Precisamos de uma boa capina e poda. Portanto deixa-se corrigir. A outra coisa exigida para produção de fruto é permanecer na videira. Sem a ligação vital com a videira, o próprio ramo murcha e morre. Isto leva à segunda responsabilidade principal desta passagem.

Permanecer em Jesus é essencial para viver e frutificar. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (15:4-5). Para produzir fruto precisamos manter uma ligação ininterrupta, uma relação ativa e constante com Jesus.

Aqueles ramos que permanecem em Cristo produzem muito fruto, pois, casos contrários serão colhidos e lançados no fogo. É a pura verdade que Jesus nos diz: sem mim nada podeis fazer. Separado de Jesus, você nada pode fazer nada para melhorar a sua, vida, sua família, sua alma e nem sua relação com Deus. Muitos tentam andar sós, pensando que sua bondade e discernimento produzirão fruto sem se apoiar no Senhor. Se você também está pensando e agindo desta maneira está enganado (a). Somente através de Jesus somos capazes de cumprir a justiça e a verdade que o Senhor espera que produzamos.

Para isso Jesus permanece em nós através de suas palavras: Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós. Alguns buscam divorciar Jesus do que ele diz e procuram uma relação com ele sem prestar cuidadosa atenção à palavra dele. Eles dependem de sentimentos, emoções e experiências. Mas, de fato, Jesus mora em nós somente até o ponto em que sua palavra e seus ensinamentos permanecem em nós. Precisamos lembrar-nos constantemente do que Jesus disse e meditar nisso de modo que ele possa viver poderosamente em nós. O outro modo pelo qual Jesus permanece em nós é ao guardarmos os seus mandamentos: Se guardardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.

Portanto, minha irmã, eu irmão, em Cristo, a videira, temos que cumprir seu propósito frutificando, permanecendo nele, guardando seus mandamentos. Peça ao Pai a graça de permancecer na Verdadeira Videira: Pai reforça minha união com teu Filho Jesus, de quem dependo para produzir os frutos que esperas de mim. Amém!

A você que é mãe permaneça unida à Maria, a mulher simples, humilde, cheia de fé, esperança e confiança em Deus. Por isso Deus a tornou a Cheia de Graça. Louve e agradeça a Deus por seres mulher. Parabéns e seja Feliz neste seu dia. Deus a abençoe!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:

terça-feira, 24 de abril de 2018

Homilia - 28.04.2018

AINDA NÃO ME CONHECES? Jo 14,7-14
HOMILIA

Estas palavras são fundamentais não só para Filipe, quanto para nós. Pois nelas vemos a clara epifania ou seja manifestação da humanidade do rosto do Pai na pessoa do Filho: Jesus.

Ve-lo à Ele é ver o próprio Deus. Esta verdade é tão verdadeira que foi o próprio Filho de Deus quem no-la deu a conhecer: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conehces Filipe? São sabes que quem me vê, vê o Pai?

Filipe como muitos dos nossos irmãos hoje, ainda não tinha compreendido a verdade segundo a qual, o Filho estava em perfeita sintonia com o Pai. Numa interelação total. Era necessário que se desvendasse, derrubasse a parece que lhe impediar de reconhecer Deus Pai no Filho testemunhado pela pomba, no ato monte da transfiguração. «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o.» Mt 17, 1-9 .

Ao sermos conviadados a escutar a palavra de Jesus neste texto, o Pai se dá aconhecer, assim como quer revelar no seu Filho a sua vontade. Portanto, não nos bastará ouvir, escutar. Será necessário fazer uma mudança radical. Uma experiência viva das obras do amor de Jesus, que são as obras do Pai. Pois, o Pai, que está em mim, é quem faz o seu trabalho. Creiam no que lhes digo: eu estou no Pai e o Pai está em mim.

Ao acreditarmos em Jesus, somos movido a assumir as suas obras em vista da promoção da vida plena para todos. Procuremos ver o rosto de Deus nos rostos das pessoas por Ele amadas: Talvez me perguntes como aquele jovem do evangelho de Lc 10:25-35, ‘mas quem é o meu próximo’? A resposta é simples. São os pecadores, os pobres, os simples, os humildes, os marginalizados, os andarílios, os doentes, os encarcerados, as prostitutas, os alcólatras e tantas outras. Alías « quanto pior for a pessoa com quem convives melhor será para ti»!

Por quê? Assim com fé, confiança e esperança na conversão desta pessoa te convertes num verdadeiro orante e melhor exercitaráss a caridade, a paciência, a misericórdia, o perdão, o amor de Deus que se Deus no Filho para o perdão dos nossos pecados e salvação das nossas almas. Esta é a glória do Pai, que é a glória de Jesus, à qual os discípulos são chamados a participar.

Como discípulos eu e tu somos interpelados. Peças ao Senhor que nos dê esta graça de sermos um em Jesus seu Filho, para que o mundo reconheça em nós Jesus Cristo, o enviado do Pai ao mundo cuja missão é a libertação da opressão e a construção do mundo novo de fraternidade e justiça.

Fonte https://homilia.cancaonova.com

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Homilia - 27.04.2018

JESUS, O CAMINHO PARA O PAI Jo 14,1-6
HOMILIA

Diante de tantas dificuldades pelo que passamos: situação de traições, abandono, desconfiança, injustiças, calúnias, fofocas, doenças, desemprego, complicada situação financeira. Assim como ontem ante a sua partida para o Céu, Jesus confortou os seus discípulos para que não se preocupassem, assim também hoje e neste evangelho acontece. Nos direge palavras de conforto. Ele mostra-nos que não nos deixa abandonados.

O nosso Deus é um Deus presente. É preciso vivermos a certeza de que Ele está no meio de nós dando-nos forças e coragem para que cada dia avancemos seguindo rumo à meta. Sabemos que o caminho é duro de mais. E Muitas vezes parece infindo. E o melhor e sentar e desistir. Todavia, meu filho, minha filha, o mérito, a vitória, o segredo ou seja o trunfo de tudo isto está saber que enquanto caminhamos ouçamos e sintamos ecoar dentro de nós as santas palavras de Jesus: Não se perturbe o vosso coração. Creiam em Deus e creiam também em mim.

Com Jesus e por Jesus nós somos mais do vencedores. Ele é a única solução da nossa vida. Ele é o caminho que nos conduz à casa do seu e nosso Pai. Quero relembrar a figura da porta. Jesus é a porta de entrada para a casa do Pai.

Se com fé, confiança e perseverança clamares por Ele. Virá ergué-lo ainda que estejas no fundo do poço. Por com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mundado.

Isto não são falácias, sofismas. Quem nos garante é ele mesmo: quando eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também.

Na dúvida de Tomé, Jesus já respondeu a minha e a sua dúvida. Portanto, creia, acredite, professe a sua fé em Jesus que é o caminho, a verdade e a vida que nos conduz até Deus nosso Pai.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Homilia - 26.04.2018

O GESTO DA HUMILDADE DE JESUS Jo 13,16-20
HOMILIA

Este texto faz parte do da última ceia, no qual Jesus lava os pés dos discípulos, um gesto exemplar de humilde serviço.

Os discípulos na pessoa de Pedro, relutavam em aceitar que o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.

Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que “o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”. Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.

Diante da resistência em acreditar nas suas palavras Ele reagem e diz: “Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.” Mais uma vez Jesus insiste na prática dos seus ensinamentos. Faz-nos um puxão de orelha. É preciso não somente crer, mais sim crer e praticar. Senão podemos nos tornar um novo Judas que acabou praticando ao contrário, ou seja, traindo o próprio Filho de Deus. “Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar.”

Somos nós que comemos o pão com Cristo, que comemos o pão que é o Cristo vivo, que proclamamos sua palavra a outros, e depois levantamos contra Ele o nosso calcanhar? Não! Isso não pode acontecer, prezados irmãos! Vamos rezar mais, se preciso jejuar, para que não cedamos às seduções do maligno que não cessa de tentar nos arrastar para longe Deus. Nós somos os mais visados por ele porque somos da linha de frente, somos missionários, somos escolhidos.

Por isso nos constituiu em sal da terra. Isto exige de nós muito cuidado para não perdermos o nosso sabor. Para não perdermos a nossa essência que é o de acolher, viver todos os seus ensinamentos. Por outro lado, Ele nos escolheu e envia para anunciar a sua palavra. Pois nos assegura:

“Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”

Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se for possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.

Nesta ordem de idéias, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele, todos devemos agir, pois também somos servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


Leia também:



Homilia - 25.04.2018

A MISSÃO DOS DISCÍPULOS Mc 16,15-20
HOMILIA

O anúncio do “Evangelho” obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva; mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação. A tarefa que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas “toda a criatura”.

Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor.

É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” . Com freqüência, os discípulos de Jesus são objetos da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com freqüência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida.

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão que foi confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia também a todos os homens – sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou econômicas – a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos – mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?

O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração. Nos momentos de decepção e de desilusão. Como tenho reagido? Se ainda algum dia tiver de chorar, consolar-me-á a certeza da presença de Jesus: “eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve nos alimentar e encorajar no testemunho d’Aquele que nos envia e em quem acreditamos: Jesus Cristo nosso Senhor!

Fonte https://homilia.cancaonova.com


Leia também:



quinta-feira, 19 de abril de 2018

Homilia - 24.04.2018

O POVO REJEITA JESUS Jo 10,22-30
HOMILIA

Estamos diante do diálogo com os judeus. E é fácil perceber o conflito entre a sinagoga e as comunidades cristãs no tempo em que João escreve o seu Evangelho. A sinagoga, tentando reencontrar sua rígida identidade, decidira expulsar os judeus que aderiram à fé em Jesus. Procurava demover os cristãos inseguros, alegando-lhes que ele não era o Messias, o Cristo. Contudo, João mostra que a fé em Jesus deve ser mantida tendo em vista as suas obras de amor. As palavras dele ecoam nas comunidades e os discípulos devem segui-lo. É ele quem dá a vida eterna e seu Pai guarda de maneira segura seus discípulos. A agressividade dos adversários estava já se tornando perigosa e se manifestava ameaçadora quando Jesus falou abertamente sobre sua identidade, ser o Filho de Deus. Sobretudo quando diz: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem então sabereis que EU SOU” (Jo 8,28). “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu Dia. Ele o viu e encheu-se de alegria” “Antes que Abraão nascesse EU SOU” (v. 56 e 56) e finalmente: “Eu e o Pai somos um”. Esta última afirmação foi a que procurou mais irritação com a ameaça de O querem matar: “Os judeus, outra vez, apanharam pedras para lapidá-lo”; ainda mais forte esta irritação quando Jesus ressuscitou: “Então a partir desse dia resolveram matá-lo”.

Jesus é um personagem incômodo, ontem, hoje e sempre. A motivação desta incomodidade é que Jesus fala, diz a verdade, e a verdade é exigente, interessa a vida e incide sobre o comportamento humano. Qual verdade? Jesus é o Filho de Deus, sua identidade é divina, conceito ou melhor, evento que se torna difícil aceitar por o homem racional e que não se abre a transcendência. Quando Jesus disse: “EU SOU”, igualando-se a Deus; quando disse: “Aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo dizeis: ‘Blasfêmias! ’, porque disse: Sou Filho de Deus!”, declarando-se Filho de Deus; quando a pergunta do Chefe do Sinédrio És tu o Messias, o Filho de Deus Bendito? Jesus respondeu: “Eu sou”, afirmando que o Messias é o Filho de Deus, o mundo religioso judaico, com seus chefes, pareceu acabar por causa de um terremoto tal, que provocou nos detentores o pânico total de perder o poder religioso e político, seu estado social e familiar. A reação foi decisiva, a morte.

Jesus provoca terremotos também hoje, nas pessoas e nos povos, enfrentando-se com as ideologias e o pensamento moderno e pós-moderno, na sociedade com suas denúncias contra o permissivismo e relativismo, com seus fortes chamamentos a reconhecer a dignidade do homem, feito à imagem e semelhança de Deus e redimido por Jesus Cristo, Salvador e Redentor. É preciso que você e eu sejamos como João e anunciemos Jesus seja a que custo for. Pois Ele é o único que nos pode salvar.

Pai, dá-me um coração de discípulo que se deixa guiar docilmente pelo Mestre Jesus, tornando-se, assim, apto para reconhecer sua condição de Messias de Deus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


Leia também:


Homilia - 23.04.2018

EU SOU A PORTA DAS OVELHAS Jo 10,1-10

HOMILIA

Em todos os evangelhos João é o único que nos apresenta Jesus diretamente como e a Porta das ovelhas. Jesus indica claramente que ele é a única porta por onde devem entrar todos os pastores de Israel. Ou seja, os reis ou dirigentes messiânicos de Israel devem se ajustar ao único verdadeiro pastor que é Jesus. Quem não entrar, como os apóstolos, pela sua porta não pode ser verdadeiro pastor. Por isso, na continuação Jesus explica seu papel de supremo e verdadeiro pastor. A afirmação de Jesus segundo a qual ele é a porta do aprisco é de tal modo absoluta, que nos obriga a mantê-la como uma verdade de fé. Todo aquele que não se compromete com Jesus e seus ensinamentos não podem ser verdadeiro pastor das ovelhas que constituem os súditos do reino.

Essa porta é única de modo que qualquer outra porta moral ou dogmática será o mesmo que entrar no aprisco por cima da cerca. E isso é roubalheira, é vandalismo prática própria dos ladrões, que servem melhor a seus interesses do que ao bem das ovelhas a eles encomendadas.

Quem são os tais? Evidentemente aqueles que buscam o dinheiro como proveito de seus serviços, ou a fama para serem louvados como tais líderes. Quando Jesus coloca seu serviço como dar a vida e para isso ele escolheu a morte para que elas tenham vida (Jo 10, 15). Jesus dirá como os chefes da terra subjugam e dominam, mas aquele que quiser ser grande entre seus discípulos deve servir a todos como fez ele mesmo (Mt 20, 25-28).

Não podemos esquecer que os primeiros pastores são os próprios pais. Neste mundo em que o bem-estar e o prazer substituem o amor e o serviço, é bom recordar as palavras de Jesus sobre como apascentar as ovelhas, que no caso são os filhos.

“Em verdade vos declaro: Eu sou a porta das ovelhas.” Jesus acaba de abrir a porta que nos tinha mostrado fechada. Ele mesmo é essa porta. Reconheçamo-lo, entremos e alegramo-nos por ter entrado.

“Os que vieram antes são ladrões e salteadores”; é preciso compreender: “Os vieram fora de mim”. Os profetas vieram antes dele; eram ladrões e salteadores? De forma nenhuma, porque não vieram fora de Cristo; estavam com ele. Ele tinha-os enviado como mensageiros, mas tinham nas suas mãos o coração dos enviados. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, diz ele (Jo 14,6). Se ele é a verdade, os que estavam na verdade estavam com ele. Os que vieram fora dele, pelo contrário, são ladrões e salteadores porque só vieram para pilhar e fazer morrer. “A esses, as ovelhas não escutaram”, diz Jesus.

Mas os justos acreditaram que ele viria tal como nós acreditamos que ele já veio. Os tempos mudaram, a fé é a mesma. Uma mesma fé reúne os que acreditavam que ele devia vir e os que acreditam que ele já veio. Vemos entrar todos, em épocas diferentes, pela única porta da fé, quer dizer, Cristo. Sim, todos os que acreditaram no passado, no tempo de Abraão, de Isaac, de Jacob, de Moisés ou dos outros patriarcas e profetas que, todos eles, anunciavam Cristo, todos esses eram já suas ovelhas. Neles se ouviu o próprio Cristo, não como uma voz estranha, mas com a sua própria voz.

Portanto, quem entrar por Jesus encontrará pastagem, isto é, alimento para a vida. E vida em abundância, a vida eterna.

Pai torna-me um discípulo dócil de Jesus, o verdadeiro pastor que arriscou a própria vida para me salvar. Somente ele poderá conduzir-me para ti e contigo viver eternamente.



Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:


quarta-feira, 18 de abril de 2018

Homilia - 22.04.2018

JESUS, O BOM PASTOR - Jo 10,11-18

HOMILIA

Depois de Jesus ter proclamado que Ele é a porta por onde passam as ovelhas, agora vemo-l’O afirmar: “Eu sou o bom pastor”. Enquanto o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas, O empregado não! Ele somente trabalha por dinheiro; ele não é pastor, e por outra, as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegar, deixa as ovelhas entregues à sua sorte e desaparece fugindo. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O empregado foge porque não busca senão o salário, a recompensa do seu trabalho. E por isso, não lhe importa que aparecendo o  lobo as ovelhas sejam atacadas e devoradas.

Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas. Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor.

Jesus é quem comunica a vida plena. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos os homens e mulheres que vivem no mundo. Como bom pastor, Jesus conhece suas ovelhas e elas o conhecem.

E por nos conhecer nos compreende e perdoa os nossos deslizes e quedas. Trata as nossas feridas e nos reveste de dignidade de filhos. O conhecimento dele é fruto do convívio e do diálogo com Deus seu Pai e que gera o amor. Para Jesus não existe massa humana amorfa. Jesus mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama a cada um pelo nome e a cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é de mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai.

O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer!



Fonte https://homilia.cancaonova.com


Leia também:


Homilia - 21.04.2018

A QUEM IREMOS SENHOR??? Jo 6,60-69

HOMILIA

A revelação de Jesus como o pão descido do céu e de sua carne dada como alimento para a vida do mundo provocou incompreensão e murmurações entre os judeus (Jo 6,41.52). Muitos de seus discípulos também, sem entender, abandonaram Jesus. Ante esta atitude do povo, Jesus fazendo um pequeno comentário, pergunta aos seus discípulos: Acaso também vós quereis partir? Pelo que nos parece o abandono foi geral. O lugar ficou praticamente vazio e então era o momento de Jesus animar aos que restavam e que Ele tinha escolhido a dedo: os 12 apóstolos. Se a resposta fosse negativa, a pergunta pareceria uma exclusão de todos que deixando Jesus foram embora. Jesus praticamente lhes diz: Vós também sois do tipo pusilânime e covarde que na dificuldade desanima e foge? Também hoje e agora Jesus faz a mesma pergunta. Gostaria que não só não se esquecesse da resposta de Pedro como fizesse sua: Senhor, a quem iremos? Só Tu tens Palavras de vida eterna. Veja que a resposta de Pedro tem como sujeito a quem interpelar a palavra Senhor. Evidentemente, não é o mesmo Senhor do ressuscitado, que recebeu o poder. Mas indica que as Palavras de Jesus têm autoridade, poder e a capacidade de salvar as nossas vidas e por isso nos devemos submeter a elas. É preciso que, como Pedro, você tenha a consciência de que não existe em nenhum lugar do mundo outro nome no qual possa ser salvo, senão no nome e poder de Jesus. Suas são palavras que contem verdade eterna, a única que propriamente pode ser declarada como verdade. É por esta certeza que eu e você temos que acreditar. Pedro nos mostra que Ele é o Ungido, o Filho do Deus.

Afirmar que é o Filho do Deus vivo, é um ato de fé inusitado entre os discípulos de Jesus, não por aclamá-lo Messias, mas por declará-lo Filho de Deus, aceitando que o Pai é Deus. Assim, Pedro estava disposto a admitir e acreditar nessas palavras que eram palavras de vida.

Por outro lado, Jesus pede uma resposta clara a seus apóstolos e Pedro, em nome de todos, dá a única possível para um seguidor de Jesus. Este é o Ungido do Senhor e como Filho sabe perfeitamente a vontade do Pai, cujo seguimento é a verdadeira vida.

Para os homens de fora as palavras de Jesus constituem um fracasso. Os homens as escutam não com o espírito de obediência a quem fala da experiência como viva, mas com o critério de uma razão humana que se julga independente e absoluta: É o critério de Tomé: Se não vejo não creio. Jesus é o vidente que nos declara existirem matizes nas cores e nós somos os cegos que não podem captá-los. Negá-los porque não os podemos experimentar é cerrar-se ao mistério que sempre existe na grande verdade divina.

Vemos que Jesus se intitula o filho do homem como um caso particular de ser membro da família humana. Isto significa que ele pode ser visto e ouvido como um homem; mas com a particularidade de ser representante da divindade, ou seja, a face humana de Deus. Ele sabe como conduzir a humanidade e seu exemplo é paradigma de todos os que desejam viver suas vidas em conformidade com os planos e desígnios de Deus. Até dirá aprendei de mim que sou pacífico e humilde em minhas ambições e propósitos.

Em nossos dias a Palavra de Jesus tem uma resposta negativa: a incredulidade porque é palavra difícil, e exige uma submissão prática da vida não só no modo de pensar mas também no modo de atuar. Ou pode ter uma resposta positiva como a dada por Pedro: é a fé. Mas uma fé, não no homem sábio, brilhante, mas na testemunha que conta o que viveu no seio de Deus. A sua palavra está corroborada por obras admiráveis. Se nestas não acreditamos, desaparece o Filho de Deus e só fica o homem Jesus, admirável em palavras e condutas, mas puramente humano de quem podemos tomar as palavras que nos convêm e descartar as palavras difíceis que atrapalham o nosso ideal ou a nossa maneira de vida. Jamais será vida para nós.

Que Simão Pedro interceda por nós para que diante de tantos profetas da falsidade reconheça nas palavras de Jesus, a Vida, a Verdade e o Caminho que nos conduz a Deus no nosso Pai e digamos: A QUEM IREMOS SENHOR, SÓ TU TENS PALAVRAS DE VIDA ETERNA. Pai, por intermédio de São Pedro, dá-me inteligência para compreender as palavras de Jesus e aderir a elas, pois só assim estarei seguro para acolher a salvação que me ofereces.



Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:


Homilia- 20.04.2018

Jesus Eucarístico é o pão celestial

HOMILIA

Irmãos e irmãs, o Evangelho próprio da liturgia da Palavra de hoje, Jo 6,52-59, termina expressando: «Jesus falou estas coisas ensinando, na sinagoga, em Cafarnaum» (v. 59). Quando alguém visita a atual Cafarnaum, na Terra Santa, encontra uma grande placa ao passar por uma das entradas daquela localidade, na qual se lê: “Cidade de Jesus”.

Assim Cafarnaum entrou para a história: o lugar utilizado como uma espécie de “quartel general” de Cristo, pois de lá, muitas vezes, Jesus partia e retornava das missões e se hospedava na casa da família de Pedro. Também se encontram, ali, as ruínas da sinagoga frequentada por Cristo e citada no Evangelho de hoje.

Neste contexto material e geográfico, Jesus revela, surpreendentemente, um alimento que não podia faltar naquela cidade, nos lares e na missão da Igreja: «Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia» (v. 54).

Um alimento espiritual, sacramental e escatológico que se chama, antes de tudo, Jesus Cristo! Jesus Eucarístico é o Pão Celestial! Ele estava em sua cidade e próximo de lugares que O acolhiam, mas Ele quis mais… muito mais! Ele quis fazer morada em nós e permanecer para sempre numa comunhão de vida  eterna, por fundamentar-se no amor eterno de Deus pela humanidade. Um Amor que se traduz em entrega total e eucarística: “Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele… Quem se alimenta com este pão viverá para sempre” (v. 56.58).

Sabemos o que é entrar e sair de uma casa e cidade, mas permanecer para sempre realmente é uma experiência que foge completamente às capacidades puramente racionais, físicas e temporais. O impacto do espaço e do tempo atualmente nos tomam, como um peixe tomado e mergulhado na água. Mas fomos criados para águas mais puras, refrescantes, cristalinas e incontamináveis, ou seja, no plano de Deus todo ser humano foi criado para Ele. Por isso, Ele comunicou o Pão da Palavra e instituiu, na Quinta-feira Santa, o Sacramento dos Sacramentos, o qual nos leva a exclamar: “Graças e louvores se deem neste e em todo o momento ao Santíssimo Sacramento”. Assim, podemos antecipar – como penhor – pelo Sacramento do Filho do Homem e Filho de Deus, a participação na vida eterna.

Ainda que seja um desafio para a nossa fé e humilhação às inteligências orgulhosas, o Sacramento da Eucaristia pode e precisa ser acreditado, celebrado, comungado e adorado para ficarmos, então, surpreendidos positivamente pelas promessas e realizações do Senhor, diferentemente de muitos que O acompanhavam e O seguiam com espírito cético e provocador: «Como é que ele pode dar a sua carne a comer?» (v. 52). E o Pão da Vida não recuou e nem contradisse as Suas palavras por medo de perder “público ou ibope”, muito pelo contrário: fez questão de reforçar este dom e necessidade de cada um: «Em verdade, em verdade, voz digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (v. 53).

Mas eu não mereço tamanho dom de tomar, comer e beber deste Cálice! Realmente, em cada Santa Missa, mirando o Corpo de Deus nas mãos dos sacerdotes, precisamos, primeiramente, reconhecer a nossa indignidade: “Senhor, eu não sou digo de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Mas também não podemos deixar de ver, nesta insistência de Cristo, uma grande manifestação da gratuidade divina.

O Papa emérito Bento XVI, que hoje recorda o dia de sua eleição para ocupar a Cátedra de Pedro, deixou claro esta graça que todos podem receber, ainda que exijam condições básicas como o objetivo estado de graça: «Trata-se de um dom absolutamente gratuito, devido apenas às promessas de Deus cumpridas para além de toda e qualquer medida. A Igreja acolhe, celebra e adora este dom com fiel obediência. O “mistério da fé” é mistério de amor trinitário, no qual, por graça, somos chamados a participar» (BENTO XVI, Exort. Apost. Sacramentum Caritatis, nº 8).

Neste tempo pascal, a Igreja de Cristo convida-nos a dar – pessoalmente e comunitariamente – nossa resposta perante o misterioso Dom da Eucaristia, Pão da Vida que constrói moradas de Deus em meio e dentro dos homens e mulheres. Pão da Cidade de Deus, capaz de dar sentido, alimentar e transformar as cidades e lares dos homens. Pão que alimenta e santifica a Casa de Deus no mundo, a Igreja, reanima a Igreja doméstica e encaminha para a nossa Páscoa pessoal e eterna, ou seja, prepara-nos para morarmos para sempre na verdadeira e permanente cidade de Jesus.



Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova

Fonte https://homilia.cancaonova.com


Leia também:


segunda-feira, 16 de abril de 2018

Homilia - 19.04.2018

JESUS, O PÃO DA VIDA - Jo 6,44-51

HOMILIA

Estamos de uma redundância de Jesus. O mestre insiste: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.

Estamos diante da continuação do longo discurso sobre o pão, pronunciado após a partilha dos pães com a multidão, na montanha. Um dos aspectos que Jesus vem salientando é que a iniciativa da salvação vem do Pai. Ninguém se faz discípulo de Jesus se não for designado por Deus seu Pai. E todo aquele escuta a sua palavra e procura fazer a vontade daquele que o enviou é introduzido na vida que nunca mais terá fim. Visto que: aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá.

Nos nossos dias alimentar-se de Jesus é ter vida é contemplá-lo e seguir seus passos. No serviço, na fraternidade e na solidariedade social, na busca da justiça e da paz, entra-se em comunhão de vida eterna com Jesus.

Deixemo-nos tocar pelo convite que Jesus. Vinde convidados do meu Pai, a mesa está posta vinde. Participemos plena, consciente e ativamente; comamos e bebamos o corpo e o sangue de Jesus.



Fonte http://homilia.cancaonova.com

Fonte Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também: